Salário mais baixos para mulheres
Pesquisa realizada pelo IBGE revela que homens ganham mais
Eunice Félix dos Santos é proprietária de uma pequena estamparia no calçadão da Batista de Carvalho, Centro de Bauru.
Com o estabelecimento, há 15 anos sustenta a sua família e garante os seus vencimentos. “Sou realizada com o meu trabalho. Tenho o meu espaço e sou independente”, revela.
Empreendedoras, acionistas, projetistas... A empresária de 48 anos é só um dos exemplos de mulheres bauruenses que estão inseridas no mercado de trabalho sem qualquer dependência dos homens.
Só que, mesmo desenvolvendo as mesma funções e muitas vezes ocupando cargos mais importantes do que eles, as mulheres continuam ganhando salários menores.
O IBGE publicou nesta quarta-feira uma pesquisa que apontou que o salário mensal médio recebido pelas mulheres foi 20% menor que o dos homens ao longo de 2009.
Enquanto os homens receberam R$ 1.682,07 (3,6 salários mínimos da época), as mulheres ganharam R$ 1.346,16 (2,9). O salário médio do brasileiro ficou em R$ 1.540,59 (3,3 salários).
Para chegar ao resultado, o IBGE analisou o os dados do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
Uma das explicações para o resultado da pesquisa é que as mulheres ainda não estão inseridas em trabalhos que exijam esforço físico. No entanto, é possível encontrar no mercado de trabalho profissionais na mesma função que ganham salários diferentes por conta do sexo.
“Não existe, do ponto de vista econômico, qualquer razão para uma mulher ganhar menos que um homem. Trata-se de puro preconceito”, explica o professor de economia da USC (Universidade Sagrado Coração) Ricardo Carrijo. “Não é justo. Nós somos capacitadas tanto quanto qualquer homem”, reclama Eunice.
Domésticas reclamam
A maioria das empregas domésticas são mulheres. Em Bauru, por exemplo, não existe registro de homens na função. Segundo o Sindicato das Domésticas de Bauru e região, a categoria é uma das mais mal pagas no Brasil. O vencimento, em média, não ultrapassa um salário mínimo para o trabalho de 40 horas semanais
