OMC diz que ações conjuntas podem ajudar na rápida recuperação do comércio mundial

por ONU Brasil
Moradores fazem compras em um supermercado local em Wuhan, na China, no dia 8 de abril, depois da cidade ser reaberta após enfrentar um bloqueio de 76 dias. Foto: Wang Zheng
Moradores fazem compras em um supermercado local em Wuhan, na China, no dia 8 de abril, depois da cidade ser reaberta após enfrentar um bloqueio de 76 dias. Foto: Wang Zheng

A Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que é difícil determinar com precisão qual será o impacto econômico – e as perspectivas de recuperação – dada a natureza sem precedentes da nova crise de coronavírus. Ainda assim, economistas da OMC acreditam que a baixa no comércio será superior a causada pela crise financeira global em 2008 e 2009.
De acordo com a Organização, o comércio mundial de mercadorias deve cair entre 13% e 32%, levando em consideração que a recuperação do comércio em 2021 dependerá de quanto tempo o surto ainda irá durar e de quão eficazes serão as respostas políticas.
Quase todas as regiões sofrerão um declínio de dois dígitos nos volumes comerciais este ano, sendo as mais afetadas as exportações da América do Norte e da Ásia. A OMC informou ainda que o comércio provavelmente cairá mais acentuadamente em setores com cadeias de valor complexas, como produtos eletrônicos e automotivos.
Setor de serviços - Enquanto isso, o comércio de serviços está sendo diretamente afetado pela pandemia da COVID-19, em decorrência das restrições de viagens impostas pelos governos de todo o mundo para conter a propagação do vírus.
“O objetivo imediato é controlar a pandemia e mitigar os danos econômicos a pessoas, empresas e países, mas os dirigentes políticos também devem começar a planejar as consequências da pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, ao apresentar a análise.
“Esses números são feios – não há como contornar isso –, mas uma recuperação rápida e vigorosa é possível”, disse. “As decisões tomadas agora determinarão a forma futura das perspectivas de recuperação e crescimento global”.
Azevêdo acrescentou: “Precisamos lançar as bases para uma recuperação forte, sustentada e socialmente inclusiva. O comércio será um ingrediente importante aqui, junto com a política fiscal e monetária”.
“Manter os mercados abertos e previsíveis, além de promover um ambiente de negócios mais favorável em geral, será essencial para estimular o investimento renovado de que precisaremos. E se os países trabalharem juntos, veremos uma recuperação muito mais rápida do que se cada país agir sozinho", completou.
Desemprego em massa - A perspectiva da OMC surgiu quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que os rápidos e crescentes efeitos econômicos da COVID-19 no mundo do trabalho poderiam ser muito piores do que a crise financeira de 2008-2009, esperando-se que, apenas nos próximos três meses, ocorram cortes equivalentes a quase 200 milhões de trabalhadores em período integral.
Embora todas as regiões do mundo estejam sofrendo as consequências da COVID-19, os países árabes e a Europa tiveram o pior impacto sobre o emprego em questões percentuais, informou a agência de trabalho da ONU. As maiores perdas numéricas estão na região da Ásia-Pacífico – a mais populosa do mundo.
Em comunicado divulgado no dia 8 de abril, a OMC disse que o volume de comércio de mercadorias caiu 0,1% em 2019, pressionado pelas tensões comerciais e pela desaceleração do crescimento econômico. Em termos de dólar, as exportações caíram 3%, para 18,89 trilhões de dólares.
Enquanto isso, o valor das exportações de serviços comerciais aumentou 2%, para 6,03 trilhões de dólares em 2019. No entanto, o ritmo de expansão foi mais lento do que em 2018, quando o comércio de serviços cresceu 9%.
Dois cenários possíveis - Em sua previsão, a OMC disse que o futuro desempenho do comércio pode ser compreendido em termos de dois cenários distintos: um relativamente otimista, com uma queda acentuada no comércio, seguido por uma recuperação iniciada no final de 2020, e um mais pessimista, com maior declínio inicial e uma recuperação mais prolongada e incompleta.
Ambos cenários devem ser vistos como explorações de diferentes trajetórias possíveis para a crise, e não como previsões específicas de desenvolvimentos futuros, afirmou a Organização, enfatizando que os resultados reais podem estar facilmente fora do intervalo de precisão – no lado positivo ou no negativo.

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