Vídeo sobre Felicidade Interna Bruta e Redes Econômicas Alternativas é lançado em Fortaleza


"Felicidade Interna Bruta e Redes Econômicas Alternativas", audiovisual realizado pela Academia de Ciência e Artes (Acartes), o Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim e o Instituto Lamparina, será apresentado no Cuca Che Guevara, dia 6 de maio, às 17h, com bate-papo com realizadores e o sociólogo Henrique Pais. O vídeo, segundo o jornalista e produtor Elizeu de Sousa, “descreve a origem do termo FIB, criado no Butão - um país asiático - e traz também reflexões sobre uma economia realizada a partir do empreendedorismo de artistas, artesãos e donas de casa. Trata de possibilidades econômicas criativas e solidárias, onde enriquecer não é a questão principal e sim: ser feliz de forma coletiva”. O documentário está sendo utilizado como um subsídio para os debates da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem caráter ecumênico e aborda a economia e a vida. Em entrevista concedida à AnotE, Elizeu de Sousa fala sobre a produção do vídeo, que contou com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil e apoio cultural da empresa Transágua e do Fundo Diocesano de Solidariedade da Arquidiocese de Fortaleza.

Como surgiu a ideia de realizar um documentário sobre o conceito e prática da Felicidade Interna Bruta?
Achamos o assunto pertinente com o desenvolvimento sustentável. Essa visão de desenvolvimento é trabalhada na periferia de Fortaleza através de redes articuladas por organizações como o CDVHS (Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza), a Fundesol (Fundação de Desenvolvimento Local e Socioeconomia Solidária), o Banco Palmas, o Qualifica, o Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim (MSMCBJ) e outras. Embora o termo Felicidade Interna Bruta seja uma novidade, o que está embutido em suas dimensões tem uma relação com o que é feito na linha da sustentabilidade humana e ambiental e dos direitos humanos. Então, o Edmar Júnior, da Academia de Ciências e Artes do Pirambu, juntamente com o padre Rino Bonvini, do MSMCBJ, resolveram apoiar a ideia de desenvolver um vídeo reunindo esta nova abordagem e as práticas econômicas solidárias.

Trata-se de um tema ainda pouco conhecido, mas de extrema importância. Como tem sido a repercussão do DVD?
Na verdade, o tema Felicidade Interna Bruta ainda está em processo de implementação aqui no Brasil. As primeiras experiências estão sendo desenvolvidas pelo Instituto Visão Futuro em municípios como Campinas e Piratininga, no Estado de São Paulo. A terminologia advém da iniciativa de um pequeno país asiático, chamado Butão, localizado nas montanhas do Himalaia. Ali, o rei Jigme Singya Wanchuck, há quase quarenta anos, implantou um índice diferenciado para medir o desenvolvimento, desprezando o PIB (Produto Interno Bruto). Com o passar do tempo, o país vem apresentando para o mundo a sua iniciativa, tendo ganhado, mais recentemente, a atenção da ONU. Como o termo ainda é pouco conhecido, especialmente pelas pessoas que desenvolvem atividades de economia solidária e criativa, optamos por apresentar a ideia, mas manter o foco nas questões objetivas de desenvolvimento sustentável a partir das práticas solidárias. Houve uma divulgação mais focada para o público da Campanha da Fraternidade e, desde março, alguns grupos já fazem uso do vídeo em suas discussões no Ceará e em outros estados.

Haverá um lançamento no próximo dia 6 de maio. Pode falar um pouco sobre isso?
Por esses dias, o vídeo está sendo veiculado na TV Fortaleza em canal por assinatura e pela Internet e, no dia 6 de maio, às 17h, será exibido no Cuca Che Guevara, na Barra do Ceará, seguido de um bate-papo com os realizadores e com o sociólogo Henrique Pais que abordará o tema Economia Solidária e as possibilidades de inserção das dimensões do FIB como processo de elevação da qualidade de vida das pessoas e conservação da natureza.

"Economia e Vida" é o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010. O documentário se propõe como uma contribuição para a campanha. Como é essa contribuição?
Apresentamos, com brevidade, no vídeo o que se entende por Felicidade Interna Bruta e sua inserção aqui no Brasil e ampliamos o debate para as práticas de desenvolvimento econômico a partir de políticas públicas de desenvolvimento local e de práticas de economia criativa e solidária. Na verdade, o vídeo é um instigador do tema. Não foi possível aprofundar. Junto ao documentário, anexamos, à parte, duas falas exclusivas. Uma do padre e filósofo Manfredo Oliveira, abordando sobre Economia e Vida e outra, do psicólogo André Feitosa, descrevendo com detalhes como é o Butão, como o FIB funciona lá e às questões que se apresentam para implantar algo semelhante aqui no Brasil.

A Felicidade Interna Bruta se contrapõe ao termo Produto Interno Bruto. Até que ponto você acha que este trabalho poderá contribuir para uma compreensão maior do que significa efetivamente o FIB?
A ideia é apresentar o FIB como um processo em construção que poderá ser apreendido pela dinâmica social das economias criativa (que envolve a produção cultural) e solidária (que se relaciona com o bem estar das pessoas). Embora os grupos praticantes demonstrem ainda não conhecer a idéia de Felicidade Interna Bruta, mas pratiquem a consciência ecológica, as relações solidárias, a busca da felicidade sem priorizar o acúmulo de riqueza... São abordagens que convergem para as dimensões do FIB, que são definidas no Butão como bom padrão de vida, boa governança, saúde, educação, diversidade cultural, resiliência ecológica, vitalidade comunitária, uso equilibrado do tempo e bem estar psicológico. A nossa intenção é instigar para a busca do aprofundamento da possibilidade de construirmos uma outra economia voltada para a vida e não para a concentração de renda pessoal ou nacional. Não deslocamos a discussão para um debate macroeconômico sobre PIB (Produto Interno Bruto) versus FIB. Isso não nos competia. Lançamos a preocupação de apresentar a “filosofia” do FIB e olhar, antes de tudo, como andam os segmentos mais pobres que lutam cotidianamente por soluções econômicas concretas para as suas vidas. Como a felicidade buscada nessas lutas podem contribuir para essa inspiração que vem do oriente? Essa pode ser uma das várias questões.

Como está sendo a divulgação do documentário e como fazer para adquiri-lo?
O vídeo está sendo divulgado por grupos alternativos e em sites como www.msmcbj.org.br, www.institutolamparina.org.br e em blogs. Estamos divulgando-o na TV Fortaleza e, em breve, esperamos veiculá-lo em outros canais. Para quem tiver interesse imediato poderá solicitar cópia com guia de utilização através do e-mail “videocf2010@gmail.com”.

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