Mostra dedicada ao Cinema 3D e produção cinematográfica independente são destaques
Programação conta, ainda, com Mostras Competitivas, Paralelas, cursos, seminários e debates
17º Festival Internacional de Curtas Metragens de Belo Horizonte – FESTCURTASBH
Período: de 18 a 27 de setembro de 2015
Local: Cine Humberto Mauro e Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Entrada gratuita (retirada de ingressos 30 minutos antes da sessão)
Informações para o público: (31) 3236-7333
O Cine Humberto Mauro realiza mais uma edição do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte –
FESTCURTASBH, de 18 a 27 de setembro próximo. O evento, já consolidado
no calendário nacional e internacional, chega à sua 17ª edição e,
durante 10 dias, exibirá uma extensa programação que combina seminários,
debates, cursos e mostras temáticas.
Nesta edição, além das já tradicionais mostras competitivas e paralelas, o FESTCURTAS-BH realiza três mostras especiais:Cinema 3D - Imaginando profundidades e espaços, que propõe uma investigação sobre o uso do 3D, com curadoria de Björn Speidel, pesquisador alemão responsável por uma mostra sobre Cinema 3D apresentada este ano em um dos mais representativos festivais de curtas-metragens do mundo, o International short film Festival Oberhausen; Teddy Williams – uma trajetória em curtas, que exibe cinco curtas metragens do cineasta argentino, e O universo infernal da Paraísos Artificiais, mostra com curadoria de Francis Wogner que reúne obras, boa parte em película, feitas na década de 90 pela produtora paulista Paraísos Artificiais, considerada uma das mais inventivas e radicais de sua geração.
Na
programação, serão exibidos 114 filmes, selecionados entre os mais de 2
mil inscritos nas Mostras Competitivas (Brasil, Minas e Internacional),
além das 53 obras exibidas nas Mostras Paralelas e dos curtas exibidos
nas Mostras Especiais. Constam, ainda, dois seminários relacionados às
mostras especiais de Teddy Williams e sobre a Paraísos Artificiais e
curso sobre o cinema 3D, ministrado por Björn Speidel.
Sobre o FESTCURTASBH – O
Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte visa difundir a
produção de filmes em curtas-metragens, além de contribuir para
reflexões sobre questões da contemporaneidade, presentes nos trabalhos
apresentados. Hoje, figura como um dos mais importantes eventos para a difusão e promoção da produção cinematográfica mundial no segmento.
Propondo
uma discussão sobre o curta metragem, sua importância histórica e
estética, o FESTCURTASBH é um momento único de troca entre público - que
pode conhecer obras de difícil acesso, e realizadores - que poucas
vezes têm a oportunidade de ouvir as considerações do público e de
outros realizadores em um ambiente de livre debate. Philipe Ratton,
gerente do Cine Humberto Mauro, atribui às mostras competitivas o
potencial de promover esse intercambio: “Durante essas mostras, vários
cineastas do Brasil vêm à Belo Horizonte e depois da exibição participam
de debates sobre os filmes assistidos. O encontro entre os filmes,
público, realizadores e crítica é uma oportunidade única e a mais
importante característica do FESTCURTASBH”.
Outro
viés importante do Festival são as Mostras Paralelas em que a
programação busca retratar questões latentes, identificadas nos projetos
inscritos no FESTCURTASBH. Neste sentido, é possível destacar as
mostras Infantil e Juventudes, que buscam atender diferentes grupos.
O
Festival ultrapassa os limites de Belo Horizonte com as itinerâncias
que acontecem ao longo do ano no interior de Minas. Em 2015, o público
de 40 cidades mineiras já pode assistir aos filmes selecionados para a
16ª edição do Festival.
Mostras competitivas - A Mostra Competitiva Internacional conta
com 15 participantes selecionados de países como Itália, Bélgica,
França, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, entre outros. Já a Mostra Competitiva Brasil reúne 20 projetos de cineastas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Minas Gerais, além de uma forte representatividade do nordeste, com filmes de Pernambuco, Ceará, Maranhão e Paraíba. A produção audiovisual de Minas Gerais tem categoria própria. Na Mostra Competitiva Minas,
há 8 projetos concorrendo aos prêmios. Ao todo, 43 filmes disputam nas
três Competitivas do Festival. Todas as sessões de filmes das mostra
competitivas Brasileira e Minas são seguidas de debates com os
realizadores e o público.
Mostras paralelas – A
17ª edição do FESTCURTASBH terá cinco mostras paralelas, com filmes
selecionados pela própria curadoria do Festival. Ao todo, serão 53
filmes nas mostras: Animação, Infantil, Juventude, Maldita, Movimentos
de Mundo e Visualidades.
Infantil – Reúne
obras voltadas para o público infantil, uma ação que busca divulgar
essas produções de difícil distribuição. “Se o curta-metragem muitas
vezes fica relegado a nichos específicos, isso ainda é mais evidente no
caso de filmes para criança, por isso fazemos uma mostra específica”,
complementa Bruno Hilário, coordenador da Gerência de Cinema. Para
potencializar ainda mais o alcance dessas sessões, escolas da região
metropolitana serão convidadas para trazer alunos para as sessões.
Animação – As diferentes técnicas e possibilidades de fazer cinema de animação são retratadas nessa mostra.
Juventudes – Derivada da mostra juventude, a Juventudes pretende
abordar de forma diferente a produção ligada ao público jovem. A
curadoria entendeu que a mudança de nome era importante porque não se
trata de uma única juventude, ou de um único olhar sobre a juventude.
“Nesta mostra estão retratadas diferentes estados das juventudes,
diferentes visões sobre um tema que se caracteriza pela multiplicidade”,
afirma Bruno.
Maldita – Já
tradicional na curadoria do FESTCURTASBH, a mostra maldita reúne filmes
que abordam de forma diferenciada diversos temas. Serão exibidos 3
filmes que exploram o horror, o terror, e o humor negro, por exemplo.
Dentre os filmes que serão exibidos está Kung Fury, dirigido pelo sueco David Sandberg, exibido em uma mostra paralela do Festival de Cannes.Kung Fury é uma comédia exagerada que satiriza o cinema americano produzido nos anos 80.
Movimentos do Mundo – A
mostra Movimentos do Mundo reúne filmes que retratam questões políticas
e sociais em sociedades diversas. Nesse sentido, ganham corpo as
representações de povos, territórios, discursos e fronteiras que se
cruzam e se misturam. Pela primeira vez, a mostra traz também um filme
brasileiro. “Estes curtas-metragens dão a dimensão exata da produção do
gênero internacionalmente e, ao mesmo tempo, são um registro contundente
das condições sociais no planeta”, explica Philipe Ratton.
Visualidades – A
experimentação estética ganha espaço na Mostra Visualidade. A curadoria
reúne curtas que utilizam a força da imagem como dispositivo para dar
visibilidade a algum assunto especifico. A potência estética da imagem é
amplamente explorada.
Mostras especiais - Em
2015, o FESTCURTASBH traz três mostras especiais que buscam aprimorar a
investigação na produção contemporânea de curta-metragem. Serão
abordadas a expressão estética do Cinema 3D, a produção brasileira
independente dos anos 90, com a exibição de filmes produzidos pela
produtora Paraísos Artificiais, e a trajetória em curta-metragem do argentino Teddy Williams.
Cinema 3D - Imaginando profundidades e espaços - Propondo
uma reflexão sobre o Cinema 3D para além das convenções da indústria,
que encara a tecnologia como nada mais que um efeito, muitas vezes
contrário ao cinema de arte, o FESTCURTASBH traz uma mostra que
evidencia as potencialidades artísticas do cinema 3D, com curadoria de
BjörnSpeidel,
estudioso alemão de cinema. Além dos 19 filmes da mostra, a
investigação sobre o Cinema 3D será ampliada em curso de três dias com
Björn e a exibição do filme Adeus à Linguagem, de Jean-Luc Godard, premiado na última edição de Cannes.
Em
constante evolução desde seu surgimento, o cinema já ganhou sons, cores
e tridimensionalidade. Reforçando a ilusão de percepção de
profundidade, o cinema 3D permite que cenários e personagens possam ser
visualizados além da bidimensionalidade. A tecnologia do 3D é algo que
existe na indústria do entretenimento desde 1915 mas, devido às
dificuldades do processo de produção e altos custos, só se concretizou
como tecnologia popular a partir dos anos 2000, quando muitos filmes
foram lançados no formato.
Para Björn Speidel,
falar em 3D é falar em estereoscopia, efeito que ocorre quando duas
imagens fundem-se no olhar do espectador, originando uma imagem especial
virtual – conhecida popularmente como imagem 3D. Dessa maneira a estereoscopia adiciona profundidade à imagem espacial, anteriormente dotada de largura e altura.
Björn
percebe as possibilidades da estereoscopia no cinema tão poderosas
quanto as do som e da cor, uma vez que representa mais uma importante
potencialidade narrativa. Entretanto, o 3D não se faz tão necessário
para a experiência cinematográfica quanto som e cor, por isso, para
Bjorn, seu potencial artístico é aumentado. Neste sentido, a programação
da mostra reúne filmes de diferentes gêneros e temáticas que, de acordo
com o curador, usam o 3D de forma promissora, explorando as
potencialidades da profundidade e do espaço.
O
Cine Humberto Mauro se mostra como o espaço ideal para a exibição dessa
mostra, já que possui equipamentos que permitem a exibição de filmes em
formato digital DCP 3D (Digital Cinema Package), alto padrão de
qualidade com filme em até 4k (quatro mil linhas de resolução) e também
em formato 3D.
Programação enriquecida com Godard – Explorando imagens e texturas, Jean-Luc Godard faz uso, pela primeira vez em um longa-metragem, da tecnologia 3D. Em Adeus à linguagem, um dos principais nomes da Nouvelle Vague subverte
o uso de elementos tridimensionais para intermediar uma relação entre
um casal e a natureza, realizando um filme reflexivo e sensorial,
ressaltando o viés experimental e questionador do diretor. Este filme
será exibido na abertura e no encerramento do Festival.
O universo infernal de Paraísos Artificiais - Nesta Mostra Especial, estão reunidos filmes da produtora brasileira Paraísos Artificiais,
considerada uma das mais radicais e inventivas do cinema brasileiro dos
anos 90. Originada em 1992, na Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo, estava intimamente ligada à tradição do Cinema de Invenção, como definido pelo pesquisador Jairo Ferreira, e retomava características do Cinema Marginal,
como o experimentalismo e a exasperação, acrescentando outras
influências. São características dos filmes de Paulo Sacramento, Debora
Waldman, Marcelo Toledo, Christian Saghaard e Paolo Gregori, horror,
escapismo, ironia e estranhamento. Durante a mostra, serão exibidos 2
programas de cerca de 60 minutos com os filmes da produtora.
Teddy Williams – uma trajetória em curtas – Argentino
de 28 anos, Eduardo Teddy Williams nasceu em Buenos Aires e realizou 5
curtas metragens que exploram o selvagem, fugindo de ambientes
institucionais. Em 2013, foi selecionado para participar da Quinzena dos Realizadores em Cannes.
Quatro dos cinco filmes do cineasta foram exibidos em edições
anteriores do FESTCURTAS e, em 2014, foi o grande vencedor da Mostra
Competitiva Internacional com o filme J-ai oublié.
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