Alvaro Dias questiona finalidade de eventual reconvocação de Perillo à CPI do Cachoeira


Da Redação
Em pronunciamento nesta segunda-feira (16), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que seu partido não vai se opor a uma eventual reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo, para depor na CPI que investiga as atividades de Carlinhos Cachoeira, após novas denúncias de envolvimento com o contraventor.
O senador, porém, questionou se a iniciativa não serviria apenas para a repetição das perguntas e respostas apresentadas no depoimento do mês passado. Ele questionou ainda se uma nova convocação de Perillo à CPI, que até agora só ouviu 8% das pessoas previstas, não teria como objetivo “ganhar tempo para poupar outros”.
– Não seria [a convocação] para nos aproximarmos do encerramento da CPI e deixarmos de avançar nas investigações que dizem respeito ao superfaturamento de obras, aos aditivos ilegais, ao pagamento de propina, ao tráfico de influência, ao desvio de bilhões de reais dos cofres da União, nessa relação de promiscuidade que se estabeleceu do poder público com agentes privados, liderados por Cachoeira, especialmente através de uma monumental estrutura da empresa Delta? – questionou o senador.
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a cobrar rigor nas investigações. Segundo ele, a CPI foi criada “para engavetar as coisas que eles fizeram e já estão evidentes”.
Acidente da TAM
No pronunciamento, Alvaro Dias também comentou diversos temas sugeridos por internautas, entre eles a inauguração do Memorial 17 de Julho, em São Paulo, em homenagem às 199 pessoas que morreram há cinco anos em acidente com um avião da TAM no aeroporto de Congonhas.
Na pessoa de Malu Rocha, viúva de uma das vítimas, Alvaro Dias prestou homenagem às vítimas e às famílias que sofrem as consequências da tragédia ocorrida em julho 2007.
O senador também comentou que os aeroportos brasileiros estão abandonados e que receberam investimentos insignificantes nos últimos anos. Ele criticou o recente processo de privatização dos aeroportos de Brasília, Campinas e Guarulhos.
– Uma privatização sob suspeição, sem transparência alguma, beneficiando empresas que não podem ser consideradas as mais habilitadas para operar os aeroportos principais do nosso país – disse.
Código Florestal
Em relação a outro tema suscitado, o Código Florestal, Alvaro Dias disse que o projeto aprovado pelo Senado e depois encaminhado à Câmara, que o aprovou com modificações, era a proposta que “chegava mais perto do que se queria aprovar”.
Ele classificou a matéria de complexa e disse ser difícil compartilhar os interesses dos produtores rurais e dos preservacionistas em torno do tema, que continuará a ser debatido no segundo semestre no Congresso.
Saúde
Ao comentar a situação da saúde do país, Alvaro Dias disse que o setor “continua um caos”. Segundo ele, o governo federal não quis assumir suas responsabilidades e a participação ativa com o repasse de 10% de sua receita para compor o orçamento público da saúde, sobrecarregando os municípios, que chegam a gastar 30% de suas receitas na área.
O senador também lembrou que o agravamento da gripe A no Rio Grande do Sul já matou mais de 40 pessoas nos primeiros meses do ano.
– Segundo as estatísticas oficiais, que escondem a verdade dos fatos, sabe-se que muito mais brasileiros perderam a vida vitimados por essa gripe, e falta vacina, não se encontra vacina – denunciou.
Construção de estádios
Álvaro Dias criticou ainda o financiamento da construção de estádios e a realização de obras no exterior com juros subsidiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- Grandes empreiteiras estão instalando um propinoduto em países da America Latina para realização de obras, já que levam o dinheiro e adquirem o direito de execução da obra, comprometendo inclusive tratados internacionais de combate à corrupção assinado pelo Brasil – afirmou.
O senador disse que a prática é um estímulo à propina e à corrupção na administração púbica na América Latina, com juros subsidiados que alimentam a construção de obras na Venezuela, Equador Bolívia, África Angola, Cuba e outras partes do mundo.
Alvaro Dias avaliou que o BNDES é um instrumento que teve sua essência e seu conceito distorcidos. Segundo ele, a sigla deveria ser alterada, porque hoje o banco beneficia privilegiados, grandes grupos econômicos e países no exterior, “a critério da vontade soberana de quem governa o Brasil, sem dar satisfação alguma ao povo”.
Agência Senado

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