Projeto obriga candidato a informar eventual situação de 'ficha suja' na propaganda eleitoral
ércio Ribas Torres
    
     
        
        
        
            
        
        
            
                
                
               
            
As restrições impostas às candidaturas a cargos eletivos pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010)
 podem se tornar mais abrangentes. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) 
apresentou, na semana passada, projeto que exige a inclusão de aviso na 
propaganda do candidato incurso em situação de inelegibilidade após o 
momento de formalização do registro de sua candidatura.
O PLS 223/2014 aguarda recebimento de emendas na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde tramita em caráter terminativo.
Pela proposta, todas as peças usadas na
 propaganda eleitoral dos candidatos considerados inelegíveis após o 
registro da candidatura deverão conter, de maneira perceptível para o 
eleitor, os seguintes dizeres: “Este candidato foi incurso na Lei 
Complementar 64/1990 e considerado ficha suja”. A Lei 64/1990 trata de casos de inelegibilidade, prazos de recursos e outros assuntos relacionados à eleição. 
Lacuna
De acordo com Cristovam, a Lei das Eleições (Lei 9.504/1997)
 determina que sejam levantadas as condições de elegibilidade e as 
causas de inelegibilidade dos candidatos no momento da formalização do 
pedido de registro de suas candidaturas. No entanto, a lei é omissa na 
previsão do candidato que é posto em situação de inelegibilidade após o 
registro. Nesse caso, argumenta o senador, a proteção contra 
candidaturas que põem em risco o princípio da moralidade pública é 
sacrificada.
O autor acrescenta que, já nestas 
eleições, é possível ver candidatos pedindo votos embora tenham 
condenação por órgão judicial colegiado, o que os tornaria inelegíveis. 
Segundo Cristovam, a aplicação da lei produz, nesse caso, uma situação 
esdrúxula: o candidato, embora inelegível, pode concorrer e até vir a 
ser eleito, enquanto não há um pronunciamento definitivo da Justiça 
sobre a sua condição.
A ideia do projeto é “minorar os 
efeitos dessa lacuna legal”, exigindo dos candidatos nessa situação que 
esclareçam o eleitor a respeito de sua vulnerabilidade legal. Para 
tanto, todas as peças de sua propaganda, como cartazes, adesivos, 
panfletos e inserções no rádio e na televisão, deverão conter a 
informação, legível e audível, de sua situação de inelegibilidade em 
decorrência do disposto na Lei da Ficha Limpa.
 
Agência Senado
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