OPAS: sucesso da amamentação não é responsabilidade exclusiva da mãe, mas de todos

por ONU Brasil
Atrasar o aleitamento materno aumenta o risco de morte de recém-nascidos em até 80%. Foto: EBC
Atrasar o aleitamento materno aumenta o risco de morte de recém-nascidos em até 80%. Foto: EBC
Em alusão à Semana Mundial de Aleitamento Materno, celebrada entre 1º e 7 de agosto, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o Ministério da Saúde do Brasil e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se uniram em Brasília (DF) para reforçar a importância da amamentação não só para as crianças e para suas mães, mas para a sociedade como um todo.
“Gostaria de destacar o papel de cada um de nós no apoio às famílias, lembrando que o sucesso da amamentação não é responsabilidade exclusiva da mãe, mas uma responsabilidade social de todos nós”, afirmou a representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross.
Ela ressaltou que vários setores, além da saúde, precisam unir esforços para apoiar e proteger o aleitamento materno. “O trabalho intersetorial se torna necessário para garantir o exercício do direito que todas as mães têm de amamentar e o direito que todas as crianças têm de receber o melhor alimento que existe, indispensável e insubstituível para seu perfeito desenvolvimento”.
Gross disse ainda que, apesar de já existir ampla evidência sobre os benefícios do aleitamento materno, países das Américas ainda enfrentam desafios para construir um ambiente ideal para a amamentação.
“Na Região, temos taxas de aleitamento materno inaceitavelmente baixas. Apenas metade das crianças, ou seja, uma em cada duas, começam a ser amamentadas na primeira hora de vida. Além disso, apenas quatro em cada dez crianças são amamentadas exclusivamente até os 6 meses de idade e só três em cada dez continuam sendo amamentadas até os dois 2 anos de vida.”
Segundo a representante da OPAS/OMS no Brasil, é necessário superar todos os obstáculos que interferem na decisão das mães de amamentarem seus filhos, citando como exemplos a comercialização excessiva de substitutos de leite materno e a falta de apoio e de condições propícias à amamentação nos ambientes de trabalho.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou o importante papel desempenhado pela atenção primária à saúde no apoio e na proteção ao aleitamento materno e reiterou que o Brasil continua cooperando com mais de 40 países na transferência de conhecimentos sobre bancos de leite humano e na construção de políticas que apoiam a amamentação. Na ocasião, lançou a nova campanha do Ministério da Saúde, cujo lema é “Amamentação. Incentive a família, alimente a vida”.
Segundo Luciano Santiago, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, investir em aleitamento materno é investir em um “padrão ouro” de alimentação. “É um momento de programação metabólica da criança, que fará diferença para o resto de sua vida. O bebê que amamenta terá saúde, inteligência e desenvolvimento psicomotor diferenciados. Não existe investimento em saúde que dê mais retorno financeiro que o investimento em aleitamento materno”, finalizou.

Panorama mundial

O leite materno é o melhor alimento para os recém-nascidos e crianças com até 2 anos. No entanto, cinco em cada 20 bebês (52%) na América Latina e no Caribe não são amamentados em sua primeira hora de vida, o que é uma medida essencial para salvar vidas.
Estima-se que, em 2017, 78 milhões de recém-nascidos no mundo tiveram que esperar por mais de uma hora para serem colocados no peito de suas mães, segundo o relatório publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela OMS, “Capture the moment”, que analisa dados de 76 países.
A OPAS/OMS recomenda iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, assim como o aleitamento materno como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de idade e, de maneira completar, até os dois anos.

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