Ações da DH contribuem para queda de homicídios na Baixada
Primeiros cinco meses deste ano registram diminuição de quase 30% nos índices criminais
D.O Notícias – Como funciona a estrutura da DHBF?
Fábio Cardoso – Desde que foi inaugurada com o conceito de Delegacia Legal, seguindo os protocolos da Delegacia de Homicídios da capital, a DHBF vem cumprindo um papel extremamente importante na região onde atua. Contamos com cerca de 130 policiais, 10 delegados e 20 viaturas, e nossa missão é focar na investigação de homicídios e latrocínios que acontecem na Baixada Fluminense, que abrange uma área enorme, de Itaguaí a Guapimirim.
D.O Notícias – Quais os diferenciais dessa unidade para uma convencional?
FC – Além de ter um foco muito específico, a DHBF conta com o Grupo Especial de Local de Crime (GELC), que reúne um delegado, cerca de oito policiais, um perito criminal e um papiloscopista. Essa é a equipe que tem o primeiro contato com o local do crime. A orientação é que a chegada seja rápida, para evitar a perda de informações técnicas e testemunhais. Percebemos que as testemunhas, em geral, estão mais dispostas a falar o que viram logo após o crime, no calor da situação. Esse grupo também tem a missão de identificar, por exemplo, câmeras que ficam no entorno da ocorrência. A Justiça costuma ter preferência por provas periciais e de imagens, pois a contestação é mais difícil. Ao final do plantão desta equipe, no dia seguinte, um outro grupo da unidade assume a investigação e segue com ela até a conclusão. Com isso, evitamos a interrupção do processo e damos mais celeridade ao caso.
D.O Notícias - Como era a condução dos casos de homicídio antes da criação das DHs no modelo atual?
FC – A investigação das ocorrências era de responsabilidade das delegacias convencionais e as DHs entravam no caso quando a chefia de polícia solicitava. Agora, todos os homicídios ou latrocínios são conduzidos desde o começo por nossas equipes e também crimes conexos, como quadrilha, tráfico de drogas, mas sempre tendo o homicídio como objetivo.
D.O Notícias – Que tipos de ações têm sido feitas para coibir os crimes na Baixada?
FC – Criamos as Operações Preventivas Especiais (OPEs), que têm por objetivo aumentar o policiamento nas áreas onde nosso setor de inteligência identifica altos índices de homicídios. Enviamos equipes em viaturas por terra e contamos com o apoio de helicóptero da Polícia Civil para o caso de tentativa de fuga de criminosos. Nessas operações, procuramos cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, checar informações passadas pelo Disque Denúncia, mas também criar uma visibilidade de que a área está monitorada. O crime tem dois motivadores: oportunidade e falta de repressão.
D.O Notícias – Como é o retorno da população da região em relação à atuação da unidade?
FC – Temos uma relação muito próxima com os moradores da Baixada, participamos de reuniões com os conselhos comunitários. Recentemente, recebemos um abaixo-assinado, que parabenizava a ação da DHBF na prisão do assassino de um senhor, que era muito querido na região onde morava. Além disso, temos uma integração próxima com o Rio sem Homofobia, em casos ligados ao assassinato de homossexuais, e com o Ministério Público, que nos auxilia na emissão rápida de medidas cautelares.
D.O Notícias – O que está sendo feito para melhorar os índices de homicídios nos próximos meses?
FC – Estamos treinando policiais na investigação em relação à perícia, confronto balístico, técnicas de papiloscopia, DNA. Com isso, queremos melhorar o número de elucidações e intimidar e inibir a ocorrência de crimes, pois, quando isso acontece, o criminoso percebe que a polícia está mais atuante e a impunidade, menor. Em 2014, foi registrada a média de 5,39 homicídios por dia na Baixada. Nos cinco primeiros meses de 2015, já tivemos redução de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, com média diária abaixo de 4,5. Nossa meta para junho é ficar abaixo de três homicídios por dia.
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