CCJ deve abrir debate sobre fim da reeleição para chefes do Poder Executivo
Simone Franco
                
                
                
                    
                    
                 
                 
            
        
        
            
Luiz Henrique: mudanças para combater abuso do poder político
Depois de decidir sobre a 
obrigatoriedade de afastamento prévio do presidente da República, 
governador e prefeito que disputarem o mandato subsequente, a Comissão 
de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deverá se debruçar sobre a 
possibilidade de acabar com a reeleição.
O fim da reeleição consta de substitutivo do senador Luiz Henrique a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 71/2012,
 do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A proibição também alcança quem 
sucedê-los ou substituí-los na função nos seis meses anteriores à 
eleição, mas só na hipótese de concorrer à renovação do mandato de 
presidente, governador e prefeito.
O texto original da PEC 71/2012 não 
prevê o fim da reeleição. A intenção de Jucá ao apresentá-lo era 
unificar o processo eleitoral a partir de 2022 - hoje as eleições 
municipais são separadas das demais. Para atingir esse objetivo, a 
proposta estende o mandato de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores 
eleitos em 2016 de quatro para seis anos. A partir de 2022, os cargos 
eletivos municipais, estaduais e federais passariam a ser disputados em 
uma única eleição, voltando o mandato de prefeitos, vice-prefeitos e 
vereadores a ser de quatro anos.
“O calendário atual apresenta dois 
inconvenientes de peso. O primeiro é o custo adicional que o registro da
 vontade do eleitor em dois tempos implica. O segundo é a 
complexificação desnecessária do cenário político do país em detrimento 
da transparência da atividade política e da informação dos eleitores”, 
considerou Jucá.
Reeleição
A semente da reeleição foi plantada na 
PEC 71/2012 pelo substitutivo de Luiz Henrique. E o relator decidiu ir 
além nas mudanças. Apesar de manter a unificação das eleições municipal e
 geral, o substitutivo determina sua realização não mais a cada quatro, 
mas a cada seis anos.
A medida também repercute sobre a 
duração dos respectivos mandatos, que passariam a ser todos de seis 
anos. Com isso, haveria uma redução de dois anos no mandato de senador 
(de oito para seis anos), enquanto os dos demais cargos eletivos seriam 
ampliados em dois anos (de quatro para seis anos). Vale lembrar que tudo
 isso só deverá valer a partir das eleições de 2022.
“Temos acompanhado com preocupação, desde a introdução da regra da reeleição pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997,
 o cenário político-eleitoral referente às eleições para a chefia do 
Poder Executivo. Não raras foram as vezes, ao longo desses quase 16 
anos, em que a normalidade e a legitimidade das eleições foram afetadas 
pelo abuso do poder político exercido por aqueles que puderam disputar a
 reeleição sem ao menos ter que se afastar do cargo que ocupavam”, 
argumentou o relator.
Regra de transição
Os ajustes promovidos por Luiz Henrique
 também contemplam uma regra de transição a ser inserida no Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal.
 O primeiro passo foi fixar o mandato de prefeitos, vice-prefeitos e 
vereadores eleitos em 2016 em seis anos. Já o mandato dos senadores 
eleitos em 2018 terá de ser reduzido para quatro anos.
Ao justificar essa regra de transição, 
Luiz Henrique assegurou não haver supressão de direitos políticos nem 
casuísmo em sua origem. Isto porque as medidas se restringem aos eleitos
 em 2016 e 2018 e pretendem exclusivamente viabilizar as eleições gerais
 de 2022.
O relator da PEC 71/2012 também 
rejeitou emendas apresentadas pelos senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e
 Vicentinho Alves (SDD-TO). Na sua avaliação, ambas divergiam da posição
 adotada em seu substitutivo quanto à unificação das eleições a partir 
de 2022, a fixação de mandato de seis anos para todos os ocupantes de 
cargos eletivos, e o fim da reeleição para as chefias do Poder 
Executivo.
Se passar pela CCJ, o substitutivo à 
PEC 71/2012 ainda será submetido a dois turnos de votação no Plenário do
 Senado antes de ser enviado à Câmara dos Deputados.
Agência Senado
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