Prevenção da obesidade e doenças associadas no parque da Jaqueira


Com informações da assessoria do evento
 
Uma equipe multidisciplinar do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ocupa o parque da Jaqueira no próximo domingo (14), das 8h às 12h, para desenvolver uma ação de prevenção da obesidade. Profissionais e estudantes da graduação e da pós-graduação da UFPE ficam disponíveis durante toda a manhã para pesar, medir, aferir a pressão arterial e a glicemia e aplicar um questionário sobre a história familiar e os hábitos de vida das pessoas que forem ao parque. Não há faixa etária específica. Serão abordados idosos, adultos, jovens e crianças.
O objetivo deste projeto é conscientizar e orientar a população do Recife e Região Metropolitana a respeito da importância da prevenção da obesidade e de suas doenças associadas. Para isso, serão realizados testes para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade, além de atividades educativas, envolvendo uma equipe interdisciplinar nas áreas de medicina, enfermagem, nutrição, odontologia e educação física.
O evento é uma das etapas do projeto “Obesidade e doenças associadas: ação preventiva e práticas educacionais na comunidade”, desenvolvido sob a coordenação dos médicos Josemberg Campos e Lúcia Cordeiro, da UFPE. Até dezembro deste ano, sempre no parque da Jaqueira, a ação vai se repetir uma vez por mês, aos domingos, sob a coordenação da enfermeira Maíra Gomes. As próximas datas são 4 de agosto, 8 de setembro, 13 de outubro, 24 de novembro e 8 de dezembro.
OBESIDADE – Uma das doenças nutricionais que mais crescem no mundo, sobretudo nos países industrializados e em desenvolvimento, a obesidade já atinge aproximadamente 300 milhões de pessoas. Cerca de um bilhão vivem com sobrepeso, doença que hoje é considerada uma pandemia, ou seja, quando o mal toma proporção transcontinental. Só no Brasil, quase metade da população adulta apresenta excesso de peso, fato que causa preocupação, pois a obesidade está relacionada ao aparecimento e ao agravamento de muitas doenças crônicas associadas, como a hipertensão e o diabetes.
O diagnóstico precoce do sobrepeso aumenta as chances de sucesso das terapias nãocirúrgicas. Sendo assim, o acompanhamento do paciente por uma equipe multidisciplinar de saúde é essencial, pois a obesidade é uma doença multifatorial, assim como o seu tratamento.
Pesquisas realizadas em algumas cidades brasileiras mostram que o sobrepeso e a obesidade já atingem 30% ou mais de crianças e adolescentes. No Recife, este número sobe para 35%. Diante dessa realidade fica evidente que as práticas preventivas constituem a melhor alternativa para a doença. As medidas terapêuticas para o tratamento da obesidade mórbida, como a cirurgia bariátrica, são eficazes no controle da doença já instalada, no entanto, as atividades preventivas tornam-se primordiais uma vez que a obesidade não tem cura e sim controle.
O sobrepeso e a obesidade representam fatores de risco para várias doenças crônicas degenerativas, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doença arterial coronariana, tanto no homem quanto na mulher. No Brasil, entre 1974 e 2009, o excesso de peso entre os adultos praticamente triplicou, resultando em 49% de indivíduos com sobrepeso e 14,6% com obesidade. Inicialmente, o tratamento é feito com a mudança dos hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos. Caso não ocorra a resultado positivo, se estabelece a terapia medicamentosa. Para os pacientes que não respondem satisfatoriamente aos remédios, há a indicação da cirurgia bariátrica. A eficácia do procedimento cirúrgico está consolidada e sua prática cada vez mais disseminada.
A obesidade é uma doença definida como um excesso de gordura corporal relacionada à massa magra e pode ser diagnosticada por meio do Índice de Massa Corpórea (IMC) associado à medida da circunferência abdominal. Valores elevados de IMC e/ou de gordura central são associados a um maior risco de mortalidade. Pesquisas indicam que pessoas com excesso de peso aos 40 anos têm uma redução de pelo menos três anos na expectativa de vida se comparadas a pessoas sem excesso de peso. No Brasil, a obesidade é um fenômeno majoritariamente urbano.
A faixa etária acima de 40 anos é a que possui maior frequência de obesidade, com 50% das mulheres e 37% dos homens entre 45 e 54 anos sofrendo de sobrepeso. No Nordeste, cerca de 24% da população adulta, ou seja, cinco milhões de pessoas, estão com excesso de peso. Um estudo realizado com alunos de escolas do Recife mostrou que em torno de 35% deles estão com o peso acima do normal.
A obesidade é responsável pelo uso de 2 a 6% do custo total de atenção à saúde em diversos países. Só no Brasil, a obesidade causa, em média, 80 mil mortes por ano. Apesar dos números alarmantes, não há nenhuma medida de prevenção implantada nos serviços públicos de saúde do país para a resolução do problema, que atinge a todas as classes e idades. Isso projeta um futuro preocupante, com uma sobrecarga do sistema público de saúde com atendimento voltado para as doenças crônicas decorrentes da obesidade.

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