Surdez severa pode ter solução
Audição pode ser beneficiada por implante coclear. Tratamento pode ser obtido no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o censo do IBGE realizado no ano passado (2010), estima-se que no Brasil existem cerca de oito milhões de pessoas com surdez em diferentes graus. A Sociedade Brasileira de Otologia aponta ainda que a cada mil crianças nascidas no país, de três a cinco apresentam deficiência auditiva. “Há uma alta incidência de problemas auditivos na população brasileira e por isso é necessário dar cada vez mais atenção a este público”, observa a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
Várias técnicas e dispositivos são utilizados para amenizar as consequências causadas pelos problemas auditivos. Quando o paciente sofre com surdez severa a profunda é necessário recorrer a métodos que tragam resultados mais eficazes. “Em todos os níveis de surdez os indivíduos passam por vários testes e exames que ajudam a identificar as melhores opções de tratamento. Os especialistas tem a missão de identificar qual alternativa será menos invasiva e será mais benéfica”, ressalta Rita, otoneurologista mestre em clínica cirúrgica pela UFPR.
Após uma rigorosa avaliação e o insucesso de outros tratamentos, quem sofre com o nível mais grave de surdez pode recorrer ao implante coclear para voltar a ouvir e compreender os sons. “Quando o aparelho auditivo não é capaz de corrigir o problema e o paciente tem o perfil adequado para esta técnica é feita a indicação do implante coclear, ou ouvido biônico, como também é conhecido. Esta denominação se refere a um equipamento eletrônico computadorizado que tem a função de estimular o nervo auditivo por meio de impulsos elétricos”, explica.
Para que este aparelho possa ser implantado é necessário realizar uma cirurgia, na qual eletrodos minúsculos são colocados dentro da cóclea, órgão localizado na parte interna do ouvido. Estes eletrodos irão estimular a produção de sinais para o cérebro, promovendo a capacidade de ouvir. “O implante coclear é considerado a estratégia mais avançada para o tratamento da surdez que existe atualmente. O aparelho é sofisticado e possui uma complexa tecnologia que contribui para a obtenção de bons resultados”, observa.
Rita integra a Equipe de Implante Coclear dos hospitais Pequeno Príncipe e Iguaçu e tem a função de avaliar os pacientes que são candidatos ao implante de ouvido, especialmente os que se queixam de zumbido e tontura. “A surdez pode ser causada por fatores ambientais e fatores genéticos. A causa do problema auditivo influencia nos benefícios que o implante pode trazer ao paciente, assim como a expectativa do indivíduo, o processo de reabilitação fonoaudiológica depois do implante e o tempo de surdez”, esclarece.
Os candidatos a implante coclear devem entender menos de 40% do que é dito, mesmo com o uso do aparelho auditivo convencional. Quem não consegue falar devido a perda da audição na infância e pessoas que nasceram surdas ou ficaram com perda severa na fase adulta também podem se beneficiar do ouvido biônico. “Quem tem menos de 10 anos de surdez normalmente apresenta bons resultados. A cirurgia é cara, mas felizmente o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o tratamento gratuitamente”, acrescenta a médica.
A especialista aponta que crianças que nascem surdas e que recebem tratamento precoce apresentam melhores resultados comparadas a adultos com longo período de surdez. A atuação de uma equipe interdisciplinar é fundamental no implante coclear, já que não basta fazer a cirurgia para voltar a ouvir. “O cérebro tem que reaprender a ouvir e a compreender os sons. Uma pessoa com implante coclear não ouve da mesma maneira que alguém que possui a audição saudável, há algumas diferenças na maneira de perceber as ondas sonoras”, enfatiza.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
Blog: http://canaldoouvido.blogspot.com
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Endereço: Rua João Manoel, 304 Térreo, Bairro São Francisco, Curitiba PR.
Audição pode ser beneficiada por implante coclear. Tratamento pode ser obtido no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o censo do IBGE realizado no ano passado (2010), estima-se que no Brasil existem cerca de oito milhões de pessoas com surdez em diferentes graus. A Sociedade Brasileira de Otologia aponta ainda que a cada mil crianças nascidas no país, de três a cinco apresentam deficiência auditiva. “Há uma alta incidência de problemas auditivos na população brasileira e por isso é necessário dar cada vez mais atenção a este público”, observa a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
Várias técnicas e dispositivos são utilizados para amenizar as consequências causadas pelos problemas auditivos. Quando o paciente sofre com surdez severa a profunda é necessário recorrer a métodos que tragam resultados mais eficazes. “Em todos os níveis de surdez os indivíduos passam por vários testes e exames que ajudam a identificar as melhores opções de tratamento. Os especialistas tem a missão de identificar qual alternativa será menos invasiva e será mais benéfica”, ressalta Rita, otoneurologista mestre em clínica cirúrgica pela UFPR.
Após uma rigorosa avaliação e o insucesso de outros tratamentos, quem sofre com o nível mais grave de surdez pode recorrer ao implante coclear para voltar a ouvir e compreender os sons. “Quando o aparelho auditivo não é capaz de corrigir o problema e o paciente tem o perfil adequado para esta técnica é feita a indicação do implante coclear, ou ouvido biônico, como também é conhecido. Esta denominação se refere a um equipamento eletrônico computadorizado que tem a função de estimular o nervo auditivo por meio de impulsos elétricos”, explica.
Para que este aparelho possa ser implantado é necessário realizar uma cirurgia, na qual eletrodos minúsculos são colocados dentro da cóclea, órgão localizado na parte interna do ouvido. Estes eletrodos irão estimular a produção de sinais para o cérebro, promovendo a capacidade de ouvir. “O implante coclear é considerado a estratégia mais avançada para o tratamento da surdez que existe atualmente. O aparelho é sofisticado e possui uma complexa tecnologia que contribui para a obtenção de bons resultados”, observa.
Rita integra a Equipe de Implante Coclear dos hospitais Pequeno Príncipe e Iguaçu e tem a função de avaliar os pacientes que são candidatos ao implante de ouvido, especialmente os que se queixam de zumbido e tontura. “A surdez pode ser causada por fatores ambientais e fatores genéticos. A causa do problema auditivo influencia nos benefícios que o implante pode trazer ao paciente, assim como a expectativa do indivíduo, o processo de reabilitação fonoaudiológica depois do implante e o tempo de surdez”, esclarece.
Os candidatos a implante coclear devem entender menos de 40% do que é dito, mesmo com o uso do aparelho auditivo convencional. Quem não consegue falar devido a perda da audição na infância e pessoas que nasceram surdas ou ficaram com perda severa na fase adulta também podem se beneficiar do ouvido biônico. “Quem tem menos de 10 anos de surdez normalmente apresenta bons resultados. A cirurgia é cara, mas felizmente o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o tratamento gratuitamente”, acrescenta a médica.
A especialista aponta que crianças que nascem surdas e que recebem tratamento precoce apresentam melhores resultados comparadas a adultos com longo período de surdez. A atuação de uma equipe interdisciplinar é fundamental no implante coclear, já que não basta fazer a cirurgia para voltar a ouvir. “O cérebro tem que reaprender a ouvir e a compreender os sons. Uma pessoa com implante coclear não ouve da mesma maneira que alguém que possui a audição saudável, há algumas diferenças na maneira de perceber as ondas sonoras”, enfatiza.
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