Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, vai a Portugal



Depois do sucesso de público e crítica em várias temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo, além de uma turnê por 6 cidades do Brasil a comédia musical Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, chega a Lisboa para fazer parte da programação do Ano do Brasil em Portugal. Com apresentações nos dias 24 e 25 de novembro no Teatro Nacional Dona Maria II, o espetáculo conta com a direção de João das Neves, um dos fundadores do “Grupo Opinião”. No elenco de protagonistas, Bianca Byington, Alexandre Dantas, Daniela Fontan e Jackson Costa, a quem se juntam os atores Leandro Castilho, Vilma Melo, Fábio Pardal e Francisco Salgado.
A peça, indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a história de Joaquim Simão (Alexandre Dantas ), poeta de cordel, pobre e “preguiçoso”, que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha (Daniela Fontan), mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão (Jackson Costa ) e Clarabela (Bianca Byington), possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro brasileiro.
Para Ariano Suassuna, a Farsa da Boa Preguiça tem dois temas centrais. Nela, não defendo indiscriminadamente a preguiça — coisa que, aliás, não poderia fazer, pois ela é um dos “sete vícios capitais” do Catecismo. No Teatro antigo, havia uma convenção, segundo a qual, no fim da história, o autor podia dar sua opinião sobre o que acontecera no palco. Era a chamada “licença”, ou “moralidade”. Pois bem. Na “licença” da “Farsa”, numa das estrofes finais do terceiro ato, diz um dos personagens:
“Há uma Preguiça com asas,
outra com chifres e rabo.
Há uma preguiça de Deus
e outra preguiça do Diabo”.
Com um texto rimado, característica muito presente nas obras de Ariano, Alexandre Elias, diretor musical da montagem, musicou vários momentos do espetáculo. Entre eles a música de abertura, composta pelo próprio João das Neves. Segundo Alexandre, são 15 músicas no total. “A sonoridade que estou construindo para o espetáculo é a que encontramos no universo do Ariano, uma mistura de musica nordestina de raiz, música folclórica, e, como não poderia deixar de faltar, música armorial. Essa música armorial é uma mistura da música nordestina de raiz com música medieval e clássica”, explica Elias.
Farsa da Boa Preguiça
24 e 25 de novembro | Teatro Nacional Dona Maria II – Sala Garrett – Lisboa

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