GE avalia ter fábrica no superporto do grupo EBX

Valor Econômico -





A GE, uma das maiores empresas mundiais de produtos e serviços de infraestrutura, está avançando nas negociações que podem levá-la a investir no Superporto do Açu, no norte fluminense, projeto da LLX, braço de logística do grupo de Eike Batista. "É altamente provável que faremos alguma coisa [no Açu]", disse ontem (7) John Rice, vice-presidente e presidente de crescimento e operações globais da companhia. Rice participou, no Rio de Janeiro, de encontro da GE com líderes da empresa para discutir crescimento e operações em mercados emergentes. No evento, acompanhado por investidores, Batista fez apresentação sobre o seu grupo, o EBX, na qual o Açu teve destaque.





No encerramento da reunião, Batista disse, em entrevista, que o presidente mundial da GE, Jeffrey Immelt, já visitou o porto. A GE considera investir na construção de fábrica no Açu para produzir equipamentos para os setores de energia, óleo e gás e transportes. A GE também analisa trabalhar com outras empresas para prover capital para projetos de investimento no Açu. "Estamos abertos a considerar essas alternativas", disse Rice. A GE atua na produção industrial de equipamentos para vários setores e conta com uma área de serviços financeiros.





Reinaldo Garcia, presidente da GE para a América Latina, disse que a empresa vem trabalhando no projeto do Açu e previu que o negócio poderá ser concluído nos próximos meses. Segundo ele, a decisão final sobre o investimento no porto da LLX depende de um acerto sobre números. Ele afirmou que o local onde o porto está situado tem vantagens como a proximidade com as áreas de produção de petróleo e gás. Outro atrativo do Açu, segundo ele, está no fato de ser um porto novo, de grande capacidade, em um país onde muitos terminais portuários estão congestionados.





Em 28 de novembro de 2011, a LLX e a GE Energy do Brasil assinaram protocolo de intenções para instalação de uma unidade na retroárea do Açu. De acordo com o comunicado divulgado à época, a unidade buscaria atender a demanda de petróleo offshore cumprindo as exigências de conteúdo nacional. O setor de petróleo e gás é um dos principais focos da GE no Brasil, onde a empresa investe na construção de um centro global de pesquisa, no Rio, para produzir soluções de alta tecnologia para a empresa e seus clientes. Esse centro de pesquisa faz parte do investimento de US$ 570 milhões previsto pela GE para o Brasil até 2013 e que também considera expansões das fábricas da empresa em operação no país.





Ontem, no evento das lideranças, realizado pela primeira vez no país, Garcia disse que a empresa tem condições de competir por fatia de até 10% ou algo como US$ 4,5 bilhões dos investimentos totais planejados pela Petrobras para este ano, da ordem de US$ 45 bilhões. Em 2011, a estatal investiu R$ 72,5 bilhões. A GE espera disputar volumes semelhantes de negócios no setor de óleo e gás nos próximos anos considerando o plano de investimentos da Petrobras até 2015, que prevê desembolsos de US$ 224,7 bilhões. Um dos negócios em disputa no momento é a licitação da Petrobras para fornecer módulos de geração para quatro plataformas de produção de petróleo, concorrência que está sendo disputada por outras grandes empresas do setor como a britânica Rolls-Royce.





No Brasil, a GE vem crescendo ao ritmo anual de dois dígitos. No ano passado, a empresa faturou US$ 3,7 bilhões no país, com alta de 53% sobre 2010. O crescimento da receita foi resultado de maior demanda. A companhia vive um dos melhores momentos de sua história no Brasil, onde está desde 1919. Na América Latina, o faturamento da GE atingiu US$ 8,2 bilhões, número que este ano deve chegar a US$ 10 bilhões. O Brasil é o terceiro país em termos de vendas de equipamentos industriais para a GE, atrás dos Estados Unidos e da China. "Isso tem um grande significado para nós", disse John Rice.





Ele afirmou que fazer negócios no Brasil hoje é diferente do que era há alguns anos. Essa mudança impõe desafios a empresas como a GE. "Se os mercados mudam, as companhias devem ser ágeis e flexíveis sobre como reagir em relação às oportunidades", disse Rice. Essa realidade vale para o Brasil, mas também para outros países emergentes como China, Indonésia e Vietnã.


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