FMCSV sedia workshop para jornalistas

A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) sediou, no dia 12 de março, um workshop para jornalistas que reuniu cerca de 20 pessoas, em São Paulo (SP). Realizada em parceria com o Instituto C&A e a Fundação Abrinq, a iniciativa foi pano de fundo para a apresentação de duas pesquisas que mostraram a visão da sociedade e da imprensa sobre a Primeira Infância.
O primeiro estudo, “A percepção da sociedade sobre a Primeira Infância”, foi realizado pelo Ibope Inteligência. Ana Lúcia Lima, diretora do Instituto Paulo Montenegro (área social do Ibope), apresentou a pesquisa, destacando que as mães e a sociedade em geral demonstram maior preocupação com os aspectos físicos do desenvolvimento da criança do que com os aspectos emocionais, cognitivos e sociais.

“Uma constatação interessante é que as mães agem de acordo com o senso comum, ou seja, não existe um conhecimento especializado por parte das mães”, ressaltou Ana. Além disso, chama a atenção não haver diferenças significativas de visão por classe social ou escolaridade. “A falta de informação qualificada sobre os múltiplos aspectos do desenvolvimento infantil atinge todo o espectro social”, completa. O segundo estudo, “A Primeira Infância na Mídia”, foi realizado pela Andi Comunicação e Direitos, com base em dados de 2010, e apontou uma tendência geral sobre como a mídia cobre o tema. Para isso, foram pesquisados 53 jornais impressos de todas as regiões do país e quatro revistas de circulação nacional (Veja, IstoÉ, Época e CartaCapital).
De acordo com Diana Barbosa, pesquisadora da Andi, os temas mais abordados em jornais são saúde (18,3%), violência (18,2%) e educação (12,4%). Nas revistas, são saúde (16,7%), convivência familiar (15,2%) e educação (11,7%). “O que percebemos é que, tanto no caso dos jornais quanto das revistas, a cobertura é muito factual, não abrindo espaço para a discussão de soluções”, lembra.
Tanto é assim que a pesquisa apontou que apenas 2,3% das matérias publicadas em jornais e 1,5% das matérias publicadas em revistas traziam alguma ótica construtiva na discussão de soluções para os problemas da Primeira Infância. “Quando se fala em violência, por exemplo, 89,4% das matérias publicadas em jornais e 65,4% das matérias publicadas em revistas não apresentavam qualquer ação ou reflexão sobre o tema”, pontua Diana.
Após a apresentação das pesquisas, o workshop contou com palestra da Dra. Suzana Herculano-Houzel, neurocientista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que falou sobre o desenvolvimento do cérebro na infância. A apresentação mostrou como se desenvolve o cérebro de uma criança e a importância de ser corretamente estimulado na Primeira Infância.

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