Em dia internacional, UNESCO ressalta que educação é direito humano e responsabilidade pública

por ONU Brasil
Estudantes numa escola primária em Bingerville, um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. No país, menos de 70% das crianças frequentam o ensino primário. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) distribui kits de material escolar para as crianças e apoia o Ministério da Educação na construção de escolas e treinamento de professores. Foto: UNICEF/Dejongh
Estudantes numa escola primária em Bingerville, um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. No país, menos de 70% das crianças frequentam o ensino primário. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) distribui kits de material escolar para as crianças e apoia o Ministério da Educação na construção de escolas e treinamento de professores. Foto: UNICEF/Dejongh

Em mensagem para o Dia Internacional da Educação, comemorado pela primeira vez nessa quinta-feira (24), a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, ressaltou que a edução é um direito humano e uma responsabilidade pública, além de ser fundamental para o desenvolvimento sustentável dos países. Para a chefe da agência da ONU, o custo de não investir na educação resultará em exclusão e divisões nas sociedades.
Em todo o mundo, 262 milhões de jovens não vão à escola. Mas mesmo quando frequentam os centros de ensino, eles nem sempre estão aprendendo. Um relatório recente da UNESCO revela que 617 milhões de crianças e adolescentes não sabem ler nem resolver equações básicas de matemática — desse contingente, dois terços são alunos matriculados.
"Sem uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e com oportunidades para todos ao longo da vida, os países não conseguirão quebrar o ciclo de pobreza que está deixando milhões de crianças, jovens e adultos para trás", ressaltou Audrey.
Segundo a chefe da agência da ONU, "a educação é a força mais poderosa em nossas mãos para garantir melhorias significativas na saúde, para estimular o crescimento econômico, para liberar o potencial e a inovação de que precisamos para construir sociedades mais resilientes e sustentáveis".
Ressaltando que "a educação é um direito humano, um bem público e uma responsabilidade pública", a dirigente pediu mais cooperação em nível global para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 4. Essa meta da ONU prevê a universalização até 2030 da educação pré-escolar e dos ensinos fundamental e médio. Também determina que, ao longo dos próximos 12 anos, as nações terão de alcançar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis.
Na avaliação de Audrey, o mundo não está no caminho certo para atingir essa agenda. Além dos números de meninos e meninas fora da escola ou que não estão aprendendo, "menos de 40% das meninas na África Subsaariana concluem o ensino médio, e cerca de 4 milhões de crianças e jovens refugiados estão fora da escola, com suas vidas interrompidas por conflitos e perdas", lembrou a dirigente da UNESCO.
"Nosso desafio é fazer a educação funcionar para todos, promovendo inclusão e equidade em todos os âmbitos, para não deixar ninguém para trás. Isso exige atenção especial às meninas, aos migrantes, às pessoas deslocadas e aos refugiados, (além de) apoiar os docentes e tornar a educação e a formação mais sensíveis às questões gênero", acrescentou.
De acordo com Audrey, o problema também "requer urgentemente recursos internos ampliados e ajuda internacional, pois o custo de não investir resultará em divisões, desigualdades e exclusões nas sociedades".
"Nós não conseguiremos mitigar a mudança climática, adaptar-nos à revolução tecnológica, muito menos alcançar a igualdade de gênero, sem um compromisso político inteiramente engajado com a educação universal", afirmou a autoridade da UNESCO, que convocou todos os governos e todos os parceiros do organismo a fazer da educação uma de suas prioridades.
Em uma publicação na rede social Twitter para marcar a data internacional, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que ele mesmo foi professor, bem antes de ser funcionário público em Portugal, seu país de origem, ou de trabalhar para as Nações Unidas.
"Nas favelas de Lisboa, eu aprendi que a educação é uma força para a dignidade, oportunidade e paz", disse o dirigente máximo da Organização.

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