Workshop sobre saúde sexual e reprodutiva reúne estudantes de medicina em Brasília

por ONU Brasil
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Workshop promovido no início de agosto em Brasília (DF) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em parceria com a Federação Internacional de Estudantes de Medicina (IFMSA) debateu a saúde sexual e reprodutiva e seus desafios, a importância de entender a diversidade e de melhorar o atendimento à população LGBTI.
A segunda edição do workshop “Formação de Liderança Profissional em Saúde Sexual e Reprodutiva” reuniu 20 estudantes de medicina de todo o país e contou com a presença de especialistas do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal e do UNFPA.
O representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, lembrou a relevância do evento ao ajudar na formação de médicos conscientes e multiplicadores da necessidade de garantir direitos, promover a equidade de gênero e impulsionar o acesso a insumos e serviços em saúde sexual e reprodutiva.
Nadal apontou questões preocupantes como o alto índice de gravidez não intencional na adolescência (no Brasil, 20% das mães têm menos de 19 anos), a violência de gênero e o casamento infantil.
“Em algum momento, todos esses indicadores vão passar pelas suas mãos, futuros médicos. Como vocês manejam esse tipo de situação vai ser determinante para a vida dessas pessoas. Ao saírem desse workshop, vocês terão um papel importante na medida em que serão peças influenciadoras e inspiradoras para outros profissionais de saúde, contribuindo para o debate e o engajamento, para melhorar o acesso a serviços de saúde, sempre focando na garantia de direitos”, declarou.
A representante do Ministério da Saúde, por meio da Coordenadoria de Saúde das Mulheres, Maria Gerlívia Angelim, elogiou a iniciativa do UNFPA na capacitação dos jovens.
“É um desafio trabalhar esse tema tão importante. O Brasil enfrenta obstáculos com relação à saúde da mulher, principalmente a saúde materna, por isso é importante trabalhar esse tema”, afirmou. De acordo com os dados do Ministério da Saúde de 2016, a taxa de mortes maternas daquele ano foi de 64,4 a cada 100 mil nascidos vivos durante ou depois do parto — o país tem uma meta nacional de alcançar o índice de 30 até 2030.

Jovens conscientes

O diretor nacional de saúde e direitos sexuais e reprodutivos da IFMSA, Gustavo Mendes e Silva, defendeu uma mudança na educação médica, com um olhar mais atento a questões sociais e aos direitos humanos.
“Conhecer todo o sistema significa saber, por exemplo, que aquela adolescente que engravidou com 15 anos pode não voltar para escola, pode sofrer relacionamentos abusivos. Nós médicos precisamos sair dos livros, olhar para essa realidade e falar sobre planejamento familiar, higiene íntima e saúde reprodutiva. A carreira médica não precisa focar apenas no atendimento final”, disse.
Entre as palestras assistidas pelos estudantes, estava a da representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Júnia Quiroga, que apresentou os temas de saúde conectados à Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), ocorrida no Cairo em 1994.
Júnia explicou que esta conferência, a mais importante para o UNFPA, foi um divisor de águas na forma como os temas de população e desenvolvimento passaram a ser abordados — de uma perspectiva puramente de controle populacional para o reconhecimento dos direitos reprodutivos como direitos humanos.
Ela também fez uma breve exposição sobre a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um compromisso pactuado globalmente pelo Sistema ONU em prol da melhora em vários indicadores, de saúde, educação à redução da pobreza.
“Essas plataformas, da Agenda 2030 e da Conferência do Cairo, não são diferentes, elas são convergentes. E já estamos em 2019, nosso relógio está indo rápido. Apesar dos nossos muitos avanços, existem muitos desafios que são, fortemente, de vocês, futuros médicos”, alertou.

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