SC é referência nacional para o Teste do Pezinho
A Secretaria de Estado da Saúde investiu durante o ano de 
2013, cerca de R$ 7 milhões no Programa de Triagem Neonatal, também 
conhecido como Teste do Pezinho. Até novembro de 2013, mais de 509 mil 
exames foram realizados em 70,9 mil bebês.
O Programa de Triagem Neonatal catarinense é considerado um
 dos mais avançados do país. No Estado, o Teste do Pezinho contempla 
sete exames em recém-nascidos. Seis exames integram o Programa Nacional 
de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. O sétimo teste só é 
realizado em Santa Catarina e serve para detectar detectar doença 
hereditária ou erro metabólico, o que pode gerar deficiência mental e, 
em alguns casos, a morte.
Ate 2012 o programa nacional contemplava quatro exames. A 
partir de 2013, o Ministério da Saúde adicionou mais dois testes, já 
realizados pelo Governo do Estado há alguns anos. Desde 2001, Santa 
Catarina faz o exame de hiperplasia adrenal congênita para diagnosticar 
exagero na produção do hormônio testosterona e deficiência na produção 
de cortisol e aldosterona, o que provoca perda de sal no organismo da 
criança podendo levar à morte. Já o exame de deficiência de biotinidase,
 que diagnostica uma doença metabólica que pode desencadear convulsões, 
falta de coordenação motora e atraso no desenvolvimento, começou a ser 
feito em SC a partir de 2008.
Outras doenças também são investigadas pelo Laboratório de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) na triagem neonatal, como a fenilcetonúria
 (causa um comprometimento neurológico no desenvolvimento da criança), 
hipotireoidismo congênito (pode levar ao retardamento mental e má 
formação física), anemia falciforme (gera alterações em todos os órgãos e
 sistemas do corpo) e fibrose cística (faz com que a criança tenha uma 
deficiência hormonal).
A Triagem Neonatal é um exame gratuito e obrigatório, 
realizado em todos os recém-nascidos, a partir de gotas de sangue 
colhidas do calcanhar do bebê, que deve ter entre três e cinco dias de 
vida. A cobertura da triagem neonatal no Estado é a melhor do Brasil, 
com 89% de abrangência, enquanto a média nacional é de 82%.
Hospital Infantil Joana de Gusmão é destaque na Triagem Neonatal
O Hospital Infantil Joana de Gusmão é o Serviço de 
Referência em Triagem Neonatal no Estado, credenciado pelo Ministério da
 Saúde. Até novembro de 2013, o hospital já tratou 588 crianças com 
hipotireoidismo congênito, 127 com fenilcetonúria, 85 casos de anemia 
falciforme, 170 com fibrose cística, 165 com hiperplasia adrenal 
congênita, 101 crianças com deficiência de biotinidase e quatro com 
galactosemia.
“Encaminhada pelo município, a criança, na sua primeira 
consulta no Hospital Infantil, realiza o exame para identificar a 
etiologia do hipotireoidismo congênito”, explica  Marilza Leal 
Nascimento, endocrinologista e  pediatra do HIJG.
O Hospital Infantil também realiza aconselhamento genético 
aos pais com crianças que possuem alguma dessas patologias, 
orientando-os sobre a possibilidade de outros filhos terem a mesma 
doença.
A equipe de Triagem Neonatal do Hospital Infantil é 
composta por psicólogo, nutricionista, assistente social, 
fisioterapeuta, fonoaudióloga e dez pediatras. Todos do corpo funcional 
da Secretaria de Estado da Saúde.
Teste do Pezinho em Santa Catarina
Em Santa Catarina, a triagem Neonatal é realizada em 809 
locais de coleta, entre postos de saúde, maternidades e hospitais. A 
amostra de sangue dos recém-nascidos é colhida nos municípios e enviada 
ao Lacen para análise. No laboratório é feita a busca ativa dos 
pacientes cujas amostras apresentarem resultados fora do normal. Nesse 
caso é solicitada uma nova amostra para repetição do teste ou, 
dependendo da gravidade da doença, os pacientes são encaminhados 
diretamente ao Hospital Infantil Joana de Gusmão para consulta com 
especialistas.
O Teste do Pezinho tornou-se obrigatório em Santa Catarina 
há 27 anos, para todas as crianças nascidas nos hospitais e 
maternidades.
Triagem Neonatal ajuda a combater a taxa de mortalidade infantil
Santa Catarina tem a menor taxa de mortalidade infantil do 
Brasil, conforme dados do IBGE. Para cada mil crianças nascidas vivas, 
9,2 menores de um ano morrem, enquanto a média nacional é de 16,7 
óbitos.
O risco de um nascido vivo morrer na primeira semana de 
vida é classificado como taxa de mortalidade neonatal precoce, e em 
Santa Catarina o índice é de 5,6 mortes a cada mil recém-nascidos.  A 
taxa de mortalidade neonatal tardia, que é o risco de um nascido vivo 
morrer dos sete aos 27 dias de vida, é de 2,03 para cada mil nascidos em
 SC. E no pós-neonatal, com crianças de até cinco anos, Santa Catarina 
tem uma taxa de mortalidade considerada baixa no país, de 10,61 mortes a
 cada mil nascidos vivos.
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