Saúde leva ao Carnaval de Minas Gerais campanha de prevenção às DSTs
O Homem Camisinha, personagem criado pelo Ministério da Saúde para as ações deste ano, anima as festas de rua de Belo Horizonte e Ouro Preto
O Carnaval de rua de Minas Gerais terá este ano a participação do Homem Camisinha, personagem criado pelo Ministério da Saúde para a campanha deste ano de prevenção ao HIV, aids e doenças sexualmente transmissíveis. O personagem estará neste sábado (07) em Belo Horizonte levando mensagens de prevenção e distribuindo camisinhas aos foliões mineiros. A ação integra a campanha de prevenção com foco no carnaval, cujo slogan é “Deixe a camisinha entrar na festa”. No domingo, o personagem estará animando os foliões de Ouro Preto. Nessas ações, além de material informativo sobre prevenção serão distribuídas 573 mil camisinhas (212 mil em Ouro Preto e 361 mil em Belo Horizonte).
O objetivo da campanha do Ministério da Saúde para a folia de 2016 é reforçar a importância do preservativo como instrumento de evitar a contaminação, por via sexual, pelo vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. O Homem Camisinha, um ator devidamente caracterizado, vai circular entre escolas de samba, blocos e trios elétricos de Recife, Olinda, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto. Ao lado disso, o Ministério da Saúde prevê distribuir 5 milhões de preservativos durante a festa, inclusive na forma de dispensersinstalados em bares selecionados. A campanha também estará presente em transportes coletivos, TV, rádio e redes sociais. A página oficial pode ser acessada aqui.
De acordo com os dados mais atualizados do Ministério da Saúde, em 2015 o Brasil bateu recorde de pessoas em tratamento com antirretrovirais, e alcançou a marca de 91% das pessoas em tratamento com carga viral indetectável no organismo. “O número de pessoas em tratamento representa um recorde histórico. Nunca tanta gente começou a se tratar em um só ano. Isso significa que a campanha realizada pelo Ministério da Saúde no último ano, a #PartiuTeste, funcionou, assim como a campanha do Dia Mundial e as ações que desenvolvemos no âmbito do Programa Nacional de DST, Aids e Hepatite Virais”, comemora o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Fábio Mesquita.
OS NÚMEROS NO ESTADO - Em 2015, até 30 de outubro, 33.573 pacientes estavam em tratamento com medicamentos antirretrovirais em Minas Gerais, um percentual que já era 67% superior ao total de mineiros em tratamento durante todo o ano de 2010 (20.092).
Os casos registrados de Aids no estado foram 2.765 em 2014. Isso representa uma taxa de detecção (casos para cada grupo de 100 mil habitantes) de 13,3 em 2014. Em relação à mortalidade, foram registrados 852 óbitos no estado em 2014, com coeficiente de mortalidade de 3,7 casos de óbitos a cada 100 mil habitantes.
Em 2015 foram distribuídos pelo Ministério da Saúde 543,8 mil testes rápidos de HIV para Minas. O estado também recebeu 28,7 milhões de preservativos masculinos e 255 mil femininos. Desse total, 8,1 milhões de preservativos masculinos e 150 mil femininos foram destinados apenas para a capital Belo Horizonte.
TESTAGEM E TRATAMENTO - A campanha de Carnaval deste ano reforça o preservativo como a mais importante arma de combate ao HIV e aids, trabalhando a mensagem de prevenção nas ações pré-carnaval e durante as festas. Entre as peças estão filme, jingle para veiculação em rádios e versão estendida da música para os trios elétricos e carros de som. Foram investidos cerca de R$ 14 milhões na iniciativa.
O diferencial da campanha deste ano é que, a partir da Quarta-Feira de Cinzas, serão distribuídos folhetos nos postos de saúde e outdoors sobre a profilaxia pós-exposição (PEP). Dessa forma, no período pós-Carnaval, o Ministério continuará incentivando a testagem e o tratamento para os casos de sorologia positiva, completando assim, o tripé da prevenção.
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO - A profilaxia pós-exposição (PEP) é um procedimento que evita a proliferação do vírus HIV caso o medicamento seja tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus, como nos casos de sexo desprotegido. O ideal, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir).
Durante todo o ano de 2015, foram ofertados 42,3 mil tratamentos para Profilaxia Pós Exposição (PEP) em todo o país, um crescimento de 48,7% em relação ao ano de 2014, quando foram dispensados 28,4 mil tratamentos. Os resultados se devem, em grande parte, às ações como o novo Protocolo Clinico de Diretrizes e Tratamento, que simplifica os procedimentos para o uso de medicamentos antirretrovirais após exposição ao vírus do HIV. Publicado em agosto do ano passado, o documento recomenda um esquema único de tratamento a todas as situações.
Além disso, já está no ar, no site do Departamento de DST, Aids e hepatites virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, uma nova área sobre Profilaxia Pós-Exposição (PEP) com informações customizadas para o usuário do SUS, profissionais de saúde e gestores estaduais e municipais. O conteúdo inclui a lista das 515 unidades de saúde que ofertam a PEP.
PRESERVATIVOS – Em 2015, o Ministério da Saúde distribuiu 574 milhões de preservativos (552 milhões masculinos e 22 milhões femininos), superando os 443,8 milhões distribuídos em 2014. Desde novembro, o Ministério emitiu comunicado para que os estados se preparassem para o carnaval. Assim, foram encaminhados, apenas nos meses de novembro e dezembro, 123 milhões de camisinhas. Em janeiro deste ano, nova remessa de 31 milhões foi encaminhada.
PANORAMA - O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2009 e 2015, passando de 231 mil pacientes (2009) para 455 mil (2015). Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 11 são produzidos no Brasil. A rede de assistência conta atualmente com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE), além de inúmeras unidades básicas de saúde.
Atualmente a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no Brasil – em 1980 –, até junho de 2015, foram registrados no país 798.366 casos de aids.
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