História do Jordão é retratada por meio da Caravana de Cultura e Humanização

 A Avenida Francisco Dias é a principal via do Jordão (Foto: Stael Maia/Humanização)
Avenida Francisco Dias é a principal via do Jordão (Foto: Stael Maia/Humanização)
O Jordão foi o oitavo município a ser visitado pela Caravana de Cultura e Humanização, no último fim de semana. Durante a passagem da caravana, sua equipe realiza o levantamento histórico das cidades, a fim de garantir a visibilidade de pessoas, seus bens materiais e imateriais, estabelecendo com a comunidade um canal de comunicação por meio da oficina de comunicação patrimonial.
A cidade tem características peculiares que são destacadas pelos moradores. Uma delas é a localização, no encontro dos rios Jordão e Tarauacá, fato que chama atenção de quem visita o local. Outro aspecto é a concentração de índios kaxinawá, que representam um total de 30% da população, agrupados em mais de 30 aldeias em três terras indígenas: Seringal Independência (Rio Tarauacá), baixo Rio Jordão e Alto Rio Jordão.
A presença dos kaxinawás é representativa no Jordão (Foto: Stael Maia/Humanização)
A presença dos kaxinawás é representativa no Jordão (Foto: Stael Maia/Humanização)
Surgido no período áureo da borracha, o pequeno município tem a maior altitude no Estado, com 278 metros. A Vila Jordão só ganhou o status de município no dia 28 de abril de 1992, quando, por força da lei 1.034, teve seu território de 6.695,5 km² desmembrado de Tarauacá.
Com 6.059 habitantes, dos quais 86% vivem na zona rural, Jordão tem sido notícia nacional devido à existência de índios arredios em seu território. Sua economia é voltada para o extrativismo da borracha e essências florestais. Na região há grande quantidade de palmeiras de dendê nativas.
A agricultura cada vez mais se desenvolve, com plantio de milho, alho, feijão e amendoim. Praticamente toda a produção vegetal e animal é comercializada em Tarauacá ou localidades do Amazonas.
Marcas do primeiro ciclo da borracha
Localizado a 15 minutos de barco de Jordão, o Seringal Boa Vista ainda guarda riquezas do primeiro ciclo da borracha no Acre, ocorrido no período de 1879 a 1912. O ciclo da borracha foi um momento importante da história econômica e social do Acre, relacionado com a extração de látex e comercialização da borracha, proporcionando expansão da colonização e atração de riqueza, bem como transformações culturais e sociais na região amazônica.
Maria Rita Gomes, 70, sempre morou no Seringal Boa Vista (Foto: Stael Maia/Humanização)
Maria Rita Gomes, 70, sempre morou no Seringal Boa Vista (Foto: Stael Maia/Humanização)
No local é possível encontrar antigas garrafas que foram trazidas de outros países, como Portugal e Espanha. “Morei no Boa Vista toda a minha vida, e sempre encontramos esses materiais por aqui. Antes eu não tinha certeza da importância deles, mas sempre achei que devia guardar da melhor forma”, conta a agricultora Maria Rita Gomes.
Além disso, os moradores contam que existe um cemitério localizado no meio do seringal, também da época da borracha.

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