Eventos no RS discutem acolhimento de refugiados e migrantes

por ONU Brasil
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Com cerca de 270 participantes, o Seminário de Engajamento Humanitário e Atendimento a Migrantes e Refugiados, realizado na semana passada (7), na cidade de Esteio (RS), proporcionou um dia de reflexão e debate sobre temas que envolvem a realidade dos refugiados e o reassentamento dessa população.
O evento foi promovido pela Prefeitura de Esteio, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo (SMCTE), e pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Esteio é uma cidade que hoje serve como referência ao se falar de interiorização de venezuelanos – o município já recebeu mais de 200 refugiados e migrantes da Venezuela. O prefeito Leonardo Pascoal relembrou o processo de acolhimento dos venezuelanos no município.
“Os desafios de receber 224 venezuelanos são muitos. No próximo mês, fará um ano do momento que essas pessoas chegaram ao nosso município, mudando não apenas as suas vidas, mas a da nossa cidade. Iniciou e terminou como um grande aprendizado”, afirmou.
Pascoal comentou sobre o convívio social e os temores da população na época. “Foi uma troca. Ter essas pessoas aqui não causou nenhum problema para a nossa cidade. Nenhum esteiense deixou de ser atendido nas unidades de saúde, escolas e demais serviços porque um venezuelano precisou de atendimento”, disse.

Dia de palestras

Na programação de palestras, a oficial de reassentamento do ACNUR, Gabriela Cortina, abordou o mandato da agência e suas frentes de atuação. “Trabalhamos para garantir a proteção de refugiados no mundo inteiro e no Brasil não é diferente. É nossa responsabilidade procurar por soluções duradoras, trabalhando com os estados, cidades e comunidades de acolhida pela integração social e econômica dessas populações em condição de vulnerabilidade”, explicou ela.
A assistente sênior de determinação da condição de refugiados do ACNUR Brasil, Giuliana Serricella, trouxe à pauta os benefícios recíprocos da interação entre refugiados e a comunidade de acolhida. “Os refugiados nunca chegam de mãos vazias. Precisamos enxergar de forma mais ampla que, consigo, eles trazem ferramentas, conhecimentos e lembranças, brindando o Brasil com novas culturas, aprendizados e visões diferentes do mundo”, destacou Serricella.
A coordenadora de Projetos da Associação Antônio Vieira/Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (ASAV/SJMR), Karin Wapechowski, abordou a implementação do processo de interiorização. Em sua palestra, falou sobre organizações da sociedade civil no trabalho de integração localizada.
Enquanto a primeira etapa do evento, realizada durante a manhã, foi destinada à comunidade em geral, voluntários e estudantes universitários, entre outros, à tarde, as atividades foram direcionadas a servidores municipais de Esteio e demais municípios que têm interesse no processo de migração e de refúgio.
O evento contou com o apoio da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (OCERGS), da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) e da empresa esteiense Liderpan.

Workshop na capital

Em Porto Alegre, o Workshop Reassentamento de Refugiados e Integração Local aconteceu na terça-feira (6) e foi promovido em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte da prefeitura e o ACNUR. O evento foi destinado a todos os interessados e a profissionais que possuam atuação na área social.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre, Comandante Nádia, a questão dos refugiados e migrantes é uma realidade e o município deve estar preparado.
“Precisamos debater e otimizar os serviços municipais para estarem capacitados para receber os refugiados, assentados e imigrantes, entendendo quem são essas pessoas. Temos a obrigação de fornecer saúde, educação, segurança e emprego a todos que aqui vêm pedir o nosso auxílio. Para isso estamos aqui, nos capacitando para sermos um instrumento facilitador”, destacou a secretária.
As palestras em Porto Alegre foram realizadas pelo ACNUR, Associação Antônio Vieira/Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados e pela secretária de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo de Esteio, Tatiana Tanara Melo Figueiredo.
Segundo dados do ACNUR, a cada minuto 25 pessoas são obrigadas a fugir no mundo. Apenas em 2018, mais de 70 milhões de pessoas viveram a situação de deslocamento forçado.

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