Estigma e discriminação dificultam acesso ao teste de HIV em hospitais do Laospor ONU Brasil |
Apenas um terço dos homens gays e outros homens que fazem sexo com homens conhecem seu estado sorológico para o HIV na República Democrática Popular do Laos. O estigma e a discriminação são barreiras que dificultam o acesso dessas pessoas ao teste de HIV em hospitais públicos e clínicas.
Protocolos complexos, tratamento desigual e às vezes preconceituoso por parte dos profissionais de saúde e a falta de confidencialidade dos resultados têm um impacto adicional no acesso ao teste de HIV.
“Muitos de nossos amigos têm medo de fazer o teste de HIV porque acham que as etapas são desafiadoras e até hostis”, disse Phoulikhan Siphabouddy, um defensor comunitário da LaoPHA, uma organização não governamental de Laos.
Para resolver essa questão, a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) apoiou o governo e a LaoPHA na realização de testes de fluidos orais em três províncias.
A maioria das pessoas pressupõe que o teste envolve a coleta de uma amostra de sangue. Mas o teste de fluido oral detecta anticorpos contra o HIV, não o próprio vírus. Um coletor é suavemente friccionado nas gengivas superior e inferior e o cotonete é colocado dentro de um tubo de ensaio contendo um reagente. O resultado sai em 20 minutos.
Membros da comunidade, chamados de educadores de pares, treinam voluntários para a triagem de fluidos orais. A testagem é rápida, fácil e pode ser feita em qualquer lugar.
Cerca de 82% das pessoas concordaram em realizar um teste de HIV por meio do teste de fluido oral, em comparação com apenas 17% entre os encaminhamentos para clínicas, de acordo com o Ministério da Saúde.
“A nova abordagem excedeu drasticamente as metas de testes de HIV de Laos em mais de 200%”, disse Bounpheng Philavong, diretor do centro de Laos para HIV/AIDS e IST.
Ele, em conjunto com o LaoPHA, está convencido de que os serviços liderados pela comunidade fornecem um ambiente propício para que populações-chave tenham acesso aos serviços de HIV de maneira livre de discriminação.
A vinculação de pessoas que vivem com HIV em serviços de saúde e tratamento também melhoraram, com os mesmos voluntários comunitários fornecendo apoio para encaminhamento para clínicas confiáveis.
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