Pesquisas dobram eficiência para etanol celulósico


Brasil fica mais perto de uma nova fonte de energia limpa.

Desenvolvimento de infraestrutura, maior demanda e financiamento ágil para construir plantas industriais. São os ítens que faltam para que o Brasil possa começar a produzir o etanol de segunda geração, feito do bagaço da cana-de-açúcar, segundo o gerente da Novozymes Latin America, William Yassumoto. Durante apresentação no Sugar & Ethanol Brazil 2010, em São Paulo, Yassumoto mostrou como funciona o uso das enzimas Cellic CTec criadas pela empresa dinamaquesa e que transformam o resíduo agrícola em etanol celulósico. No último ano as pesquisas avançaram e as enzimas, anteriormente vistas como barreira para a viabilidade comercial do etanol celulósico, tiveram a eficiência dobrada. Para Yassumoto esse é um grande passo, atrelado ao panorama favorável para o uso do produto no Brasil e no mundo.

Embasado em dados da International Energy Agency, órgão intergovernamental que faz consultoria para assuntos energéticos a 28 países, o executivo afirmou que os biocombustíveis serão responsáveis por 9,3% do abastecimento do setor de transportes em 2030. "Até lá 93% dos novos carros de passeio vendidos em todo o globo ainda vão precisar de combustível líquido", afirmou Yassumoto. "Estima-se que a capacidade de produção mundial de etanol cresça 12 vezes no período entre 2006 e 2030 e o Brasil e a América Latina deverão ser os maiores responsáveis por esse salto", disse, salientando que em 20 anos cerca de um terço do etanol utilizado mundialmente será de segunda geração.

De acordo com dados levantados pela empresa de consultoria Bloomberg New Energy Finance, o potencial brasileiro para a produção de etanol celulósico a partir do bagaço da cana será entre 10 e 17 bilhões de litros até 2020. Atualmente o país produz 25 bilhões de litros de etanol convencional. Para a produção de etanol de segunda geração, a grande vantagem brasileira seria não precisar plantar sequer um hectare a mais de cana-de-açúcar, já que a matéria-prima é o que sobra do fabrico do combustível de primeira geração.

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