Ajustes exigem vontade política e Paraná se torna exemplo ao País
Com o ajuste fiscal implantado no Paraná a partir de dezembro de 2014, Richa disse que o governo estadual conseguiu aumentar as receitas tributárias e reduzir as despesas. Em 2015, o Paraná reduziu suas despesas correntes em 7,5%, os gastos com pessoal caíram 11% e a arrecadação subiu 20%. “Saímos de um déficit de R$ 1 bilhão em 2014 para um superávit de mais de R$ 1 bilhão no ano passado. E, para este ano, o Paraná tem uma projeção de cerca R$ 8 bilhões de investimentos públicos, cifra recorde no Estado”, disse ele.
Como exemplo, Richa afirmou que reduziu de cinco secretarias e extinguiu mil cargos em comissão. Além da redução de despesas, o Paraná teve que aumentar as receitas. Para isso, foi necessário equiparar as alíquotas internas do ICMS e do IPVA com as praticadas nos demais estados.
Além da imediata redução dos gastos do governo federal, Richa defendeu a redução das taxas de juro e a negociação mais ampla em torno de reformas inadiáveis como caminho para o Brasil sair da crise. O equilíbrio das contas do governo é crucial, disse ele, mas não será alcançado apenas com o ajuste fiscal, sendo fundamental que o governo, com a credibilidade que lhe dará o ajuste, reduza as taxas de juros, de forma substancial e o quanto antes.
RESULTADO - Como reflexo do avanço econômico, o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul e se tornou a quarta maior economia entre os estados brasileiros, de acordo com o IBGE. Além disso, é o segundo estado mais competitivo do Brasil, segundo estudo do grupo britânico que edita a revista The Economist. Neste mês, o Paraná foi eleito pelo jornal Financial Times como o estado com melhor estratégia de investimentos da América do Sul. “São indicadores que mostram que o Paraná avança e está no caminho certo”, disse Richa.
DEBATE - Empresários, executivos, políticos e profissionais de diversas áreas participam do evento, que discute Cenários e Soluções para as Crises do Brasil. “Este tema diz muito da situação nacional. Convergimos para uma conjuntura perversa que combina crise política, econômica e moral. Esse evento é muito importante para discutirmos uma solução para que o mais rápido possível o País volte a crescer”, afirmou o governador. “Vivemos uma crise sem precedentes gerada por um governo federal que alia má gestão e corrupção”, afirmou.
João Doria, presidente do conselho executivo do Grupo Lide, enumerou os desafios do Brasil para superar a crise e defendeu a integração entre o setor público e privado. “Nosso País necessita urgentemente encontrar propostas para superar a crise política e econômica. Esse encontro é uma ótima oportunidade para discutirmos o futuro do Brasil”, defendeu.
O Grupo Lide, que realiza o Fórum Empresarial, reúne 400 presidentes de grandes empresas brasileiras e autoridades políticas para uma agenda de debates sobre política, economia, gestão e responsabilidade social. O evento em Foz prossegue até domingo e recebe lideranças como Pedro Faria, CEO global da BRF, que falou como as exportações podem colaborar para que o País saia da crise. Roberto Giannetti, presidente do Lide Infraestrutura; Flavio Rocha, presidente global da Riachuelo; Paula Bellizia, presidente da Microsoft do Brasil; e Wilson Ferreira, presidente da CPFL, também participam dos debates.
O evento contou com a presença dos senadores Antonio Anastasia, Cassio Cunha Lima, Agripino Maia e Romero Jucá, além de deputados federais e empresários.
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