Prefeitura certifica 120 haitianos que concluíram curso de Língua Portuguesa
Foi de alegria e emoção o clima na cerimônia de certificação de
um grupo de 120 haitianos que concluíram o curso instrumental de Língua
Portuguesa oferecido pela Secretaria Municipal da Educação. O pátio da
Escola Municipal Germano Paciornick, no Boqueirão, onde a cerimônia foi
realizada na noite de quarta-feira (14), ficou pequeno para abrigar
alunos, professores, amigos e familiares que se reuniram para celebrar a
conquista dos imigrantes, prestigiados também pelo prefeito Gustavo
Fruet.
No pátio, decorado com as cores das bandeiras do Brasil e do Haiti, o haitiano Destin Aubert, de 29 anos, deu uma demonstração do sucesso do curso, ao fazer um agradecimento público em português. “Queremos agradecer imensamente aos brasileiros e à Secretaria da Educação de Curitiba, que nos receberam bem e nos deram a oportunidade para aprender o português. Nossa gratidão ao trabalho feito com amor e muita paciência de todas as professoras envolvidas”, disse Aubert.
O curso faz parte do Projeto Haiti, criado em 2013 pela Secretaria Municipal da Educação e que já ofereceu escolarização para 200 haitianos desde 2013. Mais do que ensinar português, o curso representa um passo importante para a conquista da cidadania, uma vez que, ao dominar a língua, os imigrantes se habilitam para, por exemplo, fazer a carteira de trabalho, procurar um emprego, pedir informações ou buscar atendimento médico, além de preencher formulários para aluguel de casas, fazer operações bancárias e relacionar-se com outras pessoas no Brasil.
“Uma cidade humana e acolhedora se constrói a partir de ações como esta, que, ao garantir a compreensão e a expressão do nosso idioma, promove cidadania, inclusão social e cumprimento dos direitos humanos”, disse o prefeito Gustavo Fruet.
Nos últimos anos, Curitiba recebeu cerca de 5 mil imigrantes vindos do Haiti. Parte do grupo tem sido atendida por meio de programas sociais da Prefeitura nas áreas da educação, saúde e ação social.
Todo o atendimento aos estrangeiros é feito pelo município com recursos próprios, a partir do trabalho dos servidores municipais. “Temos aprendido muito com a capacidade de superação, força e entusiasmo destas pessoas que vêm em busca de trabalho, de melhores condições de vida, que são gratas e muito generosos em relação ao acolhimento que a cidade tem a oferecer. As escolas públicas de Curitiba estarão sempre de portas abertas aos irmãos haitianos”, disse Fruet.
O prefeito destacou que, além do projeto Haiti, a rede municipal de ensino realizaa um importante trabalho de acompanhamento e assessoramento para 222 estudantes de 28 nacionalidades atualmente matriculados no ensino regular do Município. Além dos estudantes, as escolas também recebem orientações especializadas para atender esse público.
Alegria
O curso instrumental de Língua Portuguesa teve 60 horas de aulas de escrita e conversação, realizadas à noite, duas vezes por semana, com turmas nas escolas municipais Germano Paciornick e Papa João XXIII.
Na cerimônia de certificação, o clima de festa começou com a apresentação do grupo Cantante, coral formado por servidores municipais, e seguiu com as homenagens-surpresa preparadas pelos estudantes haitianos para as professoras Ciomara Amorelli Viriato da Silva, Isabel Nowacki de Loyola, Simone Muller e Katia Regina Gracia Vianna, responsáveis pelas turmas. Mesmo emocionados, os estudantes discursaram em português, agradecendo às professoras pelo que aprenderam e pela amizade conquistada ao longo das aulas. “São muito boas e amigas, nos ajudaram muitos essas professoras que jamais iremos esquecer”, disse Guilande Manacé, de 33 anos.
Para frequentar as aulas, Guilande levava junto os filhos Stanley, de 3 anos, e Siberli, de cinco meses. As crianças logo viraram mascotes da turma, recebendo o carinho e o cuidado de toda a equipe da escola. A expectativa de Guilande é que o certificado a ajude a arranjar uma colocação no mercado de trabalho. O irmão, Liradicy Manasse, de 30 anos, já está empregado na construção civil. “Viemos ao Brasil reconstruir uma história que foi abalada pelo terremoto que destruiu nosso país. Aprender a se comunicar tem sido fundamental para nós”, disse Liradicy.
Função social
Cada certificado entregue era festejado tanto pelos estudantes quanto pela equipe da Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos, da Secretaria Municipal da Educação, responsável pelo desenvolvimento do projeto Haiti. “É um dia de muita alegria, que revela o quanto nossas escolas têm cumprido sua função social, mantendo-se abertas e voltadas ao resgate da cidadania e dos direitos dos cidadãos, independentemente de sua condição social, econômica ou étnico-social”, disse a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo.
A migração dos haitianos para Curitiba começou em 2010, depois que um terremoto devastou a ilha da América Central, fazendo mais de 200 mil vítimas fatais e deixando mais 1,5 milhão de desabrigados. “O desconhecimento do idioma, aliado à dificuldade de comprovar a escolarização cursada no país de origem, tem limitado as opções de trabalho. A maior parte dos haitianos está na cidade em busca de oportunidades de um recomeço de vida, razão pela qual é fundamental que possam se expressar”, disse a coordenadora de políticas educacionais para jovens e adultos, Maria do Socorro Ferreira de Moraes.
Outra dificuldade vivida pelos haitianos é o preconceito e a discriminação. “Ensiná-los a se comunicar em português é também uma forma de ajuda-los a vencer esse preconceito”, diz Socorro.
O projeto
O Projeto Haiti teve início em agosto de 2013, com atividades na Escola Municipal Professor Brandão, no Alto da Glória, com um grupo pequeno, com menos de 60 alunos. Os alunos recebiam lanche e material gratuito para as aulas.
A procura elevada pelas aulas de língua portuguesa fez com que a Secretaria Municipal da Educação buscasse parceria com a Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná, solicitando abertura de 8 turmas com aulas no sábado.
No ano seguinte, com uma demanda ainda maior para ser atendida, teve início uma nova parceria, dessa vez da Secretaria Municipal da Educação com a Fundação de Ação Social (FAS), que resultou no curso instrumental de Língua Portuguesa para estrangeiros.
Neste ano, para facilitar o acesso dos estudantes ao curso, as aulas aconteceram nas escolas municipais e uma nova parceria com a Aliança Francesa pretende auxiliar os haitianos que passarem pelo curso a buscarem uma colocação no mercado. “Esse é um projeto belíssimo que nós vamos apoiar”, disse o diretor da Aliança Francesa em Curitiba, Bertrand Lacour que participou a certificação e fez a leitura dos nomes dos estudantes e ofereceu dicionários como presente aos estudantes.
Além dos cursos a Secretaria Municipal da Educação tem atendido aos filhos e filhas de imigrantes que estão chegando a Curitiba, sem falar o português, e que se matriculam nas escolas da rede municipal. A equipe de Língua Estrangeira do Departamento de Ensino Fundamental oferta desde o ano passado curso para diretores, pedagogos, professores e assistentes administrativos das escolas para que ofereçam o melhor acolhimento e atendimento aos alunos estrangeiros.
Estiveram presentes na cerimônia de certificação o assessor de Direitos Humanos e Igualdade racial do Gabinete do Prefeito, Igo Martini; a presidente da Casa latino Americana (Casla), Gladys Renné de Souza Sanches; a presidente da Associação dos Haitianos de Curiitiba, Laurette Bernarsin; o vereador Paulo Salamuni, além de equipes da Secretaria Muncipal da Educação.
No pátio, decorado com as cores das bandeiras do Brasil e do Haiti, o haitiano Destin Aubert, de 29 anos, deu uma demonstração do sucesso do curso, ao fazer um agradecimento público em português. “Queremos agradecer imensamente aos brasileiros e à Secretaria da Educação de Curitiba, que nos receberam bem e nos deram a oportunidade para aprender o português. Nossa gratidão ao trabalho feito com amor e muita paciência de todas as professoras envolvidas”, disse Aubert.
O curso faz parte do Projeto Haiti, criado em 2013 pela Secretaria Municipal da Educação e que já ofereceu escolarização para 200 haitianos desde 2013. Mais do que ensinar português, o curso representa um passo importante para a conquista da cidadania, uma vez que, ao dominar a língua, os imigrantes se habilitam para, por exemplo, fazer a carteira de trabalho, procurar um emprego, pedir informações ou buscar atendimento médico, além de preencher formulários para aluguel de casas, fazer operações bancárias e relacionar-se com outras pessoas no Brasil.
“Uma cidade humana e acolhedora se constrói a partir de ações como esta, que, ao garantir a compreensão e a expressão do nosso idioma, promove cidadania, inclusão social e cumprimento dos direitos humanos”, disse o prefeito Gustavo Fruet.
Nos últimos anos, Curitiba recebeu cerca de 5 mil imigrantes vindos do Haiti. Parte do grupo tem sido atendida por meio de programas sociais da Prefeitura nas áreas da educação, saúde e ação social.
Todo o atendimento aos estrangeiros é feito pelo município com recursos próprios, a partir do trabalho dos servidores municipais. “Temos aprendido muito com a capacidade de superação, força e entusiasmo destas pessoas que vêm em busca de trabalho, de melhores condições de vida, que são gratas e muito generosos em relação ao acolhimento que a cidade tem a oferecer. As escolas públicas de Curitiba estarão sempre de portas abertas aos irmãos haitianos”, disse Fruet.
O prefeito destacou que, além do projeto Haiti, a rede municipal de ensino realizaa um importante trabalho de acompanhamento e assessoramento para 222 estudantes de 28 nacionalidades atualmente matriculados no ensino regular do Município. Além dos estudantes, as escolas também recebem orientações especializadas para atender esse público.
Alegria
O curso instrumental de Língua Portuguesa teve 60 horas de aulas de escrita e conversação, realizadas à noite, duas vezes por semana, com turmas nas escolas municipais Germano Paciornick e Papa João XXIII.
Na cerimônia de certificação, o clima de festa começou com a apresentação do grupo Cantante, coral formado por servidores municipais, e seguiu com as homenagens-surpresa preparadas pelos estudantes haitianos para as professoras Ciomara Amorelli Viriato da Silva, Isabel Nowacki de Loyola, Simone Muller e Katia Regina Gracia Vianna, responsáveis pelas turmas. Mesmo emocionados, os estudantes discursaram em português, agradecendo às professoras pelo que aprenderam e pela amizade conquistada ao longo das aulas. “São muito boas e amigas, nos ajudaram muitos essas professoras que jamais iremos esquecer”, disse Guilande Manacé, de 33 anos.
Para frequentar as aulas, Guilande levava junto os filhos Stanley, de 3 anos, e Siberli, de cinco meses. As crianças logo viraram mascotes da turma, recebendo o carinho e o cuidado de toda a equipe da escola. A expectativa de Guilande é que o certificado a ajude a arranjar uma colocação no mercado de trabalho. O irmão, Liradicy Manasse, de 30 anos, já está empregado na construção civil. “Viemos ao Brasil reconstruir uma história que foi abalada pelo terremoto que destruiu nosso país. Aprender a se comunicar tem sido fundamental para nós”, disse Liradicy.
Função social
Cada certificado entregue era festejado tanto pelos estudantes quanto pela equipe da Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos, da Secretaria Municipal da Educação, responsável pelo desenvolvimento do projeto Haiti. “É um dia de muita alegria, que revela o quanto nossas escolas têm cumprido sua função social, mantendo-se abertas e voltadas ao resgate da cidadania e dos direitos dos cidadãos, independentemente de sua condição social, econômica ou étnico-social”, disse a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo.
A migração dos haitianos para Curitiba começou em 2010, depois que um terremoto devastou a ilha da América Central, fazendo mais de 200 mil vítimas fatais e deixando mais 1,5 milhão de desabrigados. “O desconhecimento do idioma, aliado à dificuldade de comprovar a escolarização cursada no país de origem, tem limitado as opções de trabalho. A maior parte dos haitianos está na cidade em busca de oportunidades de um recomeço de vida, razão pela qual é fundamental que possam se expressar”, disse a coordenadora de políticas educacionais para jovens e adultos, Maria do Socorro Ferreira de Moraes.
Outra dificuldade vivida pelos haitianos é o preconceito e a discriminação. “Ensiná-los a se comunicar em português é também uma forma de ajuda-los a vencer esse preconceito”, diz Socorro.
O projeto
O Projeto Haiti teve início em agosto de 2013, com atividades na Escola Municipal Professor Brandão, no Alto da Glória, com um grupo pequeno, com menos de 60 alunos. Os alunos recebiam lanche e material gratuito para as aulas.
A procura elevada pelas aulas de língua portuguesa fez com que a Secretaria Municipal da Educação buscasse parceria com a Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná, solicitando abertura de 8 turmas com aulas no sábado.
No ano seguinte, com uma demanda ainda maior para ser atendida, teve início uma nova parceria, dessa vez da Secretaria Municipal da Educação com a Fundação de Ação Social (FAS), que resultou no curso instrumental de Língua Portuguesa para estrangeiros.
Neste ano, para facilitar o acesso dos estudantes ao curso, as aulas aconteceram nas escolas municipais e uma nova parceria com a Aliança Francesa pretende auxiliar os haitianos que passarem pelo curso a buscarem uma colocação no mercado. “Esse é um projeto belíssimo que nós vamos apoiar”, disse o diretor da Aliança Francesa em Curitiba, Bertrand Lacour que participou a certificação e fez a leitura dos nomes dos estudantes e ofereceu dicionários como presente aos estudantes.
Além dos cursos a Secretaria Municipal da Educação tem atendido aos filhos e filhas de imigrantes que estão chegando a Curitiba, sem falar o português, e que se matriculam nas escolas da rede municipal. A equipe de Língua Estrangeira do Departamento de Ensino Fundamental oferta desde o ano passado curso para diretores, pedagogos, professores e assistentes administrativos das escolas para que ofereçam o melhor acolhimento e atendimento aos alunos estrangeiros.
Estiveram presentes na cerimônia de certificação o assessor de Direitos Humanos e Igualdade racial do Gabinete do Prefeito, Igo Martini; a presidente da Casa latino Americana (Casla), Gladys Renné de Souza Sanches; a presidente da Associação dos Haitianos de Curiitiba, Laurette Bernarsin; o vereador Paulo Salamuni, além de equipes da Secretaria Muncipal da Educação.
Comentários
Postar um comentário