Deficientes visuais dão aula de superação na Oficina de Música
Superação e inclusão são conquistas de alguns estudantes da 36º Oficina de Música de Curitiba, que primeira vez colocou na grade pedagógica cursos para pessoas com deficiência visual e física. Trinta e três cegos estão participando das aulas de Fundamentos do Sistema Braille e da Musicografia Braille e de Elementos do Som e da Apreciação Musical, ambos com o músico Luiz Amorim, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC).
“Nos sentimos acolhidos pela Oficina de Música e recebemos muito afeto, pois entenderam nossas limitações pela acessibilidade e temos ajuda desde que saímos do ônibus até no almoço. Tudo para dar conforto e tranquilidade”, comentou o Amorim, que também é deficientes visual.
As aulas inclusivas começaram na terça-feira (22/1) e vão até este sábado (26/1). Com a intensão de dar apoio aos alunos e melhorar o aproveitamento das aulas, cinco voluntários inscritos na Oficina reforçam a estrutura.
A atriz curitibana Helen Hamada, aluna de Elementos do Som e da Apreciação Musical, buscou o curso para complementar os estudos. “Sempre tive um pezinho na música, mas agora estou tentando ser uma multiartista. O curso ajuda muito e as aulas são produtivas”, afirmou Helen.
As aulas possibilitam à professora de música Simone Miranda compreender melhor o processo de escuta dos alunos. “O professor Luiz Amorim é ótimo e usa a mesma linguagem que os alunos. A Oficina de Música está de parabéns”, disse.
Para Amorim, o processo de inclusão acontece pela interação entre os cegos e os demais alunos da Oficina. “As pessoas sem deficiência, seja a equipe de produção, seja quem está passando pelo local, aprende a conviver com a diversidade humana. Não existe só um tipo de ser humano, existem vários e a pessoa que não enxerga é um desses tipos que têm ficado a margem.”
Nesta edição da Oficina de Música também aconteceram oficinas de percussão especial em duas Unidades de Acolhimento Institucional (UAI).
Comentários
Postar um comentário