Empresa paulista anuncia investimento de R$ 10 milhões para nova fábrica no Rio
O Governo do Estado deu nesta quinta-feira (29/8) o primeiro passo para tentar aumentar a participação da indústria automotiva na economia fluminense. De olho no programa Inovar-Autopeças, que será lançado em setembro pelo Governo Federal, visando elevar o conteúdo tecnológico dos componentes e reduzir as importações de partes de veículos, uma missão do governo estadual apresentou em São Paulo um cardápio de atrativos para que fornecedores dessa cadeia invistam no Rio de Janeiro. O Estado está entre os oito onde serão criadas, pelo Programa Arranjos Produtivos Locais (APL), redes de fornecedores em torno das empresas âncoras.
Em duas reuniões - uma com diretores da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), e outra com cerca de 80 representantes do setor de autopeças, na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) -, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, ofereceu a quem quiser investir no Rio a concessão de incentivos tributários e financeiros, além da possibilidade de cessão de terreno para a instalação de novas empresas.
Temos condições logísticas excelentes, com dois aeroportos internacionais, sete portos, rodovias e ferrovias. Além disso, temos uma ótima localização junto ao mercado consumidor que mais cresce no País, e atrativos eficazes para oferecer a fornecedores que queiram vir para o Brasil ou mesmo expandir suas atividades - afirmou o secretário.
A ideia, segundo Bueno, é incentivar maior encadeamento em torno da indústria automotiva, que vem ganhando força na economia do Rio de Janeiro nos últimos anos, já respondendo por 10% da produção industrial do Estado, antes mesmo da inauguração da Nissan, no fim do ano que vem e das ampliações de capacidade previstas pela MAN e Peugeot-Citroen (PSA). Pelo menos 15 fornecedores das montadoras instaladas no Rio já anunciaram investimentos de R$ 2 bilhões, com perspectivas de gerar 2.000 empregos até 2016.
Nesta quinta-feira, a paulista Tecbor, fabricante de perfis de borracha - que vão em torno dos parabrisas de veículos - anunciou investimentos de R$ 10 milhões para construir uma unidade em Três Rios, com capacidade de produzir 150 toneladas a partir de 2015. Será a terceira fábrica da companhia, que já tem unidades em Rio Claro e Itatiba, e fatura anualmente R$ 50 milhões. A empresa vai fornecer para a MAN e Neobus.
Presente ao evento no Sindipeças, o diretor de Relações Institucionais da MAN, Marco Saltini, destacou a estratégia agressiva que vem sendo adotada pelo Estado do Rio nos últimos anos na atração da cadeia automotiva.
- Ouso dizer que o Rio de Janeiro passa hoje por um ciclo de desenvolvimento sem precedentes na sua história recente, em que o Governo do Estado senta junto com o empresário para discutir as melhores condições para o seu negócio e garante um passo à frente em relação aos outros estados – disse.
O presidente do Sindipeças, Paulo Butori, afirmou estar muito otimista com o lançamento do Inovar Autopeças para alavancar o crescimento do setor, não somente em volume, mas em tecnologia.
- Haverá um ganho inimaginável em competitividade em nível mundial - disse o presidente da associação que hoje reúne cerca de 500 associados de capital nacional e estrangeiro, responsáveis por atender o mercado de reposição nacional de uma frota de mais de 30 milhões de veículos, além de exportar para mais de 150 países.
A missão liderada pelo secretário Julio Bueno contou ainda com a presença da presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro, Conceição Ribeiro, e do presidente da Agência Estadual de Fomento (AgeRio), Domingos Vargas. Representantes das três principais empresas de autopeças do Estado do Rio, Nissan, MAN e PSA, também acompanharam a missão nas duas reuniões.
Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a base do Inovar-Autopeças está sustentada em algumas diretrizes, das quais a primeira delas prevê a criação de um programa de rastreabilidade de componentes para aferir a origem da produção.
- A partir dessa rastreabilidade, vamos poder identificar quais autopeças são importadas e podem passar a ser produzidas no Brasil - disse Moan durante a reunião, ressaltando a expectativa de que o setor automotivo no Brasil cresça em torno de 4,5% este ano, atingindo a 3,49 milhões de unidades.
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