Londrina realiza Jornada sobre raiva humana e animal


O evento reuniu profissionais da saúde e áreas afins, com o objetivo de discutir a prevenção, profilaxia e condutas sobre a raiva humana e animal
A “Jornada Norte Paranaense sobre Raiva Humana e Animal”,  está sendo  realizada hoje (8), pela Prefeitura de Londrina  em parceria com a Universidade Estadual de Londrina(UEL), no Auditório Milton Alcover da Sociedade Rural Do Paraná.  O objetivo é discutir a prevenção, a profilaxia e as condutas relacionadas à raiva humana e animal, propor condutas a toda a região de Londrina nos casos suspeitos, sob investigação e confirmados de raiva, com base no protocolo do Ministério da Saúde, além de também propor a elaboração de um sistema de informação integrado entre os serviços envolvidos.

O secretário municipal de Saúde, Edson Antonio de Souza, que representou o prefeito Barbosa Neto, destacou a importância do evento. “Londrina é a primeira cidade do Estado a fazer um encontro para discutir a raiva humana. É preciso repensar esse novo panorama da transmissão da raiva animal. Os 21 municípios que compõem a 17ª Regional da Saúde precisam estar informados sobre a melhor metodologia e a melhor articulação para um trabalho eficaz”, destacou.

A diretora de Epidemologia e Informações em Saúde, Sandra Regina Caldeira Melo, afirmou que o evento se fez necessário devido ao aumento de casos de raiva bovina em Londrina e região. “Já recebemos cerca de 2.200 notificações de exposição do animal. A intenção era realizar um evento com todos os envolvidos. A raiva, nos animais, aumenta o risco de raiva humana. É preciso proporcionar proteção e informação não só ao profissional de saúde, mas a toda a população”.

O professor de zoonose e saúde pública do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Uel, Italmar Teodoro Navarro, destacou a participação dos profissionais de Saúde e o objetivo central do evento. “As pessoas mais importantes deste evento são vocês, profissionais de saúde, que vão multiplicar o conhecimento adquirido aqui hoje e aplicá-lo no dia a dia. Para isso, é fundamental uniformizar o Protocolo de Atenção a animais e seres humanos que tiveram contato com animais contaminados ou apresentem sintomas da doença. Isso é necessário para que todos possam falar a mesma linguagem ao lidar com os casos”, ressaltou.

Uma das palestrantes, médica epidemiologista, diretora geral do Instituto Pasteur de São Paulo, e presidente da Comissão Estadual de Coordenação do Programa de Controle da Raiva de São Paulo Neide Yumie Takaoka, falou da necessidade de atenção para com a raiva. “Quando se tem a noticia de que está controlada, que é uma doença que não se vê, a tendência é esquecer dela, negligenciar. Não pode esquecer. Se a de animais domésticos está controlada é preciso pensar sobre a raiva em outras espécies como o morcego e não só os hematófagos, mas os de outras espécies e também animais silvestres”, alertou.

 A médica veterinária responsável pela área de Raiva da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DDSA), pelo Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (DEFIS) e membro da Comissão Permanente do Controle da Raiva no Paraná, Elvira Jorge Pierre, destacou a importância da informação para o controle da raiva. “Um dos pilares do controle da raiva é a educação sobre a saúde animal, e um encontro desses é ótimo para socializar o conhecimento sobre a doença e as medidas a tomar para encaminhar as pessoas que tiveram contato com animais infectados, especialmente os morcegos que não são estáticos, estão sempre migrando a procura de comida, então tem um alcance maior na transmissão”.

Para a médica veterinária  e coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, da Secretaria de Estado da Saúde Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e membro da Comissão Permanente do Controle da Raiva no Paraná, Marcia Zinelli da Silveira Pereira a população precisa estar mais informada.“O perfil da raiva está mudando. Se antes eram registrados casos em animais como cães e gatos, agora se percebe em morcegos e animais silvestres positivando para dentro das cidades os casos. A população precisa ser alertada para isso e saber como agir, como, por exemplo, notificar a Vigilância Sanitária casos de morte de animais domésticos, manter os animais domésticos vacinados para a proteção da família e principalmente crianças”.

A “Jornada Norte Paranaense sobre Raiva Humana e Animal” foi promovida pela Prefeitura Municipal de Londrina, por meio da Secretaria de Saúde de Londrina e Universidade Estadual de Londrina através da Divisão de Assistência da Saúde da Comunidade UEL (DASC).  O evento teve apoio do Núcleo de Epidemiologia do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina; 17ª Regional de Saúde do Paraná; Secretaria de Estado de Saúde do Paraná; Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento; representantes dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e Geociências da Uel; representantes dos cursos de Agronomia e Enfermagem da Unifil e representantes do curso de Medicina Veterinária da Unopar e ainda do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Londrina (CRMV) além da Sociedade Rural do Paraná que cedeu o espaço para a realização da Jornada.

Sobre a raiva

A raiva é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus, que compromete o Sistema Nervoso Central (SNC). Trata-se de uma encefalite, em geral de evolução rápida, dependendo da assistência médico-hospitalar recebida pelo paciente. É uma zoonose, ou seja, é transmitida pelo animal aos humanos através da mordedura, arranhadura ou lambedura. Na maioria dos casos os transmissores são cães e gatos. Porém, vários outros mamíferos podem transmitir a doença. A mortalidade da raiva humana é de quase 100%, por isso o trabalho é muito importante no controle e na prevenção da doença.

Segundo o Ministério da Saúde (MS) a raiva humana é uma doença passível de ser eliminada no ciclo urbano pela existência e disponibilidade de medidas eficientes de prevenção tanto em relação ao homem quanto à fonte de infecção. As principais fontes de infecção no ciclo urbano são o cão e o gato. No Brasil, o morcego hematófago é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre.

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