Chefe de agência da ONU para refugiados elogia solidariedade do Chile com venezuelanos

por ONU Brasil
Mais de 1 milhão de venezuelanos deixaram o país para fugir da violência política, das altas taxas de criminalidade e da falta de produtos básicos. Muitos, como a família da imagem, buscaram abrigo na Praça Simon Bolívar, em Boa Vista, Roraima. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
Mais de 1 milhão de venezuelanos deixaram o país para fugir da violência política, das altas taxas de criminalidade e da falta de produtos básicos. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno

Durante visita ao Chile, a primeira de um alto-comissário da ONU para refugiados, Felippo Grandi elogiou a solidariedade e a hospitalidade do povo do país ao receber venezuelanos em momento de necessidade, lembrando o fato de a Venezuela já ter recebido refugiados chilenos no passado.
"Fiquei muito impressionado com a solidariedade e a hospitalidade do povo do Chile e seu governo em receber os venezuelanos em momento de necessidade, assim como a Venezuela recebeu milhares de refugiados chilenos. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), na época, acompanhou e prestou apoio aos refugiados chilenos. Hoje, o faz com os refugiados e migrantes venezuelanos, a grande maioria em países da América Latina e do Caribe", disse Grandi.
"Minha visita ao Chile (...) tem como pano de fundo o maior movimento populacional da história recente da América Latina. Depois da Colômbia e do Peru, o Chile tem sido o país mais afetado pelo êxodo em massa de refugiados e migrantes da Venezuela. Dos mais de 4 milhões de venezuelanos que deixaram seu país até agora, o Chile recebeu mais de 400 mil deles, ou 10%", declarou.
Segundo o alto-comissário da ONU, durante as reuniões realizadas no país, autoridades chilenas reiteraram seu compromisso em cumprir as obrigações internacionais, inclusive garantindo o direito ao refúgio. "Também fui informado da resolução de 9 de agosto, que dá instruções para a concessão de uma conduta segura aos cidadãos venezuelanos com relação às razões humanitárias", disse.
"Tomo nota desta medida e da disposição das autoridades para garantir o direito de refúgio no Chile. É essencial que esse direito, contemplado na legislação nacional do Chile e no direito internacional, seja garantido em todo o território do país, inclusive nas fronteiras terrestres, e que os solicitantes do status de refugiado não encontrem obstáculos ao exercer este direito."
Em sua visita, Grandi também ouviu representantes de outras agências do sistema das Nações Unidas, membros da comunidade acadêmica e da sociedade civil e refugiados e migrantes venezuelanos, que expressaram seu agradecimento ao Chile e aos chilenos por recebê-los e fazê-los se sentirem bem-vindos. "Isso é muito positivo e deve ser reconhecido, especialmente quando expressões de rejeição e xenofobia são observadas em outros países da região", disse.
"Também reconheço os esforços que o Chile e as comunidades locais fizeram para acolher, documentar e integrar os refugiados e migrantes venezuelanos e de outras nacionalidades. É importante continuar e intensificar esses esforços para que essas pessoas possam viver de maneira digna e contribuir para a economia e a sociedade do Chile."
Segundo ele, os processos de obtenção de documentos devem ser simplificados para evitar tempos de espera que compliquem e atrasem a inserção de refugiados e migrantes na sociedade. Nesse sentido, disse que o ACNUR está disposto e pronto a colaborar com as autoridades para fortalecer as capacidades e mobilizar seus recursos.
"A situação do povo venezuelano no Chile não pode ser vista isoladamente. O Chile é o destino final de muitos venezuelanos que viajaram por outros países da região andina. É vital que os países desta região coordenem suas respostas ao êxodo da população venezuelana e, nesse sentido, encorajo o Chile a continuar participando ativamente dos processos regionais de coordenação e harmonização de políticas estatais, como o Processo de Quito."
O ACNUR e a Organização Internacional para Migrações (OIM) apoiam esse processo por meio da plataforma regional de coordenação interagencial, que reúne mais de 40 organizações para atender às necessidades de proteção, assistência e integração de refugiados e migrantes da Venezuela.
"Finalmente, gostaria de reiterar nosso compromisso de continuar trabalhando de forma construtiva com as autoridades e com a sociedade civil no Chile e continuar pedindo à comunidade internacional que intensifique seu apoio, inclusive financeiro, ao país", declarou.
"Este é um objetivo importante da minha visita: lembrar à cooperação internacional, doadores e instituições financeiras, que a responsabilidade de acolher, proteger e ajudar os refugiados e migrantes venezuelanos não pode ser assumida apenas por um país ou região e que a solidariedade internacional deve não apenas permanecer no discurso, mas também em ações e recursos.

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