Diretora-geral da ANP defende ganhos do governo com o leilão de Libra
A diretora-geral da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda
Chambriard, defendeu, nesta quarta-feira (11), o leilão do campo
petrolífero de Libra, na Bacia de Santos.
Magda estimou em R$ 1 trilhão os ganhos governamentais com a exploração desse campo petrolífero do pré-sal nos próximos 35 anos.
Com previsão de produção de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo, o campo de Libra foi leiloado no último dia 21 de outubro.
Apesar
da expectativa de participação de até quatro consórcios, houve apenas
um, formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC. Ele
venceu o leilão com a proposta de repassar à União 41,65% do excedente
em óleo extraído – o percentual mínimo fixado no edital.
A
Petrobras participou como operadora única e dona obrigatória de pelo
menos 30% do consórcio vencedor. A única proposta apresentada contou com
40% de participação da Petrobras no grupo.
Índice pequeno
O
presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e
Comércio, deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO), questionou o valor alcançado
no leilão. “Os 41,65% são um índice pequeno, considerando a perspectiva
de produção do campo. É um local altamente promissor com grande
possibilidade de lucro”, ponderou.
Magda
Chambriard, no entanto, lembrou que 11 empresas foram habilitadas para
participar da licitação. Segundo ela, a oferta única deve-se “à natureza
do negócio, que exige altos investimentos”.
Arrecadação
O
R$ 1 trilhão estimado que o governo deverá arrecadar com o campo de
Libra nos próximos 35 anos inclui cerca R$ 300 bilhões de royalties, R$
15 bilhões do bônus de assinatura desembolsado na assinatura do
contrato, o excedente de óleo produzido no campo e os tributos pagos
pelas empresas. Ao final dos 35 anos, o campo volta para a União.
Segundo Chambriard, o campo de Libra tem o potencial de funcionar por
até 100 anos.
Segundo
Magda, os 41,65% do excedente que serão pagos pelas empresas ao governo
devem gerar por volta de R$ 700 bilhões. Agnolin acredita que a falta
de concorrentes na licitação impediu a oferta de um percentual maior.
A
diretora da ANP discordou: “O espaço que tínhamos para uma melhoria da
participação governamental era ínfimo. Tanto é que parte das críticas é
no sentido de que o leilão foi muito barato enquanto que, a outra parte,
destaca que foi muito caro. Quando a gente vê isso, tem duas certezas:
primeiro, que a desinformação é grande; segundo, que acertamos na mão”.
Convocação
A
ida de Magda à Câmara foi negociada com o ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão. A ideia inicial da comissão era convocar o ministro para
prestar os esclarecimentos aos deputados. Nesse caso, a ida à Câmara
seria obrigatória.
Durante
a audiência, Ângelo Agnolin disse que vai solicitar à Mesa da Câmara a
realização de uma comissão geral sobre o tema. Nas comissões gerais, que
são realizadas em Plenário, diversas autoridades, especialistas e
parlamentares debatem o assunto. “Conseguimos informações importantes
aqui, mas a sociedade ainda tem muitas dúvidas sobre as modalidades de
exploração de petróleo no Brasil e as vantagens do leilão de Libra para o
país”, argumentou.
Comentários
Postar um comentário