BVRio e GVces promovem simulação de mercado de carbono para empresas no Brasil


 
Rio de Janeiro,  – A bolsa de valores ambientais BVRio e o Centro de Estudos de Sustentabilidade da FGV/EAESP (GVces) firmaram uma parceria para implementar um simulado de mercado de carbono no âmbito da Plataforma Empresas pelo Clima (EPC). A EPC foi desenvolvida pelo GVces há cinco anos para envolver empresas brasileiras no processo de discussão e engajamento frente às mudanças climáticas, a gestão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a proposição de políticas públicas.
 
O propósito da simulação é oferecer ao setor empresarial uma experiência prática e realista sobre o funcionamento de um sistema cap and trade. Ou seja, um sistema de comércio de emissões (trade) que busca restringir a quantidade de GEE de um setor ou da economia de uma região ou país dentro de um limite preestabelecido (cap).
 
“Essa é uma experiência pedagógica pioneira no Brasil”, afirma Mario Monzoni, coordenador do GVces, sobre o contexto de mercado de carbono. “Por meio do simulado as empresas terão oportunidade de aprender o que é esse mercado, fazendo na prática.” A iniciativa representa um processo de conformação entre as empresas, a BVRio e o GVces, que poderão tirar aprendizados de como atuar num sistema cap and trade. “Ao fazer a simulação, espera-se também que a empresas estejam mais preparadas para dialogar com o governo sobre um futuro mercado de carbono brasileiro”, explica Beatriz Kiss, coordenadora da iniciativa pela EPC.
 
As bases do simulado foram construídas em 2013, em um processo conjunto com as empresas da EPC e a partir das experiências de mercados reais, ativos ou em construção, em diversos países. “O exercício estará apoiado nos dados reais de emissões das empresas, fornecidos pelo Programa Brasileiro GHG Protocol”, esclarece Renato Armelin, Coordenador do Programa Sustentabilidade Global do GVces, que envolve tanto o GHG como a EPC. “O período de negociações deste ciclo 2014 terá início em março, com um leilão de venda de permissões de emissão, e se encerrará no final de novembro”, completa Armelin.
 
A BVRio disponibiliza sua plataforma de negociação BVTrade para a iniciativa. Para tanto, a BVRio fez ajustes e adaptações necessárias, de modo a atender às peculiaridades da simulação, incluindo o desenvolvimento de um registro de permissões de emissões, um ambiente eletrônico de negociação, uma plataforma eletrônica de leilões, ferramentas de gestão de emissões e interfaces diferenciadas para diferentes tipos de participantes:empresas, governo e operador de mercado. Em fevereiro, as empresas membro da EPC tiveram o primeiro contato com o sistema, numa fase preparatória que precede o lançamento da iniciativa, em 14 de março.
 
“A BVRio vê esta simulação como um passo importante para o processo de desenvolvimento de um mercado de carbono nacional. Para tal, desenvolvemos a primeira plataforma de comércio de carbono no país, que servirá para apoiar o desenvolvimento de um mercado de abrangência nacional no futuro”, comentou Pedro Moura Costa, presidente da BVRio.
 
A EPC já conta em 2014 com 20 empresas, entre elas AES Brasil, Braskem, Banco do Brasil, Camargo Correa, EDP, Suzano, TAM e Vale. Do total de empresas, 16 já estão inscritas no simulado de mercado de carbono. Tanto a EPC, como o simulado ainda estão abertos a novas adesões.

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