Revista
serrote
comemora seu décimo número com edição especial do Alfabeto serrote e ebooks
Clássicos serrote com download gratuito
À esquerda, capa da
revista serrote #10. Á direita,
capa da edição
especial do Alfabeto serrote
A serrote,
revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, chega esta semana às livrarias
e comemora seu décimo número com a publicação de uma breve antologia da letra D
(de dez). Nela, Armando Freitas Filho explica a dor, Francisco Alvim desbrava a
palavra derradeiro, o filósofo Giorgio Agamben pensa na democracia e o filólogo
Luciano Canfora analisa a demagogia através da história. Complementam a edição
especial do Alfabeto serrote a
demolição explicada pelo Coletivo de Mídia Raqs, uma seleção de dedicatórias,
as definições de Deus e Diabo, o Dry Martini de Luis Buñuel, e o deixa-disso do
editor da serrote, Paulo Roberto Pires.
A quadrimestral do IMS
também lança os ebooks Clássicos serrote,
que terão download gratuito no site revistaserrote.com.br.
Três edições estão disponíveis: Aforismos
reunidos, texto de Franz Kafka que foi publicado na serrote
#1 (esgotada);
Elogio da mão, de Henri Focillon,
publicado na serrote #6; e os ensaios dos três
ganhadores do prêmio de
ensaísmo serrote: Os duplos
de Sebald, de Luciano Ferreira Gatti (1º lugar, que terá também
publicação na serrote #10), “Terra em transe”, cinema e política: 45 anos,
de Rodrigo Guimarães Nunes (2º lugar), e Uma
viagem para a China, de Carlos Alberto Shimote Martins.
A serrote #10 traz
também:
- o arquiteto e historiador
argentino Adrián Gorelik, que
descreve como a construção de Brasília gerou uma expectativa frustrada logo no
momento de sua realização. O texto é acompanhado por ilustrações criadas a
partir dos padrões de mosaicos feitos por Athos
Bulcão (1918-2008), uma das mais fortes identidades visuais da
Capital Federal.
- o artista carioca Waltercio Caldas criou exclusivamente para
esta edição da revista o ensaio visual Ficção
nas coisas, um percurso por imagens que multiplica as relações
possíveis entre as palavras e as coisas.
- Stendhal (1783-1842) escreveu uma lista de
privilégios em forma de tratado jurídico aos 57 anos, dois anos antes de morrer.
Entre os preceitos para uma vida abençoada publicados nesta serrote estão mudar
de corpo, ler pensamentos e morrer sem dor.
- um
dos mais contundentes críticos culturais americanos, Lee Siegel conta como o escritor John Updike (1932-2009) pagou um preço alto pelo seu talento e
foi enterrado vivo por críticos e jovens autores americanos.
- a quadrimestral do IMS publica
também uma entrevista que o cineasta italiano Pier
Paolo Pasolini (1922-1975) fez com o poeta americano Ezra Pound (1885-1972) em 1967. A conversa, pontuada
pelos Cantos - monumental e
inacabada obra-prima de Pound - e
pela tensão política entre os dois, foi ao ar em junho do ano seguinte, no
programa An hour with Ezra Pound,
dirigido por Vanni Ronsisvalle.
- o discurso de Lula é analisado
pelo psicanalista Tales Ab’saber,
que afirma que o ex-presidente, em sua fala, soa como um popular que rompeu o
pacto do homem cordial, calado pelo intelectual e pela autoridade. Luladegeladeira, Luladepelúcia e Luis Inácio Guevara da Silva, obras de Raul Mourão, ilustram
o texto.
- vencedor do prêmio de ensaísmo serrote,
Luciano Gatti analisa em seu texto
a complexidade do escritor alemão W.G. Sebald,
também autor na revista de uma enigmática série de textos associados a obras do
artista Jan Peter Tripp.
Cultivadas em uma amizade de mais de 40 anos, as afinidades entre Sebald e
Tripp tomaram a forma neste projeto, Não-contado,
que é publicado pela primeira vez no Brasil.
- a serrote antecipa com exclusividade algumas entrevistas que fazem parte do
livro It Chooses you, da
escritora, artista e cineasta Miranda July.
Para compor o livro, que será publicado no Brasil pela Companhia das Letras em
2013, Miranda rodou Los Angeles com a fotógrafa Brigitte Sire e realizou diversas conversas com personagens
reais encontrados a partir do PennySaver,
jornal popular de classificados americano.
- o catalão Eloy Fernández Porta, premiado crítico
cultural, usa o termo afterpop
para definir as complexas relações entre arte e literatura e a cultura de massa.
Para o escritor, a cultura de consumo é hoje um passado muitas vezes clássico
que ele respeita, mas que dá por terminado. Fragmentos do painel The Swimmer in the Economist #2, feito por
James Rosenquist - um dos
representantes da pop art americana - acompanham o ensaio de Fernández Porta.
- o crítico de arte e designer Peter Campbell (1937-2011) fez um estudo
sobre o papel da janela na pintura romântica no texto Estou me intrometendo?, ilustrado por
obras de Carl Wilhelm Gropious, Caspar David Friederich e Johan Christian Dahl. Este foi o último
ensaio publicado por Campbell, que morreu em outubro do ano passado.
- a artista visual e poeta carioca Laura Erber escreve sobre os trabalhos de Henri Michaux (1899-1984) que, sob o efeito
da mescalina, passa da escrita ao desenho, no estilo abstrato que ela define
como um “ateliê do cérebro”.
- para o professor de filosofia e
estética catalão Félix de Ázua,
autor do verbete do Alfabeto serrote
desta edição, o silêncio, desde o Renascimento italiano, se transformou em uma
das mais belas artes e sua importância não parou de crescer como o passar das
gerações.
- Em É possível definir o ensaio?, o suíço Jean Starobinski tentar explicar o gênero em
texto originalmente concebido como discurso de agradecimento pelo Prêmio
Europeu do Ensaio, que recebeu em 1982. As imagens que acompanham a definição
são do americano Doug Keyes, e
fazem parte da série Collective Memory, feita a partir de livros e documentos.
- a serrote #10 traz
também as primeiras páginas da ficção Isto
não é um romance, que David
Markson (1927-2010) publicou em 2001. A narrativa
faz parte da fase mais radical de sua obra e tem efeito hipnótico, sem
personagens ou trama. Ao lado do texto foram publicadas imagens de anotações de
Markson em páginas de sua biblioteca pessoal.
Comentários
Postar um comentário