Shell quer detalhes sobre conteúdo local na rodada do pré-sal

G1 -


O presidente da Shell do Brasil, André Araújo, informou nesta quinta-feira (4) que aguarda mais detalhes sobre conteúdo local e sobre o programa exploratório do primeiro leilão do pré-sal, do Campo de Libra, marcado para outubro, para decidir a possibilidade de a petrolífera participar da rodada.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, publicou esta quinta, no Diário Oficial da União, resolução  aprovando os parâmetros técnicos e econômicos dos contratos de partilha de produção para a primeira rodada do pré-sal.

Será o primeiro leilão sob o regime de partilha. Segundo o documento, a participação mínima da Petrobras no consórcio vencedor do leilão será de 30% e o valor do bônus de assinatura, de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 50 milhões serão destinados à União.

"A indústria falava entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões sobre o bônus mínimo. Veio no meio da faixa. Agora resta aguardar a Agência Nacional de Petróleo publicar o draft (rascunho) do contrato e o edital para podermos focar no modelo econômico", disse.

Ele espera que o edital seja publicado até o fim de julho. "Esse prazo nos dá conforto para estarmos prontos para saber se participamos ou não do leilão. Temos que saber o papel que a empresa vai ter dentro do consórcio", afirmou.

O executivo confirmou que a Shell tem encomendas de dois carregamentos de óleo da OGX. Ele disse que a transação não é um contrato, mas um compromisso, sem prejuízos financeiros caso a OGX não tenha óleo para entregar.

"Não existe dinheiro envolvido. Se o óleo estiver disponivel, o compromisso é entregar para a Shell", explicou.


Cenários da Shell

Nos próximos 30 anos, as cidades deverão usar 80% do total da energia do mundo, enquanto nos dias de hoje usam 66% dessa energia. Este é um dos panoramas do futuro previsto pela Shell no livro "Cenários sob novas lentes", lançado nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro.

O estudo aponta ainda para a substituição parcial do carvão pelo gás, o que vai contribuir para uma rápida redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

André Araújo, presidente da Shell do Brasil, ao lançar o estudo, ressaltou que  o mundo é feito de parcerias, que não se decide nada sozinho.

"Após a crise global, o cenário é de volatilidade. O conceito de trabalhar dentro da volatilidade é o que a gente vive. O crescimento populacional, um cenário político que muda do Oriente para o Ocidente, mais demanda de  energia, água, alimentos são situações que levarão sociedade, empresas, governos e academia a se unirem para buscar as soluções", disse.

O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmar Almeida disse que a recente mobilização social que tomou conta das ruas do país no último mês é um exemplo do que pode ser a discussão sobre o futuro de energia.

"A tendência é que a sociedade tenha participação e manifestação mais forte no papel das empresas e do governo no setor de energia", disse.

Para ele, o futuro da energia passa pelo gás de xisto e pelas novas energias renováveis, com  algum protagonismo das energias convencionais, petróleo, gás convencional e carvão.

O professor considera o gás de xisto a vedete do planejamento energético, mas disse que existem problemas de mobilização de recursos tecnológicos e humanos.

"São desafios importantes a serem vencidos na exploração do gás de xisto, apesar do grande potencial do país. Esses desafios vão requerer outro tipo de capacitação das empresas que é abrir o debate com a sociedade".

Como exemplo, o professor citou os transportes nas grandes cidades, que motivaram alguns dos protestos que o país viu no último mês.

"O transporte é insustentável, inaceitável. Vão ter que ser discutidas regras sobre uso de automóveis. A ideia de que cada um pode pegar seu carro e ir para onde quiser está sob ameaça", disse.

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