Saúde vai fortalecer plantões presenciais
Recursos financeiros foram readequados e o município vai pagar pelos plantões presenciais a partir de 1° de setembro
A secretaria municipal de Saúde coloca como prioridade fortalecer os plantões presenciais nos hospitais filantrópicos do município e que estes mantenham seus prontos-socorros em funcionamento. A notícia é dada, após o Hospital Evangélico ameaçar fechar as portas do seu pronto-socorro, uma vez que a prefeitura de Londrina ainda não apresentou proposta para manter os plantões a distância. No entanto, o contrato do município com os hospitais prevê o funcionamento 24 horas dos prontos-socorros.
O secretário municipal da Saúde em exercício, Márcio Nishida, apresentou dados que mostram ser possível ao município o pagamento do valor fixo estabelecido nos contratos com os hospitais Evangélico, Santa Casa e Hospital do Câncer. O município irá saldar ainda a dívida contraída com os hospitais nos últimos três meses. Desde junho deste ano, os hospitais deixaram de receber o valor total dos incentivos, o estado entrou nos últimos três meses com R$ 200 mil por mês para o Hospital Evangélico e para a Santa Casa e agora a prefeitura se propõe a saldar a dívida, descontando o repasse feito pelo Estado, e a pagar pelos plantões presenciais a partir de 1° de setembro.
Os plantões a distância ainda estão em discussão. Foi pedido aos hospitais um detalhamento do serviço que contenha o nome dos plantonistas, quanto é pago por plantonista, as especialidades ofertadas e quantas vezes cada serviço foi solicitado.
“Há um planejamento dentro da secretaria municipal de Saúde e nós temos a posição de pagar os plantões presenciais e renegociar os plantões a distância, pois o município não tem condições financeiras suficientes para manter as duas coisas. Buscamos otimizar o plantão presencial dos três hospitais que são referência,readequando os recursos financeiros”, afirmou Nishida.
Foi anunciado também que três hospitais de Londrina foram contempladas por programa do Governo Estadual, que busca incentivar os hospitais públicos e filantrópicos. “O estado desenvolveu um programa chamado HOSPSUS, um incentivo ao funcionamento dos hospitais públicos ou filantrópicos que aderiram ao SUS, para a garantia de leitos gerais, de UTI e pronto-socorros em funcionamento. No caso, os hospitais Santa Casa, Evangélico e Universitário serão contemplados com esse recurso a partir do dia 1° de setembro, num total de 180 mil para o hospital universitário e 160 mil para o Evangélico e Santa Casa”, explicou Nishida.
O secretário da Saúde em exercício detalhou ainda que, caso realmente os hospitais fechem seus prontos-socorros, o descredenciamento deste com o Ministério da Saúde é a última opção e que o esperado é que se chegue a um acordo. “O descredenciamento é a última das medidas. Em geral, o que acontece primeiro é um processo de advertência, retenção de recursos financeiros, para então terminar com o descredenciamento. Estamos pagando incentivo para manutenção desse serviço, para que o pronto-socorro não feche”, enfatizou.
Hospital Evangélico
A postura da direção do Hospital Evangélico de suspender o atendimento aos pacientes do SUS vem se tornando uma rotina nos últimos tempos. Em 1 ano e 9 meses, é a quinta vez que eles tomam esta atitude, contrariando o interesse público. O total em horas que o hospital permaneceu fechado pode ser contado em 9 dias, 14horas e 30 minutos.
Relembre os fatos:
1) 13 de novembro de 2009 – suspensão do atendimento no pronto-socorro (PS) durante 6 dias, em virtude dos plantões médicos. Na ocasião, três seguranças e uma corrente bloquearam a entrada no PS. O retorno das atividades se deu no dia 19 de novembro.
2) 29 de dezembro de 2009 – os médicos paralisaram e fecharam o pronto-socorro às 7h30 do dia 29 e reabriram às 12h no dia 30, novamente, pelo pagamento de plantão.
3) 1º de abril de 2010 – os médicos que faziam plantão a distância no Hospital Evangélico, no dia 29, aprovaram interromper os atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do dia 1º de abril,caso a prefeitura não assumisse o compromisso formal de continuidade do pagamento de sobreaviso. Acordo no próprio dia 29 evitou que os serviços de saúde fossem interrompidos novamente.
4) 15 de setembro de 2010 – o pronto-socorro do Hospital Evangélico foi fechado novamente às 7h do dia 15 de setembro de 2010 e reabriu, por volta das 17 horas do dia 17, em virtude do Hospital se negar a assinar contrato com a Prefeitura. O Evangélico não apresentou certidão negativa de débitos.
5) Novamente, o hospital ameaça fechar o pronto-socorro, por conta do pagamento de plantões a distância, a partir do dia 10 de setembro.