Estudante de oito anos dá lições de vida em escola no bairro Parolin

Evelyn Vitória Pereira de Andrade, 8 anos. Não é à toa que ela tem vitória no nome, garantem as professoras e a equipe diretiva da Escola Municipal Nansyr Cecato Cavichiolo, no bairro Parolin, onde a menina estuda há dois anos. Uma das nove estudantes de inclusão da unidade, Evelyn é a estrela da turma do segundo ano, querida por todos e muito participativa.
Com comprometimento motor devido à paralisia cerebral, quando chegou à escola ela não andava. Hoje, está quase deixando de lado as muletas. O transtorno da fala não impede que ela cante e dance em sala de aula. “Eu bato corda também”, conta ela. É a brincadeira favorita, bater corda para as amigas pularem.
“Ela não se intimida com nada, quer fazer tudo”, conta a professora Ana Paula Brasil.
Mas nem sempre foi assim. Vinda da rede particular, Evelyn tinha dificuldades na fala e de locomoção. A socialização estava comprometida. “Aqui nesta escola a evolução dela foi muito grande, fez amigos de verdade. Como não tem irmãos, o convívio com crianças da idade dela estimulou a comunicação. Aqui ela brinca, conversa, é muito bom para ela e para nós. E como está no integral, consigo trabalhar tranquila”, relata a mãe, Dayane Pereira.
A mãe conta que o acolhimento da escola fez toda a diferença, principalmente na socialização da filha. Além de profissional de apoio, Evelyn tem até uma carteira adaptada, com suporte para os pés, para que fique mais confortável. “Aqui ela foi muito bem recebida, eles (equipe da escola) conhecem a gente e conversamos o tempo todo sobre o progresso da Evelyn”, afirma a mãe.
Além da sala de aula regular, a estudante faz fisioterapia, fonoaudiologia e também frequenta a sala multifuncional da Escola Municipal Professora Nair de Macedo uma vez por semana, onde faz atividades voltadas ao desenvolvimento da linguagem, organização de ideias e coordenação motora.
Ela adora desafios, garantem as professoras e profissionais de apoio da escola. “Hoje a Evelyn já escreve o nome, sabe dividir os brinquedos, aprendeu a participar e a se envolver em atividades em equipe. Adora desenhar e pintar, já recorta e cola sozinha, sem a ajuda da gente. São tantas conquistas”, enumera a mãe.
“As crianças em processo de inclusão nos trazem grandes desafios, mas também grandes possibilidades de nos reinventarmos como profissionais e como seres humanos. A Evelyn, por exemplo, quando vai para sua casa, passo a passo subindo o morro, nos ensina a encarar a vida com garra e coragem”, afirma a pedagoga Antonia de Meira Schena.
Famílias participativas
Tanto Dayane quanto o pai da Evelyn, Izael Luiz de Andrade, são muito presentes na educação da filha. O casal sempre participa das atividades na escola, o que, segundo a diretora da unidade, Márcia Alexandra Ribeiro Quadri, faz toda a diferença. “O envolvimento da família e da escola é fundamental para garantir o melhor atendimento possível a cada criança, conforme suas particularidades”, afirma a diretora.
Márcia relata que toda a comunidade do bairro é muito participativa e tem a escola como referência. “Eles vêm nas reuniões, eventos, e até para pedir informações às vezes, como onde fica o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) ou o postinho mais próximo. Considero isso ótimo, pois mostra que a comunidade tem a escola como referência e que confiam na gente”, comenta a diretora.
A diretora do Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado da Secretaria Municipal da Educação (SME), Gislaine Coimbra Budel, reforça que o envolvimento dos pais ou responsáveis é fundamental para o bom desempenho na escola. “Cada criança é um caso único e a atenção, o cuidado e o acolhimento que a Evelyn recebeu aqui fazem toda a diferença para o aprendizado e o desenvolvimento dela”, define Gislaine.

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