Com pauta trancada, fim do voto secreto em decisões do Legislativo deve dominar o Plenário
Da Redação
A MP 619/2013 estabelece ações para ampliar e melhorar a capacidade de armazenagem de grãos no país. O texto permite à Conab usar o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) para contratar a construção de silos e armazéns públicos para a safra 2013/2014.
De acordo com a MP, que vence na próxima sexta-feira (4), a Conab pode contratar, sem licitação, banco federal para atuar na gestão e na fiscalização de obras e serviços de engenharia relacionados à modernização, construção, ampliação ou reforma de armazéns. O RDC, instituído pela Lei 12.462/2011, diminui os prazos de procedimentos e recursos na licitação e institui a contratação integrada, por meio da qual uma mesma empresa faz o projeto e o executa até a entrega final.
A matéria foi encaminhada ao Congresso Nacional em junho. O governo justifica a urgência da MP com o argumento de que é preciso evitar a perda de competitividade no campo, o que pode afetar as exportações brasileiras. A medida também pode estimular a agricultura familiar e atender os produtores rurais de baixa renda vítimas da seca.
Outros assuntos
A MP 619 também trata de prazos do penhor rural, contratos de
financiamento do Fundo de Terras e da Reforma Agrária. O texto ainda
institui o Programa Cisternas, para incentivar a construção de cisternas
e garantir o acesso da população à água, destina ajuda econômica para
produtores de cana-de-açúcar do Rio de Janeiro e garante às adotantes a
remuneração pelo período de licença-maternidade de 120 dias, entre
outros assuntos.De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Alves, esta foi a última MP a ser analisada pela Câmara com acréscimos de temas diferentes – os chamados “penduricalhos” ou “contrabandos”. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já havia anunciado, em sessão realizada no último dia 10, seu apoio à decisão de Henrique Alves de que as MPs só devem tratar do assunto principal e não mais de temas acessórios.
Crédito e capitalização
Outra MP que tranca a pauta do Senado é a 618/2013,
que capitaliza o BNDES e a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias
S.A. A matéria, que precisa ser votada até quinta-feira (3), permite à
União injetar R$ 15 bilhões na Valec, empresa pública responsável pela
construção e exploração de ferrovias, e outros R$ 15 bilhões no BNDES. O
relator da proposta na comissão mista, senador Valdir Raupp (PMDB-RO),
incluiu no texto da MP regras para a renegociação de dívidas rurais.Já a MP 624/2013 destina R$ 1,6 bilhão para os municípios. Os recursos serão destinados à melhoria da qualidade dos serviços públicos nas cidades, como saneamento e transporte público. A MP também destina R$ 148 milhões para o pagamento de subvenção econômica aos produtores de cana-de-açúcar da região Nordeste afetados pela estiagem na safra 2011/2012.
Voto aberto
O debate sobre o voto aberto amplo no Legislativo volta ao Plenário
nesta semana. Já transcorreram três dias de discussão em primeiro turno
da PEC 43/2013, que acaba com o voto secreto no Senado e na Câmara dos
Deputados. A medida também alcança as assembleias legislativas dos
estados, a Câmara Legislativa do Distrito Federal e as câmaras
municipais.Na última quinta-feira (26), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) defendeu o voto aberto como uma forma de compromisso com o eleitor e com a transparência. Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ana Rita (PT-ES) apontaram para o voto aberto em defesa da transparência, da coragem e da ética. Já o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou que é preciso fortalecer a democracia representativa, tornando-a torná-la imune a fenômenos aos que ocorrem atualmente na Venezuela, Bolívia e Equador e assegurar "salvaguardas" para a independência entre os Poderes da República. Ele defendeu a manutenção do voto secreto no caso de análise, pelo Congresso, de vetos presidenciais, e na escolha, pelo Senado, de integrantes das cortes superiores.
Outros projetos
Ainda constam da pauta o Projeto de Lei do Senado (PLS) 315/2003,
que a cria a mesorregião Metade Sul do estado do Rio Grande do Sul,
para favorecer o desenvolvimento da região, cujos indicadores sociais e
econômicos estão abaixo da média gaúcha; e a PEC 35/2011, que torna privativas do Senado Federal as decisões sobre tratados, acordos ou atos internacionais.
Agência Senado
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