Fórum em Curitiba debate expansão da indústria de defesa
O general Aderico Mattioli, do Ministério da Defesa, reforçou que o foco é minimizar a dependência externa e atingir um alto nível de índice de nacionalização de fornecedores, peças e equipamentos.
“Poucos países abaixo da linha do Equador têm autossuficiência tecnológica dentro de seu próprio país. Nós podemos ter autossuficiência na nossa base industrial completa”, afirmou Mattioli. "Defesa não é estritamente militar. Todos os entes da cadeia produtiva podem participar. Há itens de alto valor agregado, mas há também tecnologias intermediárias”, disse ele.
ENSINO SUPERIOR - Na avaliação do vice-governador Flávio Arns, o desenvolvimento da indústria de defesa no Estado passa pela rede de ensino superior, formado por universidades e centros de pesquisa públicas, privadas e técnicas.
"É uma grande oportunidade para gerar emprego e renda, que passa pelo desenvolvimento de tecnologia, gerando oportunidades de pesquisas para as universidades e de geração de empregos”, disse Arns.
PARANAENSES - O vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), vice-almirante Carlos Pierantoni Gamboa, explica que das 227 empresas brasileiras que formam o rol de fornecedores das Forças Armadas, nove são paranaenses.
"O mercado é restrito e regulado, a produção depende de compras governamentais e os produtos passam por um rigoroso controle de qualidade. Apesar disso há inúmeras possibilidades e estamos estimulando que empresas no Paraná e no país que podem ser fornecedoras das Forças Armadas", salientou.
As demandas vão desde equipamentos de alto valor, como caças, submarinos, veículos blindados de combate, navios de guerra, mísseis, radares e sensores, até produtos com menos tecnologia como munições não letais, redes camufladas ou alimentos preparados.
CONSELHO - “São cifras astronômicas a serem investidas nesta área para que o Brasil não tenha dependência de fornecedores e tecnologias estrangeiras, o que abre grandes oportunidades para a indústria paranaense e brasileira”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo. “Já temos algumas indústrias desta cadeia produtiva aqui no Paraná, mas queremos intensificar e melhorar ainda mais esse setor para gerar oportunidades às empresas”, completou.
Segundo Campagnolo, a Fiep, que já possui Conselhos Temáticos e Setoriais que debatem o desenvolvimento de diferentes áreas ou cadeias produtivas, estuda a possibilidade de criação de um comitê voltado especificamente para a indústria de defesa.
SÉRVIA - O embaixador da Sérvia no Brasil, Ljubomir Milic, apresentou a indústria de defesa daquele país, que busca parceiros para fazer negócios e desenvolver novos projetos em conjunto. “Somos um país pequeno, mas que está na lista das indústrias bélicas, o que significa que temos conhecimento. Buscamos cooperação com a indústria brasileira para produção em conjunto e exportação”, disse ele.
PARTICIPAÇÃO: Participaram do Fórum o general-de-brigada José Fernando Iasbech, 4º subchefe do Estado Maior do Exército; o gerente da área de comércio exterior do BNDES, Guilherme Pfisterer; o gestor de projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Márcio Almeida; os secretários estaduais da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes; da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Horácio Monteschio; e da representação em Brasília, Amauri Escudero.
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