PNUD capacita agricultores familiares de MG para impulsionar produtos da biodiversidade

por ONU Brasil
Foto: Agência MOC/Lara Stahlberg
Foto: Agência MOC/Lara Stahlberg
Doces, geleias, biscoitos, farinha e café. Polpa de açaí, de coquinho azedo, de cagaita, araçá, umbu, maracujá nativo, mangaba, acerola, pequi e outros frutos. Extrativistas, técnicos, extensionistas, estudantes, professores. Cerca de 30 pessoas participaram do curso "Boas Práticas de Fabricação de Alimentos", realizado neste mês, em Montes Claros (MG), pelo Projeto Bem Diverso — uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A formação em Minas foi promovida do dia 1º a 5 de julho por pesquisadores e analistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) — Agroindústria de Alimentos, do Rio de Janeiro. Também participaram parceiros locais, como o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, a Cooperativa Grande Sertão e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) de Minas Gerais.
Com a capacitação, as instituições buscaram difundir modelos de referência técnica na fabricação de alimentos. O objetivo era garantir que os empreendimentos locais pudessem aprimorar a qualidade dos produtos do extrativismo vegetal, monitorando o local e a higiene na etapa de industrialização.
Fernanda Santos, diretora da Escola Família Agrícola Nova Esperança, no Alto Rio Pardo, acompanhou as atividades do curso. O centro de ensino que coordena atende filhos de agricultores de 60 comunidades da região. De acordo com a gestora, a agroindústria é tema de duas disciplinas da escola, e o curso do Bem Diverso foi "uma oportunidade de aprender desde noções de microbiologia até gestão e repassar esses conhecimentos para fortalecer o processo de ensino com os estudantes e as comunidades atendidas".
"É importante agregar novas técnicas, não apenas para auxiliar o pessoal na fábrica, mas também os produtores, pois a boa qualidade do produto acabado vem desde o início da produção no campo", acrescenta Douglas Araújo Moura, membro da cooperativa Grande Sertão.

Aulas teóricas e práticas

O curso foi estruturado em aulas teóricas e práticas. Ao final, os participantes tornaram-se capazes de compreender o que causa a deterioração dos alimentos e como isso afeta a saúde humana. A formação aborda práticas para conservar os bens alimentícios e assegurar a sua qualidade ao longo toda a cadeia produtiva.
Entre os temas abordados no treinamento, estão microbiologia de alimentos, instalações e operações, princípios de higiene, transporte e armazenamento. Outro tópico discutido foi a rotulagem dos produtos.

Novos mercados

Aprimorar a qualidade dos produtos da sociobiodiversidade, além de facilitar os processos de registro, pode abrir novas possibilidades de comercialização.
"Valorizando o trabalho das agroindústrias comunitárias e o trabalho do extrativista para a conservação da biodiversidade, podemos também ir além do trabalho instalado em campo e intensificar o trabalho no processamento, aumentando o mercado para os produtos", explica o coordenador do projeto e pesquisador da EMBRAPA, Anderson Sevilha.
O gestor aponta também para as possibilidades de resgatar as tradições de cultivo das comunidades.
Duas cooperativas do Território Alto Rio Pardo — Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa 2 (COOPAAB) e Grande Sertão — que participaram do curso vão receber assessoria contínua para a implementação de boas práticas em segurança dos alimentos. Com o apoio, a expectativa é de que elas possam servir como referência para outras agroindústrias do território.

O Projeto Bem Diverso

O Bem Diverso é uma parceria entre a EMBRAPA e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O projeto é executado com o apoio de organizações do governo e da sociedade civil, além de contar com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
A iniciativa abrange ações em outros cinco territórios e tem a liderança da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia. O principal objetivo do Bem Diverso é conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para comunidades tradicionais e agricultores familiares.

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