Projeto urbanístico da Copa e remoções de populações serão discutidos, em Audiência Pública, no próximo dia 07
As questões referentes aos projetos urbanísticos previstos para a Copa do Mundo de 2014, como as obras que possivelmente gerarão remoções de populações, no município de Fortaleza, serão discutidas em audiência pública, na próxima quarta-feira (07/03), na Assembléia Legislativa do Ceará. A audiência foi requerida pelo mandato Ecos da Cidade - vereador João Alfredo (n° 0182/2010), em conjunto com o gabinete da deputada estadual Rachel Marques (PT).
O principal motivo da solicitação do debate foram as recentes notícias veiculadas em diversos meios de comunicação, nas quais a Prefeitura Municipal e Governo do Estado revelam grande disponibilidade na realização de investimentos de infra-estrutura na capital cearense, cuja previsão de gastos chega a R$ 9,4 bilhões. Apesar das propagandas oficiais, segundo as quais os investimentos referentes à mobilidade urbana, à oferta de serviços e o incremento das atividades turísticas trarão benefícios para a cidade, João Alfredo questiona a quem servirão tais obras, que atingirão centenas de moradores e moradoras das comunidades localizadas nas proximidades das obras, como já vem ocorrendo, por exemplo, nas comunidades da Lagoa da Zeza, Vila Cazumba, Serrinha, Titanzinho e Boa Vista.
Segundo o vereador do PSOL, para que Poder Legislativo efetivamente contribua para com o sucesso do evento, sob uma perspectiva popular, em Fortaleza, é preciso que possa fiscalizar e participar da construção dos projetos de investimento, buscando sempre assegurar os direitos dos cidadãos e cidadãs, a começar pela garantia de suas moradias. “Para tanto, necessita-se conhecer os planos de ação e os projetos previstos para a cidade. Assim, a realização de audiência pública revela-se um importante mecanismo de diálogo entre os poderes constituídos e a população, especialmente para esclarecer sobre a previsão de desapropriações de imóveis e remoções de famílias”, analisa.
Organizações populares já acompanham as discussões em torno da Copa 2014
Movimentos sociais, ONG's, organizações políticas, estudantes e moradores das comunidades que serão atingidas pelas obras da Copa formaram o Comitê Popular da Copa com o objetivo de discutir as transformações que ocorrerão na cidade e lutar para que elas não sirvam aos donos do capital e aos ricos da cidade, que já são os beneficiados pelas políticas públicas.
Confira abaixo manifesto do Comitê Popular da Copa – Contra as romoções!
PELO POVO, PELA CIDADE: NEM ESTALEIRO, NEM REMOÇÕES!
Fortaleza vai ser sede da Copa do Mundo em 2014! O que isso quer dizer?
Desde que Fortaleza foi escolhida como uma das cidades-sede da Copa do mundo de 2014, grandes obras que já haviam sido pensadas pelos/as ricos da cidade voltaram à cena buscando “modelar” a capital cearense para a copa. O entusiasmo com a escolha esconde as consequências que as obras “necessárias” para a Copa trarão para a maior parte da população: as/os mais pobres. O projeto de construção do Estaleiro Promar na praia do Titanzinho é um pequeno ensaio de como será feita a remodelação da cidade pelos capitalistas: grandes empreendimentos – como o “Aquário Ceará” de 250 milhões de reais e a construção de uma ponte sobre a área de preservação ambiental do Cocó – que beneficiará alguns poucos e passará por cima de tudo e de todos.
Para as elites, pobre não pode morar perto da praia! Por isso, mesmo com uma imensa faixa de litoral, escolheram justamente o Titanzinho para construir esse estaleiro. Os poucos empregos que esse empreendimento gerará (e não serão para as pessoas do Titanzinho) não compensam a destruição da comunidade. O que antes era o mar, se transformará num imenso muro que separará pescadores e surfistas da praia. Será o fim do Titanzinho!
O governo vai onde pobres moram e dão desculpas para tirá-los de lá!
Na verdade, querem retirar o direito dos mais pobres morarem na cidade. Centenas de famílias já estão sendo removidas dos lugares onde nasceram, cresceram e trabalham para os limites de Fortaleza – longe dos serviços públicos e da infra-estrutura urbana: escolas, hospitais, linhas de ônibus, empregos. O que não aparece na televisão é que, nos locais onde já teve remoções, como a Lagoa da Zeza e a Vila Cazumba, e onde estão previstas outras remoções, existem enormes terrenos pertencentes a grupos empresariais bastante influentes na vida política e econômica do Ceará. Ou seja, as tais obras que trarão “o bem para toda a cidade” beneficiarão, na verdade, a especulação imobiliária e uma minoria rica. E rios de dinheiro público escoarão para a boca (e para os bolsos) dos tubarões da Indústria da Construção Civil e do Turismo.
Mas o povo cearense já está cansado de ouvir sobre as maravilhas de grandes obras e da vinda de indústrias que trarão milhares de empregos. Pura enganação! Basta olhar para os municípios do interior onde empresas se instalaram sem pagar impostos e trouxeram pouco empregos e baixos salários. E quando acabam os incentivos, elas arrumam as malas e procuram outro lugar para explorar. Aliás, perguntar não ofende: o que será feito com o tal estaleiro quando terminar os oito navios encomendados? Vão vendê-lo pro ferro-velho?
É sobre isso que o Comitê Popular da Copa tem discutido.
Está na cara que o grande plano dos poderosos é jogar os pobres para “debaixo do tapete”, colocando-os para bem longe da Fortaleza dos ricos e dos turistas. Os investimentos para a Copa do Mundo estão voltados a apenas uma parte da cidade. Enquanto isso, os recursos para as regionais 5 e 6 foram reduzidos, isto é, as regiões mais carentes da cidade- que com as remoções terão um número maior de pessoas morando nelas- com menos recursos, menos postos de saúde, menos escolas, menos remédios, menos ambulâncias, menos ônibus... Menos tudo.
A brava resistência do povo do Titanzinho e do Serviluz ecoou um grito que, infelizmente, foi silenciado pela cooptação e pelo clientelismo em outras comunidades. Mas a força do dinheiro não consegue comprar a todos!
(comitepopulardacopa.ce@gmail.com)
--
Comunicação | Vereador João Alfredo -
Mais informações:
(85) 34448361 - Gabinete
(85) 99646614 - Emanuel Furtado
(85) 87934091 - Helena Martins
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As questões referentes aos projetos urbanísticos previstos para a Copa do Mundo de 2014, como as obras que possivelmente gerarão remoções de populações, no município de Fortaleza, serão discutidas em audiência pública, na próxima quarta-feira (07/03), na Assembléia Legislativa do Ceará. A audiência foi requerida pelo mandato Ecos da Cidade - vereador João Alfredo (n° 0182/2010), em conjunto com o gabinete da deputada estadual Rachel Marques (PT).
O principal motivo da solicitação do debate foram as recentes notícias veiculadas em diversos meios de comunicação, nas quais a Prefeitura Municipal e Governo do Estado revelam grande disponibilidade na realização de investimentos de infra-estrutura na capital cearense, cuja previsão de gastos chega a R$ 9,4 bilhões. Apesar das propagandas oficiais, segundo as quais os investimentos referentes à mobilidade urbana, à oferta de serviços e o incremento das atividades turísticas trarão benefícios para a cidade, João Alfredo questiona a quem servirão tais obras, que atingirão centenas de moradores e moradoras das comunidades localizadas nas proximidades das obras, como já vem ocorrendo, por exemplo, nas comunidades da Lagoa da Zeza, Vila Cazumba, Serrinha, Titanzinho e Boa Vista.
Segundo o vereador do PSOL, para que Poder Legislativo efetivamente contribua para com o sucesso do evento, sob uma perspectiva popular, em Fortaleza, é preciso que possa fiscalizar e participar da construção dos projetos de investimento, buscando sempre assegurar os direitos dos cidadãos e cidadãs, a começar pela garantia de suas moradias. “Para tanto, necessita-se conhecer os planos de ação e os projetos previstos para a cidade. Assim, a realização de audiência pública revela-se um importante mecanismo de diálogo entre os poderes constituídos e a população, especialmente para esclarecer sobre a previsão de desapropriações de imóveis e remoções de famílias”, analisa.
Organizações populares já acompanham as discussões em torno da Copa 2014
Movimentos sociais, ONG's, organizações políticas, estudantes e moradores das comunidades que serão atingidas pelas obras da Copa formaram o Comitê Popular da Copa com o objetivo de discutir as transformações que ocorrerão na cidade e lutar para que elas não sirvam aos donos do capital e aos ricos da cidade, que já são os beneficiados pelas políticas públicas.
Confira abaixo manifesto do Comitê Popular da Copa – Contra as romoções!
PELO POVO, PELA CIDADE: NEM ESTALEIRO, NEM REMOÇÕES!
Fortaleza vai ser sede da Copa do Mundo em 2014! O que isso quer dizer?
Desde que Fortaleza foi escolhida como uma das cidades-sede da Copa do mundo de 2014, grandes obras que já haviam sido pensadas pelos/as ricos da cidade voltaram à cena buscando “modelar” a capital cearense para a copa. O entusiasmo com a escolha esconde as consequências que as obras “necessárias” para a Copa trarão para a maior parte da população: as/os mais pobres. O projeto de construção do Estaleiro Promar na praia do Titanzinho é um pequeno ensaio de como será feita a remodelação da cidade pelos capitalistas: grandes empreendimentos – como o “Aquário Ceará” de 250 milhões de reais e a construção de uma ponte sobre a área de preservação ambiental do Cocó – que beneficiará alguns poucos e passará por cima de tudo e de todos.
Para as elites, pobre não pode morar perto da praia! Por isso, mesmo com uma imensa faixa de litoral, escolheram justamente o Titanzinho para construir esse estaleiro. Os poucos empregos que esse empreendimento gerará (e não serão para as pessoas do Titanzinho) não compensam a destruição da comunidade. O que antes era o mar, se transformará num imenso muro que separará pescadores e surfistas da praia. Será o fim do Titanzinho!
O governo vai onde pobres moram e dão desculpas para tirá-los de lá!
Na verdade, querem retirar o direito dos mais pobres morarem na cidade. Centenas de famílias já estão sendo removidas dos lugares onde nasceram, cresceram e trabalham para os limites de Fortaleza – longe dos serviços públicos e da infra-estrutura urbana: escolas, hospitais, linhas de ônibus, empregos. O que não aparece na televisão é que, nos locais onde já teve remoções, como a Lagoa da Zeza e a Vila Cazumba, e onde estão previstas outras remoções, existem enormes terrenos pertencentes a grupos empresariais bastante influentes na vida política e econômica do Ceará. Ou seja, as tais obras que trarão “o bem para toda a cidade” beneficiarão, na verdade, a especulação imobiliária e uma minoria rica. E rios de dinheiro público escoarão para a boca (e para os bolsos) dos tubarões da Indústria da Construção Civil e do Turismo.
Mas o povo cearense já está cansado de ouvir sobre as maravilhas de grandes obras e da vinda de indústrias que trarão milhares de empregos. Pura enganação! Basta olhar para os municípios do interior onde empresas se instalaram sem pagar impostos e trouxeram pouco empregos e baixos salários. E quando acabam os incentivos, elas arrumam as malas e procuram outro lugar para explorar. Aliás, perguntar não ofende: o que será feito com o tal estaleiro quando terminar os oito navios encomendados? Vão vendê-lo pro ferro-velho?
É sobre isso que o Comitê Popular da Copa tem discutido.
Está na cara que o grande plano dos poderosos é jogar os pobres para “debaixo do tapete”, colocando-os para bem longe da Fortaleza dos ricos e dos turistas. Os investimentos para a Copa do Mundo estão voltados a apenas uma parte da cidade. Enquanto isso, os recursos para as regionais 5 e 6 foram reduzidos, isto é, as regiões mais carentes da cidade- que com as remoções terão um número maior de pessoas morando nelas- com menos recursos, menos postos de saúde, menos escolas, menos remédios, menos ambulâncias, menos ônibus... Menos tudo.
A brava resistência do povo do Titanzinho e do Serviluz ecoou um grito que, infelizmente, foi silenciado pela cooptação e pelo clientelismo em outras comunidades. Mas a força do dinheiro não consegue comprar a todos!
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(85) 34448361 - Gabinete
(85) 99646614 - Emanuel Furtado
(85) 87934091 - Helena Martins
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