Indústria de transformação deve crescer com menos intensidade


Agência Brasil -

Depois de fechar 2013 com resultados que apontam para a plena recuperação do recuo de 2,4% registado no ano passado, a indústria de transformação deverá ser a única do segmento industrial a ter, em 2014, crescimento em nível inferior ao deste ano. Conforme projeção do Departamento de Estudos Econômicos Econômicos da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), o crescimento no próximo ano pode alcançar 2%.

Ao fazer ontem (10) o anúncio, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, atribuiu a redução no ritmo de atividade a uma demanda menos aquecida no mercado interno, combinada com maior dificuldade no acesso ao crédito. Pelos cálculos da Fiesp, o consumo das famílias deve registrar, neste ano, aumento de 2,3% e de 2,2%, no próximo exercício, ante percentuais que vinham oscilando acima de 5% entre 2006 e 2010.

Em direção contrária, ressaltou Skaf, as exportações tendem a ganhar mais expressividade tanto em função da valorização do dólar quanto da própria recuperação das economias dos Estados Unidos e da Europa. Para este ano, ele estimou que as vendas externas tenham expansão de 1,2% e, para 2014, algo em torno de 3,4%.

Embora, em 2013, o setor manufatureiro  tenha evoluído favoravelmente, Skaf observou que o Brasil encerra o ano com desempenho mais fraco do que a média alcançada pelos países latino-americanos. ”Vamos ficar atrás da América Latina, que deve crescer 2,7% e isso deve ocorrer, novamente, em 2014”.

Skaf salientou que, comparado ao PIB [Produto Interno Bruto] mundial, previsto em 2,2% pelo Banco Mundial, o país ficará à frente. Mas, se for levada em conta a projeção de aumento de 2,9%, feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil crescerá menos.

Na média, o aumento do PIB da indústria foi estimado em 2,2% neste ano e 2%, no próximo, com destaque para a atividade extrativa mineral, com resultado negativo de 2,7% neste ano e previsão de alta de 4,3% para 2014. Para Skaf, embora a indústria de transformação tenha se tornado mais competitiva, ainda enfrenta situação desfavorável em relação à concorrência externa por causa dos custos de produção mais elevados.

Ele criticou a decisão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de reajustar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) com taxa bem acima da inflação e manifestou expectativa de que a Justiça paulista conceda liminar contra o aumento. O parecer sobre a ação direita de inconstitucionalidade (Adin), impetrada pela Fiesp, deve sair amanhã (11). Na opinião de Skaf, o dinheiro que a prefeitura espera arrecadar com o aumento poderia ser obtido com a recuperação dos recursos desviados no esquema de fraudes do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fundhacre realiza rodas de conversa sobre segurança do paciente

Estado investe mais de R$ 8 milhões na aquisição de veículos, materiais e equipamentos para a segurança