Reino Unido compromete-se em acabar com a transmissão do HIV no país em até 10 anos

por ONU Brasil
O governo do Reino Unido tem desempenhado um papel de liderança na resposta global ao HIV desde o início da epidemia. Foto: UNAIDS
O governo do Reino Unido tem desempenhado um papel de liderança na resposta global ao HIV desde o início da epidemia. Foto: UNAIDS

O Reino Unido (Grã-Bretanha e Irlanda do Norte) anunciou que acabará com a transmissão do HIV em seu território nos próximos dez anos — um anúncio elogiado na quinta-feira (7) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Em 2016, todos os Estados-membros das Nações Unidas comprometeram-se a acabar com a AIDS até 2030 na Declaração Política de 2016 da ONU sobre o Fim da AIDS. O compromisso do Reino Unido é uma boa notícia e mostra que o país continua determinado a alcançar este objetivo, segundo o UNAIDS.
O Reino Unido intensificou recentemente seus esforços para a resposta ao HIV, o que resultou em um declínio de 28% no número de novos casos nos últimos dois anos.
O secretário de Saúde e Proteção Social do Reino Unido, Matt Hancock, lançou a campanha, que é apoiada por 600 mil libras adicionais do Fundo Inglês de Saúde Pública em Inovação de Prevenção ao HIV, no Fórum Global sobre Cidades Livres da AIDS (AIDSfree Cities Global Forum), que aconteceu em Londres em 30 de janeiro.
O financiamento será usado ​​para apoiar 14 organizações voluntárias que estão liderando novas abordagens para prevenção do HIV e se concentrarão no engajamento de comunidades em situação de risco ou desassistidas.
Ainda no evento, a secretária de Estado para Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, fez uma declaração ousada sobre o compromisso do país em acabar com a AIDS em todo o mundo.
“Embora o mundo tenha feito grandes progressos na resposta ao HIV e à AIDS, precisamos intensificar nossos esforços”, disse ela. “Acreditamos apaixonadamente que podemos criar um futuro livre da AIDS para o mundo todo. Esta é a escala da nossa ambição”.
O governo do Reino Unido tem desempenhado um papel de liderança na resposta global ao HIV desde o início da epidemia. O país investiu 1,2 bilhão de libras no Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária e está ampliando o acesso à terapia antirretroviral por meio do UK Aid, um programa de cinco anos e 150 milhões de libras criado para mudar as vidas de mais de 3 milhões das pessoas mais pobres do mundo.
“Este anúncio é mais um exemplo de como o Reino Unido está realmente comprometido em acabar com a AIDS. Não apenas no Reino Unido, mas em todo o mundo”, disse Tim Martineau, diretor-executivo adjunto interino do UNAIDS.
“O UNAIDS trabalha em estreita colaboração com o Reino Unido desde 1996 e estamos ansiosos para continuar essa parceria e garantir que cada centavo investido nos aproxime do fim da AIDS.”
O evento em Londres foi parte da Aidsfree Appeal, uma campanha liderada pela Elton John AIDS Foundation e pelos jornais London Evening Standard e The Independent.
O dinheiro arrecadado de doações públicas será usado para apoiar projetos da Elton John AIDS Foundation em seis cidades — Atlanta, Déli, Kiev, Londres, Maputo e Nairobi. Com o UK Aid Match, o governo do Reino Unido comprometeu-se a dobrar as doações públicas para até 2 milhões de dólares, que serão gastos em projetos em Maputo e Nairobi.
O Fórum Global sobre Cidades Livres da AIDS deu as boas-vindas aos líderes das seis cidades, que falaram sobre suas esperanças para o futuro. O evento foi um aquecimento para a Conferência Global sobre Cidades Fast-Track—Aceleração da Resposta (Fast-Track Cities Global Conference), que acontecerá em Londres em setembro de 2019, na qual representantes de mais de 275 cidades se reunirão para o primeiro encontro global de cidades que estão acelerando seu trabalho para acabar com a AIDS como um ameaça à saúde pública.
A iniciativa Cidades ‘Fast-Track’ foi lançada pelo UNAIDS em 2014 em parceria com a cidade de Paris, a Associação Internacional de Prestadores de Cuidados em AIDS e Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) para fornecer apoio às cidades na aceleração da resposta ao HIV para acabar com a epidemia de AIDS até 2030.
Londres assinou a iniciativa Cidades ‘Fast-Track’ em 2018. O número de novas infecções por HIV na cidade caiu em mais de 40% nos últimos anos e Londres superou as metas 90–90–90—em que 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas; que destas, 90% estejam em tratamento; e que 90% destas pessoas tenham carga viral indetectável. Londres já alcançou 95 (diagnosticadas) – 98 (em tratamento) – 97 (indetectáveis).
“Estamos ansiosos para levar as lições aprendidas no fórum para uma reunião mais ampla de Cidades ‘Fast-Track’ no final deste ano em Londres, que definirá a medida dos progressos realizados e dos desafios a serem resolvidos”, disse José M. Zuniga, presidente e diretor-executivo da Associação Internacional de Prestadores de Cuidados em AIDS.

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