Polícia Civil alia repressão com prevenção no enfrentamento às drogas

Mayke Toscano/Secom-MT

Polícia Civil realiza Incineração de Drogas

De 2012 até a primeira quinzena de dezembro de 2013, foram indiciadas 1.718 pessoas nos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas. A Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil, apreendeu mais de duas toneladas de entorpecentes somente na região metropolitana, em 14 grandes operações policiais, que também culminaram na apreensão de duas aeronaves usadas por organizações criminosas para trazer entorpecentes da Bolívia.

No ano de 2013, 818 pessoas (694 homens e 124 mulheres) foram indiciadas em 724 inquéritos policiais, além 1.504 termos circunstanciados de ocorrências (TCO) de uso de drogas. Os detidos foram encaminhados aos Juizados Especiais de Cuiabá e Várzea Grande. As investigações resultaram na apreensão de 1,5 mil quilos de drogas. Em todo o Estado, o conjunto de ações das delegacias e da Polícia Militar resultou na retirada de circulação de quatro toneladas e 183 quilos de entorpecentes nos dois últimos anos.

Para a delegada titular da DRE, Alana Cardoso, o diferencial das ações da Polícia Civil de Mato Grosso está no uso adequado de técnicas investigativas que mesclam ferramentas de inteligência com trabalho de pesquisa e campo. “Das apreensões de drogas deste ano, 99% delas foram frutos de investigações com ferramentas tecnológicas e incursões em campo”.

A delegada adjunta, Juliana Chiquito Palhares, acrescenta que o trabalho da Delegacia tem foco principalmente nas organizações criminosas e na região de fronteira, sem deixar de atuar no tráfico doméstico na Capital. De acordo com a delegada, em 2013 a DRE traçou metas para enfrentamento do tráfico também conhecido por “formiguinha”. “É uma situação que incomoda as comunidades que são atingidas pelas chamadas ‘bocas de fumo’, há, ainda, grande incidência de crimes contra o patrimônio nas regiões onde esse tipo de tráfico se instala”, observa.

MULHERES E ADOLESCENTES

Dados da Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE) apontam que, neste ano, foram indiciadas por tráfico de drogas 124 mulheres, envolvidas com quadrilhas ou mesmo comandando “bocas de fumo”. “Notamos que a participação da mulher no tráfico de drogas não se limita àquela situação da tentativa de entrada em unidade prisional com droga escondida em seu corpo, ou mesmo nos objetos destinados ao reeducando ou reeducanda”, disse a delegada Juliana Palhares.

Os adolescentes também têm forte atuação no tráfico, já que muitos são utilizados por organizações devido à situação jurídica diferenciada pela legislação. O delegado Eduardo Botelho, adjunto da Delegacia Especializada do Adolescente (Dea), concorda com a afirmação e reforça que o porte de drogas para uso e o tráfico de drogas lideram os procedimentos na unidade policial. “Muitos traficantes acabam ‘angariando’ menores para o tráfico. Enquanto os maiores arquitetam, os menores realizam a venda”, explica o delegado.