FAS prepara pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho

Em Curitiba, as pessoas em situação de rua têm a oportunidade de participar de cursos e oficinas gratuitas de qualificação profissional. Em 2018, a Prefeitura ofereceu 1.878 vagas em 25 cursos para que esse público pudesse se preparar para entrar ou voltar ao mercado de trabalho. Só nos dois primeiros meses deste ano estão sendo ofertadas 575 vagas. 
“O trabalho é a porta de saída da população que vive em situação de rua. É fundamental para que essas pessoas possam fazer novos projetos e resignificar suas vidas”, diz a diretora de Atenção à População em Situação de Rua, Maria Alice Erthal, da Fundação de Ação Social (FAS), responsável pelas políticas da assistência social e do trabalho e emprego no município.    
Por meio do programa Liceus de Ofícios, referência na oferta de cursos profissionalizantes gratuitos, os participantes puderam fazer cursos de telemarketing, porteiro e zelador, informática básica, dicas de entrevista, autoestima e marketing pessoal. Foram ofertadas ainda oficinas do programa Mobiliza, de desenvolvimento de habilidades e competências para o mundo do trabalho com foco no aperfeiçoamento comportamental.
Alguns dos cursos são próprios do município e outros foram oferecidos em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE-PR), explica o diretor de Qualificação para o Trabalho da FAS Trabalho, Fabiano Vilaruel.
As aulas aconteceram principalmente nos Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centros Pop), que integram a rede municipal de assistência social.
Vida nova
No ano passado, 848 pessoas em situação de rua se inscreveram para os cursos. Um deles foi Luiz Carlos de Souza Machado, 58 anos, que viveu nas ruas de Curitiba por dois meses em 2017, depois de se separar da mulher, perder o emprego e não ter mais como pagar o aluguel da casa onde morava.
Ele começou a ser atendido pela FAS em outubro daquele ano, depois que um amigo que conheceu nas ruas lhe indicou os serviços da Casa de Passagem Bairro Novo, no Sítio Cercado. “Eu trabalhava como porteiro em uma empresa de material de construção, mas fui demitido em março. Cinco meses depois, sem dinheiro, decidi morar na rua”, conta.
Naquela época, Machado dormia no abrigo e passava o dia no Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) Boqueirão. Com sua vinculação aos serviços, ele foi encaminhado para uma unidade de acolhimento, no mesmo bairro, onde ficou seis meses e foi incentivado a participar de cursos profissionalizantes. Ele também recebeu atendimento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs).
“Fiz dois Mobiliza, aprendi a me comportar nas entrevistas e tomar as decisões certas. Me ensinaram muita coisa boa”, diz. Logo depois, Machado também fez o curso de Pintura Automotiva, promovido pelo Senai e oferecido gratuitamente por meio de uma parceria da FAS e o Instituto Barigui.
Com a conclusão do curso, Machado foi encaminhado para entrevistas de emprego. Há quatro meses ele trabalha em um lava-car de uma concessionária de carros importados.
Com sua evolução, Machado foi novamente transferido para outra unidade da FAS, desta vez uma república que abriga pessoas que estão em processo de saída das ruas. Depois dos dias difíceis que passou desabrigado, ele planeja alugar e mobiliar uma quitinete para morar sozinho. “Rua nunca mais. Só tenho a agradecer à FAS e as pessoas que trabalham lá. Com a orientação delas eu consegui ter um norte e dar um rumo na minha vida.”

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