Governo remaneja recursos do Funcafé para as operações de custeio 
 É intenção também prorrogar os financiamentos de estocagem do café 
 
 Brasília - O montante de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) disponibilizado para a contratação de operações de custeio foi ampliado de R$ 550 milhões para R$ 730 milhões. Isto representa R$ 180 milhões a mais nesta linha de financiamento. O anúncio foi dado pelo secretário de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gerardo Fontelles durante o 4º levantamento da safra 2012 de café, nesta quinta-feira (20), em Brasília.
A medida será viabilizada mediante o remanejamento de R$ 40 milhões previstos para financiamento de contratos de opções e de operações em mercados futuros. Outros R$ 40 milhões são do financiamento para recuperação de cafezais danificados e R$ 100 milhões da linha extraordinária de crédito destinada à composição de dívidas, tendo em vista que o prazo de contratação destas linhas se encerraram em 31 de outubro deste ano.
Outra ação para apoiar os cafeicultores, que será anunciada nos próximos dias diz respeito à prorrogação dos financiamentos de estocagem, que alcançam R$ 1,5 bilhão.
Quanto à consolidação da produção do café de 2012, o Brasil colheu a maior safra da história, de 50,82 milhões de sacas, superando a temporada de 2002/2003, de 48,48 milhões de sacas. De acordo com o secretário Gerardo Fontelles, ela está dentro da expectativa do primeiro levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em janeiro.
O resultado da produção se deve principalmente ao ano de bienalidade positiva, a gestão do cafeicultor na lavoura, ao uso de inovações tecnológicas, como mecanização, irrigação, adensamento por área e aos bons tratos culturais. “Observa-se que nas últimas quatro safras de ciclo alto a produção manteve um crescimento constante, demonstrando que o produtor optou pelas tecnologias agrícolas, que são fatores extremamente importantes e necessários para o avanço e modernização da cafeicultura”, afirmou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto.
A produção poderia ter sido ainda maior se não fossem as adversidades climáticas que atingiram áreas da Zona da Mata mineira, sul da Bahia e Espírito Santo e reduziram a produtividade.
Quanto a sazonalidade da produção e a grande oferta do produto nos meses de maio a julho, concentrando cerca de 77% da colheita, é prejudicial à cafeicultura nacional. Para o secretário, essa concentração da colheita promove substancial rebaixamento nas cotações do café. O produtor chega a perder por volta de 14% dos preços, quando comparados aos obtidos na entressafra, além de provocar forte volatilidade de preços em toda a cadeia.
Os mais afetados são os pequenos cafeicultores, que são obrigados a vender sua produção no pico de oferta, a preços deprimidos, a fim de fazer caixa para saldar seus compromissos, ocasionando severa depressão da sua renda, explica Fontelles.

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