“Mandu – O Índio Guerreiro” no projeto Teatro para Todos
O
projeto Teatro para Todos apresenta “Mandu – O Índio Guerreiro” nesta
terça, 4 de dezembro, no Theatro 4 de Setembro, às 19h. O espetáculo, do
grupo Cabaças Produções, é assinado pelo dramaturgo parnaibano Benjamim
Santos, e traz uma concepção de dança-teatro - marca registrada do
grupo artístico de Parnaíba (PI).
A obra narra saga do índio Mandu, nascido no Piauí e
apelidado de Ladino após ser recolhido para estudar e ser cristianizado
por religiosos da Ordem dos Capuchinhos. O indígena, após passar anos
sendo "civilizado" por seus colonizadores em Pernambuco, revolta-se ao
saber que sua tribo está sendo dizimada pelos proprietários de terras
que se instalaram no local. Mandu acaba se tornando o símbolo de maior
resistência das tribos Tremenbés, que povoavam o solo piauiense.
“Mandu – O Índio Guerreiro” nasceu em 2010 com uma
proposta do SESC-PI para compor a exposição da obra de Anfrisio Lobão,
que narra a história do protagonista e personagem título do espetáculo.
Após o sucesso das performances, o autor e dramaturgo Benjamim Santos
resolveu ampliar o texto e fortalecer a proposta junto ao Cabaças
Produções. A direção do espetáculo é de Ryck Costa e coreografia de Mara
D'França e Eugênia Castelo Branco, com um grande elenco.
Realizado mensalmente, o Teatro para Todos busca
levar apresentações às ruas de Teresina e ao Theatro 4 de Setembro a
preços populares. O projeto é uma realização do Governo do Estado
através da Fundação Cultural do Estado - Fundac.
Quem é Mandu?
Ele
nasceu em São Miguel do Tapuio (Altos-PI), e era um índio Arani que
ficou órfão de pai e mãe aos 12 anos de idade. Acabou sendo recolhido ao
aldeiamento cariri do Boqueirão, a 70 léguas de Recife, para estudar e
ser cristianizado pelos religiosos da Ordem dos Capuchinhos, logo fora
batizado. Sem esconder o ódio aos brancos que haviam exterminado a sua
família e seu povo, seu sentimento se tornaria ainda maior quando
presencia os mestres que o educavam queimarem os ídolos, vestimentas e
outros objetos de adoração de seu povo, após isso, fugiu do aldeiamento e
uniu-se a vários indígenas cariris que buscavam o vale do Longá, no
Piauí, no meio do caminho foi aprisionado e vendido como escravo para um
criador de gado que com o passar do tempo conquista a sua confiança
trabalhando muito tempo como escravo-vaqueiro.
Como condutor de boiadas, conhece várias tribos da
região, até que em uma de suas viagens de rotina, no ano de 1712, se
revolta ao presenciar uma índia sendo brutalmente morta por soldados
portugueses. Inconformado com essa cena, ele consegue reunir vários
índios, retornando ao local, exterminando toda a guarnição militar. A
partir daí inicia-se sua fase de liderança indígena.
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