Ayelet Waldman é confirmada na Flip 2015

Ayelet Waldman é confirmada na Flip 2015

Autora israelense discute com auto-ironia e erudição as heranças afetivas e as relações familiares nos dias de hoje Foto: Divulgação


A maternidade se tornou um esporte olímpico.” Frasista mordaz, a escritora Ayelet Waldman volta e meia retrata com humor cáustico alguns dos lugares-comuns da vida contemporânea, como a devoção sem limites aos filhos e as cobranças e culpas sobre-humanas que recaem sobre as mães nos dias de hoje.

Convidada da Flip 2015, Ayelet pertence à geração de mulheres que vive os dilemas das conquistas femininas nos Estados Unidos nas últimas décadas: a despeito de avanços importantes, algumas questões básicas, como uma efetiva conciliação entre carreira e vida familiar, por exemplo, permanecem sem resolução à vista.

Mas não é a exatamente a vida contemporânea, e sim os afetos familiares em todas as suas facetas, do riso ao trágico, que fornece a matéria-prima da obra ficcional de Ayelet. A tradição judaica lhe deu, além de um peculiar instinto maternal, os instrumentos literários necessários para compor suas personagens, sobretudo a sucessão de mães que protagonizam seus livros, num equilíbrio preciso entre humor e drama. Ayelet apresenta na Flip Amor e Memória (Casa da Palavra/LeYa), seu primeiro livro publicado no Brasil.

A memorável galeria de mães criada pela autora começa com a série de 1997 The Mommy-Track Mysteries, que conta em tom zombeteiro a vida de uma dona de casa que passa a trabalhar como detetive para livrar-se do tédio. O romance Daughter’s Keepers (2003) é baseado na história real de uma mulher que participa, sem saber, de um esquema de tráfico de drogas. Em Love and Other Impossible Pursuits, de 2006, a protagonista é uma mulher que perde o filho para a síndrome da morte súbita infantil. A adaptação para o cinema, lançada no Brasil com o título As coisas impossíveis do amor, tem a atriz Natalie Portman no papel principal.

Um de seus maiores sucessos nas livrarias é Bad Mother, crônica bem-humorada do “esporte olímpico” que a maternidade se tornou nos dias de hoje. O livro tem origem num desconcertante artigo publicado nos jornais The New York Times e no The Guardian, em 2005, no qual ela imagina como seria a sua vida sem os filhos. “Eu ainda teria meu marido”, escreveu. “Amo os meus filhos. Quatro filhos, com os quais passo uma boa parte do dia. Mas não sou apaixonada por nenhum deles. Sou apaixonada pelo meu marido.” Dez anos depois da publicação ela ainda é convocada a explicar sua provocativa afirmação, como no programa de Oprah Winfrey: “Casamento é difícil, e casamento com filhos é dificílimo. Se você focar toda a sua atenção, toda a sua emoção, toda a sua paixão nos filhos, e negligenciar a relação que trouxe existência àquela família, isso não alimenta a sua alma - e às vezes as coisas podem dar muito errado”, afirmou ela, mantendo a declaração que chocou boa parte da opinião pública nos Estados Unidos.

Ayelet Waldman em 5 datas
1964. Nasce em Jerusalém
1991. Colega de classe de Barack Obama, forma-se em direito em Harvard
2005. Publica o artigo The centre of my universe
2008. Milita na campanha de Barack Obama
2013. Publica o romance Amor e memória

Livros
2000. Série The Mommy-Track Mysteries
2006. Love and Other Impossible Pursuits
2010. Bad Mother: A Chronicle of Maternal Crimes, Minor Calamities and Occasional Moments of Grace
2014. Amor e memória (Casa da Palavra/Leya)

Na internet
Site:www.ayeletwaldman.com/
Facebook: facebook.com/AyeletWaldman
Twitter: twitter.com/ayeletw

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