Rio Branco é a capital brasileira que mais investe em ciclovias

Construir um modelo de desenvolvimento sustentável requer investimentos em políticas de mobilidade urbana que democratizem espaços públicos e estimulem o uso de transportes ativos e não poluentes, a exemplo da bicicleta.
Nesse contexto, mais uma vez o Acre se destaca no cenário nacional. Segundo pesquisa divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laboratório de Mobilidade Sustentável (Labmob) e a Aliança Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), Rio Branco é a capital brasileira que mais investe, por habitante, em infraestrutura cicloviária de circulação.
Ao apostar numa gestão democrática, com inclusão social, que valoriza o ativo ambiental e fortalece a identidade cultural, a Frente Popular estimulou o crescimento de uma nova economia no estado, refletida em indicadores nacionais como o Produto Interno Bruto (PIB) – quarto maior do país em crescimento acumulado (IBGE).
A ampliação contínua da malha cicloviária de Rio Branco facilita e qualifica a locomoção dos ciclistas, tornando o trânsito mais seguro. Essa política de mobilidade urbana influencia na redução de acidentes fatais no trânsito. No carnaval deste ano, por exemplo, o Acre não registrou mortes no trânsito. O resultado é fruto de campanhas educativas e de uma maior conscientização dos condutores, somadas aos investimentos em infraestrutura de circulação.
Lídia utiliza a bicicleta há um ano e meio (Foto: Arquivo Pessoal)
O que para muitos é hobby, para a produtora cultural Lídia Sales, 34 anos, pedalar é estilo de vida. “Comecei a utilizar a bicicleta há mais de um ano, e ela se tornou meu meio de transporte. Levo meus filhos à escola, vou ao supermercado e me locomovo para todos os lugares. Além de ser um transporte limpo e não emitir carbono, a bike assegura benefícios à saúde e me livra do estresse do trânsito”, frisou a ciclista.
Quando o assunto é bicicleta e mobilidade urbana, o Acre concentra outras experiências exitosas. Tarauacá, no noroeste do estado e conhecido como “Terra do Abacaxi Grande”, entra no cenário nacional com um dos dez municípios brasileiros com maior percentual de pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte (IBGE).

Política pública

Ciclistas pedalam com segurança da ciclovia da Via Chico Mendes, em Rio Branco (Foto: Arquivo Secom)
Em 1999, quando ainda não se discutia mobilidade urbana no cenário nacional, o então prefeito de Rio Branco, Jorge Viana, apostou nessa política pública como forma de democratizar os espaços e transportes ativos. A primeira ciclovia construída na capital foi no bairro Vila Ivonete e continha 400 metros. Atualmente, a cidade possui 178,3 quilômetros de extensão cicloviária.
“Quando nós fizemos as primeiras ciclovias, boa parte da população andava de bicicleta. Hoje, a bike é um transporte saudável e oferece a mobilidade que o mundo desenvolvido busca. Com essa crise nacional de transporte coletivo, a bicicleta e as ciclovias se tornaram essenciais. Que bom que o Acre está na frente”, celebrou Jorge.
Compreendendo a necessidades de mais investimentos, o senador Jorge Viana destinou duas emendas à Prefeitura de Rio Branco, que somadas ultrapassam o montante de R$ 2 milhões. Recurso esse destinado à execução do Programa de Recuperação das Ciclovias.
O Estado, em parceria com a prefeitura de Rio Branco, também realizou novos investimentos, segundo observa o secretário de Obras Públicas, Átila Pinheiro. “Viabilizamos a construção de 31 quilômetros de vias e ciclovias compartilhadas, a exemplo da ampliação dos parques Tucumã, Maternidade e Palheiral, Cidade do Povo, entre outros lugares”, ressaltou o gestor, enfatizando que em Cruzeiro do Sul vias e ciclovias compartilhadas também foram estruturadas nesta gestão.
A promoção de políticas de desenvolvimento sustentável é marca dos governos da Frente Popular. O atual governador do Acre, Tião Viana, aposta numa socioeconomia que tem como foco o crescimento de uma produção sustentável e diversificada, que preza pela preservação da floresta – em 2017, o Acre reduziu 17% do seu desmatamento ilegal, assumindo a meta de zerar a prática até 2020.

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