Prefeito visita alunos do ProJovem em aula inaugural na PEL
Pela primeira vez, em Londrina, programa oferece cursos de qualificação profissional aos jovens detentos |
Participam do programa nas penitenciárias, 139 jovens com 18 a 29 anos. Destes, 29 estão cumprindo pena em regime semiaberto e participam do curso de “Construção e reparos”. Outros 110 detentos cumprem pena em regime fechado e puderam escolher entre os cursos de “Construção e reparos”, “Administração” e “Comunicação e Marketing social”.
Os estudantes recebem bolsa qualificação no valor de R$ 100,00 mensais, durante todo período do curso. A secretária municipal do Trabalho, Emprego e Renda, Neiva Vieira, explicou que os detentos podem utilizar esse benefício para necessidades pessoais, destinar o dinheiro para suas famílias ou mesmo fazer uma poupança pessoal.
Ao todo, são cinco turmas de alunos do ProJovem nas duas unidades penitenciárias. O curso começou no dia 16 de janeiro de 2012, com duração de seis meses. Ao final das aulas, os participantes recebem um certificado que comprova a qualificação profissional, ministrada pelos professores da Associação de Desenvolvimento Social e Meio Ambiente do Brasil – ALDEIA. As aulas acontecem três vezes por semana.
O objetivo é qualificar profissionalmente jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social, com baixa escolaridade e dificuldades para inserção no mercado de trabalho.
A coordenadora pedagógica do Aldeia, Tatiane Vanessa Machado, disse ser importante que pessoas privadas de liberdade, em partes ou totalmente, tenham uma oportunidade de se qualificar profissionalmente, porque as aulas servem de incentivo aos detentos em continuar os estudos e se qualificarem cada vez mais.
Além da qualificação profissional e da bolsa auxílio, os participantes do programa têm a pena reduzida, por conta dos estudos. A cada três dias de estudos, eles podem abater um dia da pena.
PEL I
A primeira visita para abertura oficial das atividades do ProJovem foi realizada às 10h, na Penitenciária Estadual de Londrina I, localizada na rua Maria da Glória Barroso Casarin, 100, jardim Del Rey.
A PEL I é destinada a presos do sexo masculino que cumprem pena de regime fechado e comporta, atualmente, 550 detentos. Destes, 89 adultos participam do ProJovem. São, ao todo, três turmas, onde 59 alunos estão cursando Construção e Reparos e outros 30 estudam Administração.
O número de participantes é estipulado pela direção do presídio, devido cuidados com a segurança dos trabalhadores, professores e dos próprios detentos. O diretor-geral da unidade, Jorge Duarte Alves, disse que, “para o sistema prisional, é importante dar oportunidades como estas, porque cumprimos a nossa função com o indivíduo que hoje está preso, para que ele tenha oportunidade de sair melhor do que entrou e não rescinda no crime. É o estímulo à cultura de paz”.
A PEL I foi a primeira penitenciária construída no interior do Paraná, em 25 de janeiro de 1994.
PEL II
No final da manhã, o prefeito e a secretária municipal de Trabalho, Emprego e Renda visitaram os 50 participantes, das duas turmas, da Penitenciária Estadual de Londrina II, na rodovia Alves da Rocha Loures, 5.925 e inauguraram a biblioteca da instituição, em conjunto com o vice-diretor da penitenciária, Adilson Barbosa.
Os detentos puderam escolher entre o curso profissionalizante de Comunicação e Marketing Social ou de Construção e Reparos. Cada turma conta com 25 jovens. Durante a visita, um representante do grupo de alunos agradeceu ao prefeito pela oportunidade única de se profissionalizarem e receberem a bolsa auxílio.
Barbosa Neto parabenizou os jovens pela iniciativa de participar da qualificação profissional e acreditar em um futuro melhor para si mesmo. “Parabéns pela escolha de vocês. O mercado de trabalho está cheio de vagas e precisando de gente qualificada para trabalhar. Vocês vão sair daqui com a vantagem de ter a qualificação necessária para conquistar uma vaga”, afirmou.
Além de contar com o programa de qualificação profissional, os 960 detentos e funcionários da instituição receberam hoje (27) uma biblioteca. No momento, há 1.300 livros disponíveis e outros 1.400 estão sendo catalogados. Os livros foram adquiridos, através de doação de servidores, sebos, pessoas da sociedade civil e editoras.
Para a coordenadora de cursos e projetos da PEL II, Aparecida Alves, a leitura é necessária porque abre os horizontes dos detentos. “A leitura é fantástica e quem quiser continuar doando livros, pode doar, porque nós continuamos recebendo exemplares”, disse.
Durante as visitas, o prefeito agradeceu o auxílio que o município está recebendo da juíza da Vara de Execuções Penais, Márcia Guimarães Marques da Costa, para a realização de cursos profissionalizantes nos presídios e do trabalho desenvolvido pelos diretores e funcionários das penitenciárias e de todo o secretariado.