Mobilização para incluir o trigo no Programa Alimento Seguro 
 
 
Grupo de especialistas esteve reunido na Embrapa Trigo para discutir as possibilidades de incluir o trigo no Programa Alimento Seguro, coordenado pelo Sistema S (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc e Senar). O principal problema apontado pelos órgãos de vigilância têm sido a presença de resíduos de contaminantes químicos no trigo.
Durante o processo de produção e comercialização do trigo, os grãos podem ser contaminados por diversos tipos de agentes físicos (fragmentos de insetos, pedras e outros materiais), biológicos (microorganismos, ácaros, pombos e roedores) ou químicos (micotoxinas, resíduos de pesticidas e metais pesados).
Entre os contaminantes, os resíduos de agrotóxicos são os que mais têm chamado a atenção das autoridades no Rio Grande do Sul. As entidades de pesquisa e vigilância sanitária condenam uma prática proibida, mas utilizada por muitos produtores mesmo de forma ilegal: a dessecação do trigo na pré-colheita, a qual pode resultar em grãos contaminados pelo produto aplicado. Além da dessecação, práticas como dosagem inadequada de defensivos, uso de produtos não registrados para o trigo, mistura de grãos com sementes tratadas e desrespeito aos prazos de carência para o consumo são algumas falhas no manejo que resultam em contaminantes no produto final.
Para a pesquisadora da Embrapa Trigo Casiane Tibola, a cadeia produtiva precisa estabelecer estratégias de prevenção, manejo e controle de contaminantes, com monitoramento dos níveis de resíduos, através de laboratórios e equipamentos adequados, além da capacitação dos agentes em toda a cadeia produtiva. Este foi o objetivo da apresentação do coordenador da área de alimentos do Senai RS, Leonir Martello, mostrando as etapas do Programa Alimento Seguro (PAS) e as experiências nas cadeias produtivas do mel, do açaí, do leite e da carne. “Para o trabalho PAS-Trigo começar ainda nesta safra, precisamos concentrar esforços num ponto crítico, como os resíduos de agrotóxicos, e apenas num segundo momento ampliar as ações para atingir as demais etapas do programa”, avalia a pesquisadora da Embrapa Trigo Eliana Guarienti.
Como resultados do encontro, serão contatados demais representantes da cadeia produtiva do trigo para uma reunião no início de agosto para avaliar a viabilidade do PAS-Trigo. “A solução precisa ser sistêmica, com a visão de toda a cadeia produtiva. É preciso admitir que não adianta ter trigo de qualidade comercial se o alimento estiver contaminado com resíduos de agrotóxicos”, conclui o representante do Ministério da Agricultura (MAPA/RS), José Werlang.

Joseani M. Antunes

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