Ministros da Agricultura de 34 países das Américas coordenaram ações para garantir alimentos durante pandemia

por ONU Brasil
Os ministros destacaram a importância da disponibilidade de alimentos a preços convenientes em meio à pandemia de COVID-19. Foto: EBC
Os ministros destacaram a importância da disponibilidade de alimentos a preços convenientes em meio à pandemia de COVID-19. Foto: EBC
Ministros e Secretários de Agricultura de 34 países das Américas se reuniram na última quarta-feira (22) remotamente para compartilhar políticas, ações e planos para enfrentar o impacto da pandemia de COVID-19 na segurança alimentar de suas populações, na agricultura, nos sistemas alimentares e no mundo rural.
Autoridades da América do Norte, América do Sul, América Central e Caribe compartilharam suas experiências e as medidas que estão implementando para garantir sua produção e a oferta de alimentos.
Os ministros destacaram a importância da disponibilidade de alimentos a preços convenientes e que produção, distribuição e venda sejam realizadas com o menor risco para a saúde de todos os que participam da cadeia alimentar. Também enfatizaram a necessidade de impulsionar o comércio de alimentos entre países da própria região.
A inédita Reunião Hemisférica de Ministros e Secretários de Agricultura foi organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação em Agricultura (IICA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em resposta a uma solicitação do Ministério da Agricultura do Chile.
"A FAO e o IICA têm um papel muito relevante e uma grande experiência para conseguir uma melhor coordenação dos esforços que devemos fazer em termos de abastecimento e alimentação para os nossos cidadãos", disse Antonio Walker, ministro da Agricultura do Chile.
“A cooperação internacional é uma das principais ferramentas que temos para enfrentar os efeitos da pandemia; nenhum país sozinho poderá garantir a alimentação de sua população", disse Julio Berdegué, representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe. "Esta crise nos ensina que devemos acelerar a transformação dos sistemas alimentares para torná-los mais resilientes, inclusivos e sustentáveis ”.
"Esta reunião hemisférica é um sinal dos tempos que estão por vir, de cooperação, complementaridade e trabalho conjunto. Serão necessárias políticas e Estados mais inovadores e instituições mais flexíveis. Os modelos tradicionais foram rompidos. Precisamos mais do que nunca de mais cooperação para termos políticas públicas melhores, sólidas, para um setor como a agricultura que é estratégico para manter o mundo em pé", disse Manuel Otero, diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA).

Medidas dos países

O secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos, destacou a importância de evitar ações unilaterais que afetem o fluxo de alimentos, implementar todas as medidas sanitárias necessárias para comercializar alimentos e estabelecer canais de comunicação internacionais e inter-regionais para comercializar alimentos.
Villalobos também propôs que os 34 países criassem uma força-tarefa conjunta para lidar com a pandemia e a pós-pandemia. O representante regional da FAO e o diretor-geral do IICA apoiaram a proposta e indicaram que ambas as instituições poderiam facilitar o trabalho dessa equipe.
Antonio Walker, ministro da Agricultura do Chile, destacou que o Conselho Agrícola do Sul (CAS) está focado em manter o abastecimento de alimentos, mercados internacionais abertos e transparentes, reduzir as lacunas territoriais urbano-rurais e realizar uma análise de como enfrentar a situação pós-pandemia. O ministro destacou a importância da agricultura familiar nesse cenário e a necessidade de compartilhar protocolos sanitários que abranjam toda a cadeia alimentar.
Mauricio Guevara, secretário de Agricultura e Pecuária de Honduras, explicou que o Conselho Agrícola da América Central (CAC) está realizando um cadastro para saber exatamente quanta comida há em cada país do CAC, quais são os excedentes e as necessidades.
Saboto César, ministro da Agricultura, Indústria, Florestas, Pesca e Transformação Rural de São Vicente e Granadinas, falou em nome da Comunidade do Caribe (CARICOM). “Estamos enfrentando uma interrupção no comércio de produtos agrícolas básicos na CARICOM, por rompimentos na cadeia de fornecimento de alimentos e insumos”.
Saboto César destacou o apoio do governo para que os produtores tenham elementos de proteção, assistência técnica para os países, aumento do comércio de alimentos entre os países da CARICOM e cooperação Sul-Sul entre a CARICOM, e da Cooperação Sul-Sul entre CARICOM e América do Sul para o comércio de alimentos.
O ministro da Agricultura e Pecuária do Equador, Xavier Lazo, representando os países andinos, destacou que muitos pequenos agricultores começaram a usar plataformas tecnológicas para alcançar as pessoas de maneira mais direta, até mesmo fornecendo alimentos direto nos domicílios.
"As cadeias agroalimentares serão essenciais para manter o emprego e serão motores para uma rápida recuperação pós-crise", explicou Tereza Cristina Corrêa, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. "O comércio livre e justo é a chave para o fornecimento de alimentos, especialmente para as áreas mais pobres do mundo”. A ministra também destacou a importância da agricultura familiar.
O subsecretário de Agricultura para o Comércio e Assuntos Agrícolas Estrangeiros dos Estados Unidos, Ted McKinney, destacou a importância de promover a inovação para aumentar a produção de alimentos e a relevância da futura I Cúpula Mundial sobre Sistemas Alimentares, promovida pelas Nações Unidas, como instância-chave para fortalecer o sistema alimentar global.
A reunião também contou com a participação de autoridades regionais e especialistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (CABEI), do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Caribe (CARDI), da Agência de Saúde Agrícola e Segurança Alimentar do Caribe (CAHFSA), Banco de Desenvolvimento para a América Latina (CAF), Comissão Interamericana de Mulheres (CIM), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Comunidade do Caribe (CARICOM), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização Regional Internacional para a Saúde Agrícola (OIRSA) e Programa Mundial de Alimentos (PMA).

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