OMS: mais de 80 mil pessoas foram infectadas com sarampo na Europa em 2018por ONU Brasil |
O sarampo atingiu números recordes em 2018 na Europa, infectando 82.596 pessoas. A doença também foi responsável pela morte de 72 adultos e crianças. Os índices são de balanço divulgado na quinta-feira (7) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O organismo das Nações Unidas explica que a quantidade de pessoas que contraíram a infecção no ano passado é o maior da década, além de ser 15 vezes maior que o registrado em 2016.
O levantamento da OMS cobre os 53 países que integram a região europeia da agência — incluindo nações como Azerbaidjão, Israel, Cazaquistão, Turquia, Turcomenistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão. As infecções contabilizadas pela Organização foram notificadas em 47 desses Estados. Em países onde há dados sobre internação, a OMS verificou que 61% de todos os casos de sarampo exigiram a hospitalização.
Na avaliação da agência das Nações Unidas, o surto da doença em 2018 é fruto de disparidades dentro dos países e entre eles, mascaradas pelas taxas nacionais e continentais de vacinação.
Em 2017, a região europeia alcançou a maior cobertura estimada para a segunda dose da vacina contra o sarampo (90%). Também no ano retrasado, o maior número anual de crianças desde 2000 recebeu a série completa das duas doses da imunização no tempo previsto. A cobertura com a primeira dose da vacina também aumentou ligeiramente para 95%, o nível mais alto desde 2013.
“O cenário em 2018 deixou claro que o ritmo atual de progresso no aumento das taxas de imunização será insuficiente para impedir a circulação do sarampo. Embora os dados indiquem uma cobertura vacinal excepcionalmente alta em nível regional, eles também refletem um número recorde de pessoas afetadas e mortas pela doença. Isso significa que as lacunas em nível local ainda oferecem uma porta aberta para o vírus”, explica Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa.
“Não podemos ter populações mais saudáveis globalmente, como prometido na visão da OMS para os próximos cinco anos, se não trabalharmos localmente. Precisamos fazer mais e proteger melhor cada pessoa contra doenças que podem ser facilmente evitadas."
A OMS lembra as lacunas na proteção da população europeia. Em 34 países em 2017, a cobertura da segunda dose da vacina ficou abaixo dos 95% recomendados para evitar a circulação do sarampo. Um alcance da imunização abaixo do recomendado para qualquer dose cria condições para a transmissão da doença no futuro. A maioria dos países com a cobertura imunológica abaixo do adequado é de renda média.
O plano de ação da Europa para vacinas (EVAP), endossado por todos os 53 Estados-membros, visa eliminar o sarampo e a rubéola até 2020. A estratégia define que ao menos 95% de todas as populações precisam estar imunes por meio de duas doses da vacina ou exposição prévia ao vírus. O objetivo dessa exigência é garantir a proteção da comunidade para todos – incluindo bebês muito novos para serem vacinados e pessoas que não podem ser imunizadas por causa de outras doenças ou condições médicas.
“Ao adotar o EVAP, todos os países da região europeia concordaram que a eliminação do sarampo e da rubéola é possível e também é uma maneira econômica de proteger pessoas de todas as idades do sofrimento evitável e da morte”, afirmou Nedret Emiroglu, da Divisão de Emergências em Saúde e Doenças Transmissíveis do Escritório Regional da OMS para a Europa.
Quarenta e três países europeus interromperam a transmissão local de sarampo por pelo menos 12 meses a partir do final de 2017. Alguns deles também conseguiram limitar a propagação do vírus, após a chegada da infecção de outros países, para pouquíssimos casos em 2017 e 2018. Segundo a OMS, isso mostra que a eliminação do sarampo está ao alcance de toda a região.
“O progresso na obtenção de uma alta cobertura nacional é louvável. No entanto, não pode nos deixar cegos para as pessoas e lugares que ainda estão sendo deixados para trás. É aqui que devemos concentrar esforços crescentes", concluiu Emiroglu.
A OMS está trabalhando com os países para aprimorar sistemas de imunização e vigilância de doenças. A agência da ONU oferece capacitação e orientação para identificar quem não foi vacinado no passado e alcançar essas pessoas com os meios de prevenção necessários. O organismo também atua para fortalecer a confiança das pessoas nas vacinas e nas autoridades de saúde, além de garantir que os suprimentos médicos estejam disponíveis a tempo e a custos acessíveis.
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